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domingo, 16 de outubro de 2016

C'est la vie, c'est fini

São 19:11 de um domingo quente e entediante, na entressafra inverno/primavera. Cupins alados perturbam a concentração - um tanto difusa, obviamente, já que não consigo me concentrar em apenas uma leitura por vez; menos ainda na internet. A luz do escritório parece ter vida própria e eu tento fingir indiferença quando ela me surpreende apagando e acendendo sozinha. Deve ser um mau-contato simples, mas a coluna dói e tudo que consigo fazer é apenas olhar um pouco frustrada para o alto na tentativa de identificar o tal defeito de longe.

Pages vão, pages vem, todas desfilando pelo scroll do mouse. Ainda distraída, me deparo com o clipe daquela música do Rubel - aquela que me apareceu recentemente embalando aquela saudade maldita que eu estava de você há algumas semanas, antes de minha total decepção. A música é linda e tals, não há quem não concorde. Mas eu já nem mais a queria ouvir, só de lembrar q ela me lembraria você. Mesmo diante da surpresa (ou por causa dela), não resisti e com um clique, a música ressoou pelo pequeno ambiente, parecendo contaminar e se gravar em todas as paredes da casa que você nunca visitou.

É fácil até pra mim mesma reconhecer o quanto essa canção muda até meu olhar sobre as coisas. Pelo menos não me angustio mais, porque a saudade, infelizmente, virou indiferença - mas só depois de uma boa fase de raiva descontrolada, daquelas q inspiram ideias de vingança duramente cruéis. Apesar de não serem do meu feitio, sou humana e sinto, também, uma vontade quase irrefreável de socar a sua cara, mesmo quando te puxo pela mão para um canto para conversar, como quem conversa pacientemente com uma criança de 5 anos, pra esclarecer nossas diferenças e as suas atitudes que me irritam. Pareço até uma pessoa equilibrada quando faço isso, né... E da última que você aprontou, não tive nem mesmo a oportunidade de lhe puxar pela mão, para um canto, e conversar com a voz serena, ainda que meus olhos pudessem liberar raios coléricos.

E isso quase me matou.
Mas não matou não, não se preocupe.

Aliás, nada disso ainda me matou nesses últimos anos, desde que te conheci. Nem matará - hoje eu sei. E mais uma vez, tirei uma lição: quem está comigo agora é porque quer, realmente. Porque contratempos acontecem sempre, mas a gente dá ainda mais força a eles quando não tá lá também tão a fim... E se a saudade dói em mim e não em você, é porque a falta que sinto é na verdade da pessoa que você foi, da relação que a gente teve, do carinho que você me deu e me tinha. A gente muda, né?... Não devia ser surpresa que você mudaria. Então eu decidi também mudar e querer ficar com quem quer ficar comigo. E pra quem não quer... Oxe! Liberdade! Liberdade pra todo mundo, pra você, e pra mim, que não sentirei mais essa necessidade de me preocupar com as suas necessidades: fica todo mundo feliz assim.

Claro, dizer que não sinto mais saudade, não sou capaz. Dizer que não amo mais, tanto menos... Até porque, se fosse verdade, não estaria eu aqui, escrevendo ao som de Rubel uma carta pra você, que provavelmente nunca lerá.

Pessoas vem e vão, entram e saem da nossa vida. Achei que com a gente ia ser diferente, mas to aprendendo que as coisas são assim mesmo... Só não entendo ainda porque, mesmo depois de tudo, seu espectro ainda reside aqui neste ar que respiro. Neste escritório solitário, me acompanhando na xícara de café. Nessas paredes dessa casa que você nunca visitou.

E, certamente, nunca visitará.

Shalom!


segunda-feira, 13 de junho de 2016

O que você quer saber de verdade

As mais belas palavras do mundo se extraem da tristeza.

