Pesquisar este blog

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Neredesin?

"Foi um vento que passou
Que te trouxe e te levou
Deixando no corpo, a marca do amor
Que ficou no ar, ilusão no ar

A chuva que esse vento traz
Faz com que me lembre mais
De todos os sonhos que a gente sonhou
Planejou demais, demais

Bem que eu podia tentar te encontrar
Mas o vento forte
Que me afastou, te levou
Te escondeu longe demais

A chuva que esse vento traz
Faz com que me lembre mais
De todos os sonhos que a gente sonhou
Planejou demais, demais

E cada vento que soprar
Pode te fazer voltar
Encher o vazio que ficou no ar
E marcou demais, me marcou demais
Me marcou demais..."


"Vamos, precisamos seguir" - ele tinha ido buscar mais informações sobre o que estava acontecendo e retornou com o tom grave de urgência na voz. Não explicou muito, mas nem precisava: eu já sabia o quanto era perigoso permanecer naquele país e o quanto era impossível voltar à nossa vidinha pacata no interior da Capadócia.


Ele então me ajudou a conduzir um dos nossos 3 filhos pequenos em direção à plataforma do Tünel de Istambul. Haviam outros refugiados de todas as idades para todos os lados, alguns sentados pelo chão tentando se aquecer naquele inverno austero. A sensação de melancolia em deixar nossas coisas e nossa terra pra trás me inspirava a criar um poema dentro da cabeça; poema esse que eu ficava repetindo mentalmente pra não esquecer - "assim que chegarmos ao nosso destino, encontrarei um lugar pra escrever...". Eu tinha necessidade de registrar, se pudesse ao mundo, a dor que todo aquele conflito estava causando não só a mim e minha família, mas a milhares de pessoas, mas não havia como.


A caminho da plataforma, eu conduzia as crianças maiores em silêncio, mantendo o olhar no chão. Eu ainda podia sentir a mão de meu marido e seu grande vulto pelas minhas costas, me conduzindo. Como eu o admirava: e talvez por isso eu não conseguia fitar seu rosto. Eu sabia que, em algum momento daquela balbúrdia, precisaríamos nos separar momentaneamente, depois de uma vida inteira juntos (visto que nos conhecíamos desde a infância).

E isso me fazia segurar o choro na garganta.


Acordei assustada, curiosa e com a música "Wish you were here" (Pink Floyd) grudada na cabeça. Lembrava das roupas pesadas de inverno, dos sentimentos vívidos de amor e de angústia, do clima de guerra no entorno. Foi aí que eu resolvi buscar alguns detalhes na internet unindo peças do quebra-cabeça com ajuda do Google e do ChatGPT: tudo se confirma que a cena se passou na Turquia, durante a sua Guerra de Independência, no início do século XX. E nem era a primeira vez que eu sonhava com esse país (do qual sempre conheci quase nada): 4 meses antes eu tinha sonhado com a "minha adolescência" na Capadócia, época em que "meu marido" e eu nos apaixonamos (e vivemos um amor proibido, aparentemente por diferença religiosa - e pelo visto, vencemos as resistências). 


Desde que me conheço por gente, sempre senti uma profunda saudade de algo ou alguém que eu nunca soube muito bem sequer explicar. Me lembro de acordar chorando de madrugada entre 3 e 5 anos por sonhos que se repetiam e chorar pelo mesmo sentimento ao ouvir a música citada de Verônica Sabino ou o tema de Fievel (como se eu entendesse a letra) sentindo uma enorme angústia, um buraco no peito. Eu olhava pela janela à noite e pedia às estrelas que, por favor, me buscassem de volta - mas essa sensação foi sendo apagada conforme fui crescendo e tive que administrar outras questões da vida. Talvez minha psicóloga tivesse razão: tudo isso talvez fosse apenas sintoma de não conseguir me encaixar numa família disfuncional. Vida que segue, né?


E eu achava mesmo que já tinha superado essa sensação depois de anos de terapia e uma vida inteira de todo tipo de experiências (de vida, relacionamentos, espirituais, etc.), mas depois desse último sonho, não consigo mais fechar os olhos sem ver novamente o cenário no Tünel de Istambul, sem sentir a ausência do caloroso vulto daquele companheiro com o qual compartilhei aquele momento, sem me perguntar se conseguiremos nos encontrar novamente (como aparentemente nos encontramos depois de um período de afastamento - cheguei a ver numa meditação o túmulo onde fomos sepultados juntos). E voltei a sentir esse buraco no meio do peito novamente, essa saudade doída que aquela pequena eu de 4 anos sentia que só tinha sido preenchida há mais de 10 anos, quando finalmente encontrei meu "Abraço-Casa" - mas do qual a Vida me afastou, mais uma vez.


Não posso afirmar com certeza que se tratam da mesma pessoa nas 2 encarnações, mas tem coisas que acontecem que são fortes demais pra refutar...


