Pesquisar este blog

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Fechamento do Nise da Silveira

 É, eu passei por lá no meu surto psicótico. Não é o que se possa chamar de instituto hospitalar, até porque tudo está sucateado pelos governos. Mas conheci lá gente interessantíssima, que eu gostaria de manter contato, mas como eram proibidas as canetas, não havia como anotar. Conheci a Cristiane, que chegou a me dar sandálias diferentes daqueles chinelos pretos que eram padrão. Mas eu tive uma crise e comecei a desconfiar dela e brigamos. Fiz outra amiga borderline e com ela consegui manter contato, mas eu nunca sei como ela tá, o que me dá gatilho. Então decidi só deixar ela me procurar. 

Fui muito bem tratado pelos funcionários, tive uma percepção diferente da assistente social (que foi mais minha psicóloga que outra coisa, não sei se isso é bom ou mau), descobri um colega de faculdade fazendo residência ali, e pensei no que eu tava perdendo. Vivi muitas coisas, inclusive visitei o museu Nise da Silveira, mas o que mais me marcou foi meu primeiro encontro com meus pais após eu cair em mim. Me veio à mente tudo que fiz durante os surtos, pedi e recebi perdão, entre minhas lágrimas abundantes. 

E depois a alta!

Tudo vai ao chão, mas o que passei ali fica aqui. 


Axé-Shalom!