Um bocado de tristeza não é requerido apenas pra fazer samba, como disse um dia o poetinha Vinicius de Moraes. A Língua Portuguesa se veste de gala pra exprimir a dor - talvez eu não devesse ter lido tanto Fernando Pessoa e Florbela Espanca.

A plenitude não combina com a bela escrita. A plenitude faz a inspiração do escritor escoar.

E nos últimos dias, não consigo ficar triste nem com a falta de inspiração.

A felicidade de aceitar a própria loucura me torna sã. Talvez eu demore ainda mais um tempo pra me adaptar e evoluir a ponto de extrair o melhor da escrita, mesmo enxergando pelos óculos cor-de-rosa da serenidade do ser.

"Mais louco é quem me diz..."

Será esse o encerramento, depois de 8 anos, da "Balada do Louco"?

"... Mas não é feliz..."

A vida é feita de ciclos, e pra um deles se abrir, é necessário fechar outro.

"... Eu sou feliz!!"

Shalom!
Namastê!



(...)


quinta-feira, 24 de março de 2016

Somewhere only we know

Era cansaço - meus olhos quase se fechavam antes mesmo que eu tivesse chegado à cama.

Já recostada na cama, o celular, ali ao lado, dá sinal de que havia chegado uma mensagem de texto. Tentando alcançar o aparelho, em muxoxo e com braços cambaleantes, finalmente li o recado enviado.

Não havia assinatura, mas eu bem sabia de quem era. Nada muito "relevante"; apenas algumas palavras que me deixaram feliz: "Eu sabia que voltaríamos a trabalhar juntos. Estou muito feliz. Está marcado para entre 10 e 11 horas.".

Satisfeita, na penumbra da sala, descansei finalmente minha cabeça sobre o travesseiro, e meus olhos, aos poucos se fechavam levemente...

Da "outra dimensão", vim direto para esta. Meus olhos imediatamente acordaram observando o sol suave que entrava pela janela neste feriado nublado.

Olhei para o relógio. Eram 7:30 da manhã. Por que eu acordava tão cedo??? Talvez a questão nem fosse realmente essa, mas sim o porquê daquela sensação de plenitude pelo sonho que eu acabara de ter. Quem era você? Que novo projeto seria esse? Será que aquele pessoal que me "sequestrou" meses atrás, me liberou finalmente??

Quem vai saber? - sei que eu saberei, um dia, num dia e momento certo, numa catarse repentina. Até lá, adiantará ficar me questionando?

Guardo então apenas a alegria do novo encontro, do novo projeto, do novo entusiasmo e a felicidade genuína que isso tudo me trouxe, mesmo depois de desperta.

Porque nada é por acaso.

Namastê!


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Eu sou

Vocês já se deram conta que, se o Universo está  em expansão, e nós fazemos parte deste, nós também estamos em expansão?

Nós, talvez sejamos nada além de pura poeira de estrelas e vácuo. Um punhado disso. Uma crescente amoeba de poeira de estrelas e vácuo pairando no absoluto não-existir.

Como foi que os cientistas descobriram que havia um não-existir?? Pelo simples fato do Universo estar em expansão e existir?? Porque a vida é feita de dualidades??

QUEM FOI QUE DISSE QUE EXISTE UM DEUS E UM DIABO????
Se na mais intrínseca Chama da Vida sabemos apenas que existimos. Nao há o não-existir, simplesmente porque nao há como não existir! Existimos. Somos. Apenas.

Não há batalha do bem e do mal porque eles simplesmente são apenas Um.

Não há feminino ou masculino porque são tão somente apenas Um.

Nao há cedo ou tarde, apenas o Agora. Não há sim ou não - tampouco espaço pr'um talvez; não há eu ou você, apenas nós.

Nao há espaço nem ao menos pro ódio ou paixão. Porque tudo somente É Amor.

Sim, não passamos de um punhado de poeira de estrelas e vácuo em expansão.
Poeira de estrelas, vácuo e Amor.

Shalom!
Namastê!