Curioso: pareço estar fechando um ciclo de 40 anos, afinal, por que isso tudo está voltando agora?


Axé-Shalom-Görüşürüz!

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Só queria fazer poema

Hoje eu só queria fazer poema.

Olhar para o céu e nele encontrar as palavras certas,

Aquelas de preencher o coração de alguém.

Saber escrever, quem sabe, uma história de amor eletrônica,

De caracteres contados e emoções infindas.

Eu só queria escrever poema

E relê-lo tantas e tantas vezes até acreditá-lo vivo.

Talvez sobre mim. Talvez sobre você.

Eu só queria saber escrever emoções das quais ninguém ainda escreveu.

Mas quem sou eu nesse Universo 

Senão um mero sonho daquilo que escreverei?

(Dannie Machado.)

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Escuro e Doce como o Céu

À meia-luz em seu apartamento, depois de um dia que parecia surreal demais, ele se debruça na janela como quem busca algo no céu.


Não demorou muito, o interfone tocou: era o porteiro informando a chegada de uma encomenda.


- Poxa, acabei de chegar em casa...

- Não se preocupe: eu posso receber pro senhor.


Logo o porteiro tocou sua campainha com um embrulho cuidadoso de papel pardo reforçado com barbante nas mãos. Agradeceu confuso, pois não havia encomendado nada - mas havia um pequeno envelope preso com durex.


Do embrulho vinha um aroma que ele bem conhecia. Memória olfativa.


Se apressou então a desenrolar o barbante e rasgou com pouco cuidado o embrulho apoiado na mesa: era a tão conhecida torta de chocolate que só uma pessoa sabia fazer. E era o que mais precisava naquele momento.


Cortou uma fatia da cremosa torta e sentou à mesa. Só enquanto degustava a primeira garfada, lembrou do envelope que deixara ali ao lado - meio arriscado comer algo assim de onde nem tem certeza de onde veio. 


Se apressou então em abrir o envelope que continha apenas um pequeno cartão com as seguintes palavras escritas à mão:


"Quando olhar para o céu e ele lhe parecer escuro demais, lembre que, assim como essa torta, ele também pode ser doce (até porque há alguém por lá que olha por você).

Se precisar de outra torta de chocolate, você sabe onde me achar."


A segunda garfada desceu mais difícil. Pegou o cartão, o prato de torta e voltou à janela, tornando a admirar o céu - nesse momento, uma estrela cadente atravessou o céu do bairro nobre e o sal de suas lágrimas se misturava ao açúcar do chocolate, criando um novo sabor em sua língua - o sabor de saber que nunca esteve nem nunca estará só.

___________________________


Do outro lado da cidade, depois de ter recebido a mensagem do entregador avisando da missão cumprida, ela resolveu descansar depois de limpar a cozinha, tomando um banho morno e iniciando seus rituais físicos e espirituais antes de se recolher pra dormir.


Já havia se embrulhado toda nas cobertas como num casulo - mania antiga que sempre retorna no inverno - plugado o celular no carregador e, justo no momento em que ia ativar o modo "não perturbe", uma mensagem chegou no celular.


Não havia palavras, eram só 4 emojis: o primeiro, um sorriso com uma lágrima, e os outros eram 3 emojis que só eles compartilhavam entre si, até porque a forma que eles se comunicavam nunca fez muito sentido pra mais ninguém.


Era o jeito dele agradecer, ela sabia. Esboçou um sorriso de lábios trêmulos e, com os olhos marejados, retribuiu os 3 emojis de sempre.


Ela quis ter feito mais, dito mais... Mas a essa altura da vida, ela já aprendeu que dar espaço já é fazer muito.


Ativou o "não perturbe" do celular e se enroscou em seu casulo novamente, olhando para o céu profundamente escuro naquela noite através da janela. Não buscava por nada: só queria desaguar uma tristeza que nem bem era sua.


Axé-Shalom.



quarta-feira, 17 de julho de 2024

A Sina dos 3 dias

A rua de feira vazia. A enorme livraria. Produtores de cinema.


Eu observava tudo de longe, de uma calçada, acompanhada de 2 amigos. Então ele me vê e, de longe mesmo, sorri terno, na minha direção.


O blazer preto. Ele olha em volta a se certificar que ninguém mais reparava. Enfim, abre o blazer na minha direção que revela uma camiseta branca com os dizeres: "Não se esqueça que eu posso estar longe, mas eu não te esqueci".


Daí quem passou a olhar em volta fui eu: "isso é mesmo prá mim???" - meus amigos mesmo insistiam: "claro que é, gata! Presta atenção!!". Então o encarei novamente e ele acenava com a cabeça reafirmando (provavelmente tendo constatado a minha confusão). E então foi interrompido pelo grupo com o qual ele conversava.


Mas o blazer ainda estava lá, aberto de lado, exibindo os dizeres que eu relia quase sem acreditar.


