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terça-feira, 26 de março de 2019

The Walking Dead

Aqueles que me adoecem dizem que a doença sou eu. Parecem não enxergar o mal que fazem - matam aos poucos e depois do resultado, gargalham por sobre o cadáver.

Eu queria muito estar fazendo algo mais útil, mas nessas condições, é impossível: pelo menos na minha solidão eu conseguia escrever e lidar com a minha fé. Nesse hospício aqui onde tentam me adoecer o tempo todo, é impossível sequer pensar em algo. Até meus dons nos quais eu confiava falham: nem pra jogar tarot eu sirvo mais. Me sinto imprestável (a não ser pra quem quer me usar de alguma forma).

É como se eu tivesse morrido sem ter deitado. Sou o mais legítimo walking dead - só que com "reações monetárias". Mais Androide do que nunca, só que um robô que não dança. Nem canta. Nem consegue mais ser feliz por mais de 5 minutos (isso porque muito se esforça) - a Odalisca respira por aparelhos.

segunda-feira, 11 de março de 2019

Sonhos - ou "A Quem Você Serve?"

Será que agora entendo os pesadelos que se repetiam quando eu era criança?... Nada muito repetitivo, talvez 2 ou 3 vezes cada um, mas sempre instigaram muito - talvez por isso eu nunca os tenha esquecido, mesmo depois de quase 30 anos.

Num desses sonhos eu estava prometida de me casar com um rapazinho muito simpático, todos o adoravam, mas certas coisas começaram a se mostrar contraditórias, então fui parando de beber a tal "água mágica" que ele vivia oferecendo a todos com promessas de verdadeiros milagres, mas que ao parar de ingerir descobri aos poucos ser na verdade uma espécie de alucinógeno que nos fazia enxergar um "rapazinho muito simpático" onde na verdade havia um Demônio ENORMEEE, um diabo no estilo Arcano 15 do Tarot de Marselha em versão verdadeiramente assustadora, e eu tentava denunciá-lo a todos alertando que parassem de beber daquela água, mas ninguém queria me ouvir, totalmente seduzidos com as promessas do Grande Demônio - até que descobri que na verdade o tal casamento era uma espécie de ritual no qual eu seria sacrificada "por um bem maior" (talvez até pela Humanidade, pois nada nesse sonho era pequeno, tudo era assustadoramente grandioso). Todos caçoavam de mim enquanto eu, muito triste, ia me cansando e aceitando o meu destino e o tal casamento com aquele ser estranho. Lembro de mim mesma com muita raiva por dentro mas triste e cansada por fora pois eu já não via mais solução, enquanto era vestida de noiva por todos que pareciam me ignorar e continuar rindo. Fui, então, no "grande dia", colocada numa espécie de altar de mármore no alto de uma torre gigantesca (também de mármore - o cenário típico de um ritual de sacrifício) que nos deixava, a mim e ao tal Demônio, exatamente de cara pr'uma galáxia que eu não lembrava o nome ("seria Andrômeda?", me questiono hoje em dia). Foi quando se acendeu um enorme relógio e começou uma contagem regressiva, o que fez celebrar uma pequena plateia que aguardava ansiosa lá em baixo. Em meio a esses, percebi transitar um outro "rapazinho" disfarçado - eu estava ainda deitada sobre o altar, sem esperanças, fitando as estrelas cadentes e outros eventos celestes que volta e meia vinham me distrair de tão perto, quando senti um sinal muito forte me alertando da presença dele. Num impulso, voltei-me de bruços pra confirmar essa presença lá em baixo, mas eu sentia também que eu não podia transparecer o que eu sabia. O tal Demônio perguntava o que, afinal, eu estava vendo ou procurando; eu tentava desconversar. Mas ao menos pude voltar a deitar a cabeça no mármore frio admirando as estrelas com muito mais tranquilidade, afinal aquele pelo qual eu tanto tinha esperado, o auxílio suplicado aos Céus por todo aquele período, finalmente tinha me encontrado e estava muito perto - e foi assim, respirando aliviada, que eu acordei.

Esse sonho - e outros que tive entre os 8 e 15 anos - têm rondado muito a minha mente nas últimas semanas, talvez por estarem muito próximos do que sinto viver hoje: quem (ou O QUÊ) seria o tal Demônio? Que "água" tão sedutora era essa que fazia todos os meus parentes agirem de forma tão irracional e não-empática, ignorando meu sofrimento mental? Qual era o verdadeiro objetivo deste tal Demônio?

O "pecado" pode se expressar de várias formas, das mais variadas, e ela está muito mais relacionado à falta de empatia a outro ser humano (o famoso EGOísmo) do que a qualquer outra coisa - se "só o Amor (Ágape - que vem de D'us, não-romântico) conhece o que é Verdade", e esse Amor de Coríntios 13 fala de nada mais que essa forma de Empatia, aquele que não compreende e acolhe a outro ser humano em suas diferenças e vivências NÃO AMA, nunca amou e portanto é hipócrita quando fala de D'us. A Cobra de Gênesis nunca foi sobre Sexo (que aliás, nunca foi pecado) mas sim sobre a Mentira: pra cumprir seu objetivo, fosse qual fosse, a Cobra foi capaz de não só mentir pra Eva como também de convencê-la a mentir a Adão sem medir nenhuma consequência - por pura Maldade? Por Inveja? EGOísmo? Não importa: o que importa não só pra nós aqui como também para D'us é que a Cobra NUNCA SE IMPORTOU com ninguém - tipo quem diz que "os fins justificam os meios" (a ideia mais usada no mundo pra justificar pequenas e grandes crueldades, inclusive históricas).

Quantos seres humanos (que se dizem cristãos por aí) você tem visto ultimamente servindo mais à Cobra (que engana com um Falso Poder hoje em dia expresso em dinheiro, fama, machismo, racismo, LGBTfobia, psicofobia e outras formas de opressão ou tentativa de domínio) do que a D'us (ou que dizem fazê-lo em nome "dEle")?... O parâmetro é fácil: está na falta de Empatia.

Não é bem "o quê" ou "quem": muitas vezes demônios só aparecem na nossa vida pra mostrar as faces sujas de toda a humanidade.

E você: a quem serve? A quem tem servido?

Axé-Shalom!

(P.S.: A propósito, nem todo afastamento é Depressão - muitas vezes é apenas questão de escolher viver distante de quem nos faz mal ou de quem ataca/fere a nossos valores, ou seja, sinal de inteligência. Só tem medo da solidão quem não se ama. Se não sabe, não fale - até a próxima!)