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quarta-feira, 14 de julho de 2021

O deus Tempo

 Tempo é o que mais tenho tido nesses últimos 2 anos. Só não tenho tido paz.


Onde está aquela mulher que eu era? Será que todas aquelas manias de perseguição durante o surto a desconstruiu?


Só sei que hoje vivo como uma criança medrosa, dependendo daqueles que eu considerava me adoecer - sim, meus pais. Aliás, muita coisa mudou na minha relação com eles: tudo melhorou consideravelmente, e hoje compartilho afeto com aqueles pelos quais eu vivi uma vida inteira de mágoa profunda. Foi como se eu tivesse que passar por um surto psicótico para que as coisas melhorassem entre nós. Eles tiveram que quase me perder e eu tive que quase perdê-los para que valorizássemos nossa relação. Só que agora me sinto uma criança dependente deles, como nunca fui antes. Logo agora, que mais preciso de asas pra voar.


Às vezes eu queria voltar a ser internada pra ver se me curava desta dependência que me faz não querer sair da cama. Me encarcerar pra me libertar. Voltar a ser quem eu era, não ter que me sentir tremer da cabeça aos pés só de pensar em encarar o mundo sozinha. E quando penso que o tempo está passando, mais me angustia por não ter mais tempo a perder. O que estou fazendo aqui parada, a não ser me encher com os remédios que o psiquiatra me listou? Pra onde esses psicotrópicos vão me levar?


"Não reconheço mais o meu coração, mas não que ele se recusasse a bater..." - ando viciada nesta música. Mesmo que o resto dela já não me represente mais (porque já não sinto mais saudades), só essa frase sim tem me representado. Meu coração bate sim, mas PELO QUÊ? 


Eu só queria saber pelo que meu coração bateria agora. "Onde está o meu coração?".


Eu queria dizer que nunca fez tanto sentido. Mas não tem feito sentido. 


Salve-me, Tempo! Tempo,Tempo, Tempo, Tempo... Salve-me!


Shalom! Axé!

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