Acordei com um forte barulho vindo da sala, como se alguém tivesse "trombado" na mesa de jantar. Eu ainda tinha comigo a presença da ternura de seu olhar e, ignorando o estranho som da sala, enrolada nas cobertas naquela fria madrugada, passei algumas vezes aquela imagem sonhada pela mente, o que me aquecia o coração e me fazia querer voltar àquele cenário. Mas a bexiga reclamou e me obrigou a ir ao banheiro. Voltei pra cama checando os móveis: tudo no lugar - inclusive a mesa da sala - e todos ainda dormindo. Estranho pra muitos; pra mim uma madrugada comum. Voltei então pra cama já sem a esperança de retomar ao sonho anterior.


Mas ao adormecer, voltei ao mesmo cenário. E dessa vez, eu me atormentava com aquela situação e tinha uma espécie de crise de pânico:


- Vamos, eu preciso sair daqui... Sair AGORA!!


Meus 2 amigos me entenderam e acharam melhor entrarem comigo na enorme livraria na qual estava havendo um evento. Enquanto um desses amigos buscava água pra mim, o outro tentava me distrair, me levando a uma parte da livraria em que havia uma pequena exposição que tinha paredes e tecidos muito brancos e tema circense. Tentamos acompanhar o "tour" mas não sei o que perdemos - só lembro que a guia contava uma história que terminava com uma palhaça dentro de um caixão (e sim, havia a reprodução de um caixão com uma palhaça, de maquiagem e tudo, ali). Me lembro ainda de poucos elementos, como um berço e 2 anjos em cera pendurados no meio do espaço. Eu estava extremamente desconfortável e pedi a meu amigo pra sairmos dali também.


Então encontramos o segundo amigo, que indicou uma espécie de palestra que ia ocorrer ali, em outro espaço - não sem antes me mostrar o jornal que tinha encontrado: nele, a grande notícia era a de que aquela confusão na rua da feira era um teste para protagonista de um filme live action do Cebolinha (sim, o da Turma da Mônica), e ELE tinha conseguido o papel (já havia até fotos da caracterização).


Me sentindo então mais leve, finalmente me encaminhei à tal palestra (que parecia ter cunho religioso)... 


Dessa vez, acordei definitivamente. Eu ainda me sentia especial, talvez por efeito da primeira parte do sonho, mas a imagem dos objetos um tanto mórbidos da segunda parte me deixava também um pouco perturbada. 


O jeito foi seguir a vida como tinha que ser, mesmo sentindo a falta dele - de alguma forma, eu já sentia havia dias que algo estava acontecendo. Ele não some assim. (E eu já tinha sonhado antes que conversava com seu irmão e ele dizia pra eu não me preocupar...)


Pois bem, os dias passaram. 3 dias depois desse último sonho, pra ser mais exata (e que eu já tinha esquecido). Até que, pelo fim da tarde, ele dá notícias. E não são nada agradáveis. Se o meu próprio chão sumiu debaixo dos pés, imagino o dele! Eu quase podia sentir o rombo que ocupava o meio do seu peito. Ele transformou a dor em poesia (é uma das coisas que temos em comum). Mas eu SENTIA. O buraco, a desorientação, estavam lá.


"Eu preciso sair daqui... AGORA!!"


O que mais me dói é que não posso fazer nada por ele. Nem sequer dar um abraço. Mas o que me conforta é que abraços reconfortantes não faltarão.


POR QUE PREVEJO COISAS QUE NÃO POSSO EVITAR???...


Axé-Shalom.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Mas afinal: quem cuida de quem cuida?

A menina romântica que suspirava com belas palavras 

Hoje está mais concentrada na frieza exata dos números.


Ora, mas não são de números que são feitas as canções que têm emocionado sociedades ao longo da História?


Não sei, estou confusa. Entre legatos e staccatos, troco palavras, esqueço nomes... A única certeza é a de quem sou. E essa que sou hoje já não tem mais a paciência de outrora.


Uns dizem ser seletividade social. Outros dizem ser geracional. E eu, secretamente, desconfio se minha fisiologia não esteja também tentando me passar a perna.


Os fortes também cansam. Os felizes também choram. E os esperançosos às vezes também deixam de esperançar. E eu me encontro bem no olho de um furacão que me tem deixado tão tonta que, mesmo sem beber, a ressaca me derruba o dia inteiro.


Eu não sei nem por onde começar a puxar o fio da meada desta cama-de-gato que me suspende no ar e me imobiliza. Eu só consigo sentir o frio da Sombra se aproximando de mim... 

Seria o Fim? 

Não é o que me preocupa agora: eu só queria ter forças pra lutar pelas soluções que os Anjos da Calunga me sopram aos ouvidos - ou sentar num canto, talvez num ombro amigo, e chorar até não me sobrar nenhuma angústia no coração.


