Voltando da terapia semanal, exausta e frustrada por ter sido furtada em meus poucos trocados prá voltar prá casa, me deparo com um casal q vinha do outro lado da rua, em direção contrária. Era um casal de cegos de braços dados, cada um com sua bengala, o homem ainda carregava um carrinho com uma espécie de barril. Fiquei pensando na vida deles, como conseguem viver e até mesmo transitar tranquilamente pela Madureira-formigueiro. Me imaginei sem minha visão e vi q eu não era nada. Não sou nada sem minha visão, sem minhas pernas q gritavam de dor, sem os projetos q temo darem certo, sem meus amigos do meu universo paralelo, sem meus medicamentos, sem a tv a cabo, sem internet, sem uma penca de roupas q pendem em meu guarda-roupa na esperança de serem usadas... Enfim, não vivo sem uma penca de coisas q podem ser totalmente extirpadas da minha vida.
O desapego é uma coisa mto difícil. Principalmente o desapego moral. O orgulho mtas vzs empaca nossa vida. A humildade de se reconhecer, "baixar a crista" e pedir desculpas é mto difícil. Mas aprendi nessa semana o qnto é gratificante e o qnto pôde fazer de melhor na minha vida.
Estou mto feliz de ainda ter todos aqueles "supérfluos" dos quais não vivo, mas estou decidida a me desfazer de boa parte. Afinal, fica difícil seguir a caminhada qndo a bagagem está mto pesada...
Me sinto hoje, mais leve... Deixei a bagagem aberta e as coisas foram sendo deixadas pelo caminho. Estou leve, me sinto livre de ser o MEU normal.
Pq não existe "normal", e sim "comum". Assim como ser "incomum" já é comum prá mim...
Ia'Orana!
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