Não, não é depressão. Essa foi minha companheira por mais de 30 anos e eu a conheço bem. E nem é tristeza o que estou sentindo: é simplesmente como se minha cabeça roubasse toda a energia do resto do corpo. Não é crise, estou bem... Meu psiquiatra me viu essa semana... Meu pai também diz que estou melhor que muita gente. Aí é que tá: ele tira essa conclusão baseado nas responsabilidades que assumo diariamente - e talvez seja justo isso que esteja me adoentando. Talvez todos os exames alterados tenham essa razão de ser. Talvez guardar tudo isso só pra mim também esteja atraindo a Sombra ainda mais pra perto... Mas o mais estranho é que eu não tenho medo dela; temo mais por quem posso deixar pelo caminho...


Estranho: hoje me conheço muito melhor, mas "não reconheço mais meu coração, (...) não que ele se recusasse a bater".


Deixa: isso não é para fazer sentido mesmo.


Axé-Shalom-Amém!


(Música incidental: "Motor", de Maglore.)

domingo, 31 de março de 2024

"Palavra Acesa" - Quinteto Violado

"Se o que nos consome fosse apenas fome
Cantaria o pão
Como o que sugere a fome
Para quem come
Como o que sugere a fala
Para quem cala
Como que sugere a tinta
Para quem pinta
Como que sugere a cama
Para quem ama
Palavra quando acesa, não queima em vão
Deixa uma beleza posta em seu carvão
E se não lhe atinge como uma espada
Peço, não me condene, oh, minha amada
Pois as palavras foram pra ti, amada
Pra ti, amada
Oh, pra ti, amada
Palavra quando acesa, não queima em vão
Deixa uma beleza posta em seu carvão
E se não lhe atinge como uma espada
Peço não me condene, oh, minha amada
Pois as palavras foram pra ti, amada
Pra ti, amada
Oh, pra ti, amada
Pra ti, amada
Pra ti, amada
Oh, pra ti, amada..."

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Para uma boa faxina, é preciso tirar tudo do lugar

Arrastar móveis, tirar poeira, separar coisas que não queremos mais, enfim... Mas antes é preciso reconhecer a bagunça que nossa vida está.


Dizem que quando Exu tá nos guardando algo muito bom, ele dá uma "bagunçada" na nossa vida antes - outras religiões chamam isso de provação. Não importa, o processo é o mesmo, porque a Espiritualidade sabiamente não dá nada sem a certeza de que saberemos aproveitar as oportunidades.


Eu já tive essa sensação na vida: da Vida virar de cabeça pra baixo e, de repente, tudo se transformar - mas acima de tudo, EU me sentir transformada de dentro pra fora.


Um desses grandes processos que me transformaram foi ter tido a força de pedir a separação. Fui humilhada, perseguida, perdi muita coisa que me era cara (inclusive a guarda dos meus filhos), fui acusada de coisas que nunca fiz. Mas NÃO VOLTEI ATRÁS. Foi 1 ano procurando emprego enquanto segurava a onda de um Transtorno Bipolar desregulado (mais pra depressão) e dando uma lida aqui e ali pra tentar o Enem (no qual me inscrevi com o apoio da minha ex-sogra mas eu nem tava preocupada em passar ou não). Não dá pra contar nos dedos as madrugadas em claro que passei - ora por fome, ora por preocupação - ajoelhada, chorando e orando pedindo a Deus por forças pra superar aquela fase. Foi nessa época em que fui me aprofundando na Kabbalah e aprendendo a respeitar e confiar nos processos. De fato, até o fim do ano eu não tinha conseguido emprego, mas consegui o inesperado: mesmo fora do colégio havia mais de 15 anos e sem estudar, consegui no Enem nota suficiente pra entrar pelo Sisu em 2 universidades federais e ainda consegui vaga pelo Prouni.


O duro foi escolher o curso, mas depois de feita a matrícula, me senti a mulher mais poderosa do mundo, afinal, sozinha eu tava conquistando um dos grandes sonhos da minha vida! E ali eu já senti uma leve transformação: conseguia diferenciar quem era eu antes e quem passei a ser depois de ter me separado.


E a gente vai ficando mais madura e acha que já está ficando "velha demais" pra viver outro acontecimento que nos transforme tão profundamente... Ledo engano.


Mal sabia eu que ia viver um processo tão intenso quanto sair da realidade por um surto psicótico, ter passado uma temporada num hospital psiquiátrico vivendo e sentindo de tudo, sair e no processo de "reorganização da mente" cair direto numa pandemia... Mais de 4 anos de sensação de não-pertencimento e desorientação. Mas retomei a minha fé: voltei a entrar em contato com meus guias; pedi, implorei colo e orientação, e o mundo parecia continuar desmoronando... Mas nada é no nosso tempo, né? E no tempo certo veio um sinal daqui, outro dali, pessoas entrando em minha vida como se tivessem a missão de "virar chavinhas" na minha mente... E parece que meu coração acordou! Sim, toda aquela paixão de viver, realizar e fazer acontecer retornaram ao meu peito e já nem consigo me conter! Eu já nem me reconheço mais: é como se a Dannie de antes fosse outra totalmente diferente da de agora! 


Em primeiro lugar, já não venho me sentindo refém do Transtorno Bipolar (nem da depressão) faz tempo: aquela sensação que eu tinha antes de não fazer ideia de como eu iria me sentir nos próximos 5 minutos se foi. Me sinto estável e feliz por isso (enquanto antes a estabilidade dava tédio). Tenho muito mais consciência de quem sou e do que quero. É claro que a mudança de psiquiatra e o período de terapia TCC me ajudaram muito também, mas não dá pra ignorar que a forte experiência que vivi me transformou. Observando outras pessoas, percebo que é comum que quem passou por experiências extremas acabam dando mais valor às pequenas coisas da vida e à própria vida em si (ao contrário de quem foi mais "protegido" das dificuldades, digamos assim). E isso só faz eu me orgulhar da mulher que sou e que tenho me tornado a cada dia.


É isso: meus desafios ainda não findaram, mas os estou vivendo com a fibra que sempre tive e achei ter perdido. Mas, pra além disso: com a alegria da minha criança interior que por anos teve que sufocar seu real propósito.


E isso não tem preço.


"I'll be raising from the ground like a Skyscraper..." (Demi Lovato).


Axé-Shalom-Amém!

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

"Como se Duas Facas se Riscassem Procurando o Corte..."

Faz tempo que eu já não penso na gente, né... Eu sei, eu já tinha aceitado nosso destino, mas aquele sonho de setembro que veio do nada acendeu minha ansiedade. Ter sentido seu abraço, ouvido sua voz e ficar ali, assistindo você falar gesticulando do jeito que só você sabe mexeu tanto comigo que até demorei a acordar, sentindo sua presença tão forte me deixando aos poucos. 


E outros sonhos confusos eu tive, misturando mil paranoias. Perguntei então aos oráculos que já conheço, mas lê-los pra mim mesma já é complicado, ainda mais ansiosa. Então encontrei alguém que lesse pra mim - e as verdades que ouvi foram inacreditáveis: a pessoa refez todinha a nossa história na minha cabeça e eu entendi muita coisa. 


Então outros sonhos vieram pra acalmar ainda mais meu coração, como aquele sonho da Cartomante (em que eu embarcava numa viagem deixando o recado "ó, avisa a ele que não deu pra me despedir, mas assim que eu voltar, eu ligo") e um outro em que minha Cigana me avisou: "se acalma! Você não precisa fazer nada! Vocês têm dois processos a passar, e já passaram por um... Só falta o segundo..." (não entendi que "dois processos" são esses, mas eu sempre confio em meus guias).


Acho que, no fundo no fundo, pra começar, seria importante a gente um dia poder botar tudo em pratos limpos. Mas de forma madura: sem máscaras, sem mentiras, sem dramas. E pra ser bem sincera, apesar d'eu ainda saber que o amo muito, eu não faço ideia de qual seria minha reação se a Vida me colocasse de frente a você nesse momento. Porque são tantos sentimentos misturados... Tantas mágoas que calei na época, tantas perguntas, tantas fofocas que escutei, tantas incertezas... Sei que não sou santa e errei muito contigo, já inclusive busquei muitos meios de pedir perdão sem resposta, mas essas culpas hoje já não me pesam tanto nas costas. Talvez você esperasse de mim um ser perfeito demais pro que eu sou, talvez eu tenha atingido os seus pontos mais frágeis - mas, entenda: tudo que arde, cura. Ou você ainda não entendeu que eu não nasci pra ser seu estandarte, mas sim o mertiolate da sua vida e te questionar, enquanto a maioria sempre só soube te responder "eu concordo"?


Você também entrou na minha vida pra me ensinar muita coisa - inclusive que sou sim, capaz de ser amada, a acreditar mais em mim e na minha forma de amar, mesmo que pelos outros eu fosse considerada ridícula (até porque nós dois, quando juntos, não passávamos de dois ridículos - imagino Fernando Pessoa rindo de nós). Me ensinou justamente a buscar meu espaço de ser ouvida, quando nem eu mesma confiava na força da minha palavra... Seria por isso que você pode ter se sentido traído? 


E você já parou pra pensar alguma vez em como EU me senti traída tendo sido levada por você a acreditar numa história de amor que SÓ VOCÊ já sabia que não teria futuro? Quantas dúvidas e noites solitárias pensando em como me afastar pra não ser apenas mais um instrumento em suas mãos? Os planos que eu arquitetava caminhando até a Urca decidida a fugir dos seus gracejos, abraços (às vezes até carregando no colo), das flores e frutinhas que você arrancava dos arbustos do caminho e me oferecia; das centenas de mensagens a qualquer hora do dia ou da noite... Das 15, 20 ligações por dia, algumas de 2 horas de duração às vezes só falando bobagens (lembro até do dia que você me deu bronca porque a SUA mulher tinha visto no seu celular essas ligações que VOCÊ me fazia - eu sempre odiei ligar, até hoje sou da escrita)... E do coração que você desenhou e pintou no meu caderninho (sem deixar eu ver) dias depois de ter agradecido pela carta-declaração que te escrevi de aniversário mas dizer que "achava bonito, mas não sentia nada daquilo". Olha... Você me deu muito trabalho! Até mesmo no dia que conversei seriamente com você e pedi pra gente se afastar pois todo aquele "namoro de quinta série" tava me fazendo mal, e você até concordou (depois de muitos argumentos), escondendo os olhos vermelhos, mas não durou muito... Logo estávamos grudados de novo e era muito difícil amar alguém que dizia não me amar (por motivos que até hoje não entendo) mas agia como se eu fosse o amor de sua vida...


Mesmo assim, a gente se fazia bem. A gente estimulava o melhor um no outro. Você se interessava em ouvir meus problemas; meus pensamentos, sentimentos e intelecto, e toda vez que você estava a se posicionar impulsivamente da forma que aprendeu por anos, eu tava lá pra segurar sua onda e mostrar que não era bem por aí. Você era a Força, eu a Estratégia. Só que a Vida realmente teve que nos afastar, né: primeiro a ti, a quem "acusei" de jubilado. Depois a mim, que realmente fui jubilada, ironicamente. Engraçado, né... Bem, eu prefiro olhar hoje isso tudo com bom humor. Afinal, é o que me resta, dentre tantas preocupações que tenho que pensar agora... Acho que por isso também não tenho pensado em nós: agora eu sei dos meus processos antes de (re)inserir qualquer pessoa na minha vida - além de todos os meus problemas, eu vou ter que estar aberta ao que você tiver a oferecer. Será que eu tô pronta?... Você também deve estar tendo os seus processos - quem sou eu pra atrapalhar?...


Por isso sigo confiando na Espiritualidade: eles não erram nunca - quem erra sou eu que volta e meia interpreto tudo errado.


Axé-Shalom-Amém!

domingo, 21 de janeiro de 2024

Num dia, filhos dos filhos; no outro, pais dos pais

Na virada desse ano, perdemos 1 de nossos 4 cães: foi enquanto eu terminava de fritar rabanadas na cozinha que a nossa Pituca deu seu último suspiro, deitada no mesmo canto do sofá da sala, ao lado do meu pai, onde descansava enquanto encarnada. Fomos um tanto pegos de surpresa porque, apesar da longevidade dela, ela era a que ainda se apresentava mais saudável e ativa que as irmãs da mesma idade e a mais velha. Mas, enfim, só restou a meu pai esperar eu fritar a última rabada pra ajudar a ensacá-la num plástico reforçado e seguir a tradição da família de enterrar os cães no fundo do quintal.


Eu não sei se é assim com todo mundo, mas toda morte me faz refletir sobre os Ciclos da Vida. E não só mortes, mas nascimentos também - eu lembro bem de quando eu estava grávida (e estive por 4 vezes, 2 nascimentos e 2 abortos espontâneos - ou seja, os 2 extremos). O fato da Pituca ter partido justamente na antevéspera do réveillon, momento em que fechamos o ciclo de um ano para receber um novo; logo após também eu ter fechado um ciclo e aberto um novo no meu aniversário 2 semanas antes, toda essa reflexão sobre ciclos giraram ainda mais e mais na minha mente.


Afinal, já que não tenho mais avós vivos (a "última sobrevivente", minha avó paterna, se foi aos 99 anos em 2022) e que minhas sementes já estão maduras, eu já tava naquela fase de me preparar pra POSSIVELMENTE ser avó (o mais velho já disse que não quer ter filhos, mas já a caçula, não faço ideia - só espero que não tão jovem, claro). Porém, ao acompanhar minha mãe ao médico essa semana (e eu nem iria, só peguei carona no Uber que meu pai pediu), essa questão não é a única que a meia-idade está me trazendo.


Já há tempos que venho correndo contra o tempo pra voltar ao mercado de trabalho depois da internação e do período pós pandemia, infelizmente, sem sucesso. A idade sempre pesa. Enquanto isso, venho ajudando em casa e cada vez mais, pois minha mãe é obesa mórbida e tem problemas de mobilidade. A medicação parece também estar  deixando seu raciocínio cada vez mais lento, então, além da limpeza de uma casa que comporta 4 pessoas e agora, 3 cães, também fico responsável por cozinhar pra família toda quase todo dia. Além do mais, também ajudo meu pai com as compras semanais, e quanto mais o tempo passa, percebo que ele, que sempre foi resistente, anda cada vez mais cansado - afinal ele sempre fez tudo por todos em casa e já vai fazer 73 anos. Aliás, logo depois da morte da minha avó no ano retrasado, ele já começou a me preparar sobre quais procedimentos tomar caso aconteça algo a ele (tipo, acionar o seguro funerário, solicitar a pensão da minha mãe, anunciar e vender seus equipamentos do estúdio, etc). Agora ele está com cirurgia de catarata marcada, o que precisa de acompanhante, e já me deixou de sobreaviso. Até aí, tudo tranquilo. O problema é que minha mãe também está com catarata e, a princípio, somente meu pai iria acompanhá-la nos exames. Ainda bem que eu também estava lá: foi difícil subir no ônibus até o metrô, depois fazê-la subir as escadas, depois passar na passarela (porque ela entrou em pânico), depois descer as escadas, entrar no metrô, sentar (até outras pessoas tiveram que ajudar), depois mais escada pra subir, outra passarela pra entrar em pânico e alguns metros pra andar até chegar em casa. Fizemos o percurso num tempo 4 vezes maior que o normal, até porque toda hora minha mãe parava dizendo que ia desmaiar. E depois de 8 horas fora de casa e todo esse trabalho físico e emocional, ainda tive que cozinhar. E o pior: marcaram o retorno pra amanhã. Foi aí que meu pai se deu conta que não dará conta sozinho e pediu minha companhia novamente. E aí, pensei: "E agora? Meus pais estão precisando cada vez mais de mim!! Como seria conseguir lidar com um emprego regular e dar conta disso tudo (além da minha própria saúde física e mental)???".


Abri meu coração pro meu pai pra, quem sabe, me ajudar a ter uma ideia. Afinal, eu preciso ter minha renda, ainda quero reformar meu cantinho, comprar minhas coisas de forma independente (e minhas economias estão indo embora...). Eu preciso mesmo de algum tipo de home office, algum freelance... Mas não faço ideia de por onde começar... Mas tô confiando que a Espiritualidade vai me inspirar porque a fé sempre me salvou nos momentos mais cruciais da vida, e de braços cruzados não estou.


Bem, até lá, ainda tenho que aprender com meu pai a lidar com a bomba d'água, checar as caixas d'água, terminar o "pré-inventário" do estúdio... E buscar o perfeito equilíbrio entre a entrega necessária e o autocuidado e autopreservação.


Até porque, qualquer dia desses, são meus pais que partirão, e o que restará será eu com o que fiz e farei.


É o Ciclo da Vida.


Axé-Shalom-Amém!

sábado, 13 de janeiro de 2024

Carta a um alguém que não está podendo ler (favor, pedir alguém que a duble)

Você foi a pessoa que mais me machucou na vida: em suas mãos, descobri todo tipo de ferida que uma pessoa pode causar a outra. Você sugou toda minha juventude e me cerceou até nos sentimentos. Enjaulou minha autenticidade e me sufocou nos espartilhos dos seus moldes. Me fez me abrir sobre meus traumas e depois os usou contra mim.


Me enlouqueceu acusando-me de louca, me incapacitou me chamando de incapaz... E me fazia sentir culpa, porque, afinal, você fazia aquilo tudo "por amor". 


Demorei anos de relacionamento pra abrir os olhos, 2 anos de terapia, mas comecei a entender que não fazia mais sentido nem me dar ao trabalho de bater de frente - afinal, eu já tava exausta. E foi assim, numa dessas noites de exaustão de tantas ameaças que, em silêncio, eu disse pra mim mesma: "não quero mais não". E ainda esperei uns dias em silêncio, por um momento em que você não estivesse alterado, pra comunicar minha decisão. CÉUS, FOI COMO ENTRAR NO OLHO DE UM FURACÃO!! Tempos depois, você se fez de manso e sugeriu mantermos o "bom convívio pelo bem dos nossos filhos", pediu pra ficar mais uns dias até achar um lugar pra ficar e eu, tola como sempre, confiei em você. Mal sabia eu que você preparava a segunda armadilha mais cruel que poderia ter me cometido - e ainda esperou pelo meu aniversário pra isso. Meu aniversário de 30 anos foi REALMENTE INESQUECÍVEL - pena que tão negativamente.


Essa foi a SEGUNDA armadilha mais cruel, porque a primeira veio depois: quando viu que não tinha mais jeito, me deixou sozinha com nossos filhos pequenos à míngua, enquanto se exibia em noitadas pelas redes sociais. Por mim, não interessava com quem você estivesse (na verdade eu desejava muito que você encontrasse alguém pra que você me esquecesse), mas assistir meus filhos passar fome sem eu mesma ter condições físicas, mentais e nem sequer suporte familiar pra mudar isso me doía a alma mais do que meu estômago doía na hora de dormir por basicamente tirar comida da minha própria boca pra dividí-la entre meus filhos. E em seguida, se aproveitou da situação pra ir tirando meus filhos gradualmente de mim, mas o espaço aqui é pequeno demais pra esmiuçar os detalhes, e hoje, nem vim aqui pra isso.


Só tentei seguir minha vida da forma mais correta possível, consegui ingressar numa universidade pública que me fornecia uma bolsa que segurava bem meus gastos, você casou várias vezes - e eu sempre fiz questão de ser amiga de todas as suas mulheres, afinal, conviveriam também com meus filhos - mas com a verdade por anos entalada na garganta. Também nunca o critiquei na frente dos nossos filhos: eles não tinham culpa e eu sempre confiei muito na inteligência deles, na hora certa eles entenderiam tudo. Além do mais, tudo que eu queria era PAZ, coisa que você não me dava nem mesmo se relacionando com outra mulher. Foram ANOS de perseguição e a única forma de sobrevivência que encontrei na época foi bloqueá-lo em todas as redes sociais. E assim pude ao menos me concentrar na vida acadêmica.


Mas saiba que em todos esses anos de separação, obviamente, amei sim - "muitos, bem mais e melhor que você", como diz a música do Chico. E pra ser mais específica, foi com alguém com quem sequer fui pra cama que encontrei o Verdadeiro Amor, digno de contos de fadas... Sabe olhar nos olhos de alguém, ver o brilho no olhar, e sentir num abraço que esse alguém se importa DE VERDADE? Tipo isso e muito mais... E foi nessa época em que compartilhei com ele momentos dos mais mágicos que fiquei sabendo, pela família da sua mulher na época, que você estava hospitalizado. POSSO CONFESSAR UMA COISA? Quando eu soube dos detalhes, coloquei Beth Carvalho nas alturas e desandei a sambar pela sala!! Hahahahah (Tá, não me orgulho muito hoje, mas não sou santa e nem capacho pra ser tão pisada.) Nunca tive tanto a fé renovada no Universo, pq eu sequer jamais me preocupei em me vingar de todas as suas psicopatias, mas o karma veio, né? Fazer o quê?...


E muitos anos se passaram, muita coisa aconteceu (até B.O. contra mim de uma doida com a qual você resolveu casar oficialmente e tinha implicância gratuita comigo), tive a crise que me levou à internação, e logo que você soube que eu já estava de novo em casa, me procurou amistoso - novamente "pelo bom convívio em nome de nossos filhos". E passamos uns 4 dias trocando mensagem, a princípio amistosamente (e eu pensando, talvez ainda muito dopada de remédio: "é, acho que finalmente a Vida o ensinou..."), até que o tom da conversa foi mudando (de propostas +18 até pedido pra voltarmos, né???), e depois das minhas negativas firmes, não deu 2 dias, mudou o status da rede social para "em um relacionamento sério com 'Fulana de Tal'" ("Fulana" essa que eu sequer tinha ouvido falar!). MDS, tive uma crise de risos sem igual! (Sabe a Bruna Marquezine tentando definir "LIVRAMENTO" à Blogueirinha? Pois é.)


Nesses quase 5 anos desde que tive alta da internação, continuamos a nos relacionar socialmente - como você disse, eu reitero: pelo "bom convívio em nome dos nossos filhos" (mesmo que seja MUITO difícil às vezes, porque conheço poucas pessoas tão egocêntricas quanto você). Mas foi na Umbanda que você me apresentou que aprendi a levar a vida na malandragem do Seu Zé, no empoderamento da Pombagira, na sabedoria do Preto Velho... Então nada me perturba mais.


Mas, veja bem: "não imagine que te quero mal...", já dizia Lulu Santos! Soube recentemente que você tá enfrentando um novo problema de saúde ainda mais grave que aquele outro de mais de 10 anos atrás. Dessa vez, não sambei com Beth Carvalho quando soube. Também não senti pena ou coisa que valha. Simplesmente... Não... Senti... NADA. Nem mesmo o gostinho de vingança que é tão saboroso a nós, que temos Vênus em Escorpião... Acho que esse karma que pagas agora não tem nada a ver comigo. Tomara realmente que todo o procedimento dê certo e tals, mas tô cheia de "foda-se", sabe? ACHO QUE É ISSO!! O meu verdadeiro sentimento neste momento é "cada um com seus B.O.s" (e eu já tô com vários).


Sinto muito, não me leve a mal por esta carta tão sincera e aberta (e talvez escrita num momento um tanto inadequado [?]), mas bateu a esperança de que, ao menos depois que você conseguir lê-la, você FINALMENTE APRENDA com essas lições da Vida - em meu nome e em nome de todas as pessoas às quais você já prejudicou de alguma forma - não vim aqui julgar ou dedurar, sua consciência é seu guia, até porque você já passou o Cabo da Boa Esperança e a Calunga te espera (como a todos nós, um dia).


Fique bem e, parafraseando o divino André Gabeh: Desejo sucesso.