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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A Roda da Fortuna 2 (ou O Castelo de Cartas)

Eu já não entendo mais nada... Nem prevejo mais nada da vida. Quando fujo de um caminho por insegurança, me aparece outro. Quando fujo do outro caminho prá não sofrer, caio no primeiro caminho de volta. E assim vou indo e voltando, como bolinha de pingue-pongue. Vivo permanentemente numa encruzilhada, ou a encruzilhada anda me seguindo.

A roda anda girando... Rápido demais pro meu gosto. Estou ficando meio nauseada apesar de gostar de sentir o vento nos cabelos. Afetos têm se solidificado e se confundido numa velocidade estonteante e creio que no fim, quem vai acabar passando mal serei só eu. Normal prá alguém que adora autosabotagem.

Não, eu não planejei nada! Até me espanto com o rumo que as coisas vão tomando... Só que nesse castelo de cartas, Rei e Valete andam se alternando. A Rainha de Copas ordena agora "cortem-lhe a cabeça!", simplesmente porque resolveu se amar demais. O Valete pode ter muito a ver com isso, mas foi a cabeça do Rei que padeceu.

Bem, na verdade nessa história o que menos tem é cabeça. Tem o carinho de Copas, o orgulho de Ouros, a criatividade de Paus e a luxúria de Espadas. Razão que é bom, fica de fora. E quando eu me forço a ter só um pouquinho dela tudo parece ter o maior sentido, ainda que não tenha. Deve ser uma dessas coisas que a gente traz de muitos séculos... Que vêm se arrastando até que realmente seja resolvido. Só que dessa vez eu não tenho a mínima pista do caminho a tomar - e eu queria muito. Porque dessa vez - e só dessa vez - eu queria não me machucar e nem machucar nenhum dos envolvidos: guardo Rei e Valete no cofre dos afetos verdadeiros, até porque eles ajudaram a Rainha de Copas a se amar mais também.

Na falta de razão, que rolem os dados!

Shalom!



Onde tudo começou: A Roda da Fortuna (http://maisloucoequemmediz.blogspot.com.br/2012/04/roda-da-fortuna.html)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

"Palavras não falam" - Mariana Aydar

"Eu não escrevo pra ninguém e nem pra fazer música
E nem pra preencher o branco dessa página linda
Eu me entendo escrevendo
E vejo tudo sem vaidade
Só tem eu e esse branco
Ele me mostra o que eu não sei
E me faz ver o que não tem palavras
Por mais que eu tente são só palavras
Por mais que eu me mate são só palavras

Eu não escrevo pra ninguém e nem pra fazer música
E nem pra preencher o branco dessa página linda
Eu me entendo escrevendo
E vejo tudo sem vaidade
Só tem eu e esse branco
Ele me mostra o que eu não sei
E me faz ver o que não tem palavras
Por mais que eu tente são só palavras
Por mais que eu me mate são só palavras

Eu me entendo escrevendo
E vejo tudo sem vaidade
Só tem eu e esse branco
Ele me mostra o que eu não sei
E me faz ver o que não tem palavras
Por mais que eu tente são só palavras
Por mais que eu me mate são só palavras
Só palavras 
Só palavras..."


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Sincronias

E decretado foi que o amor é findo. Acabou-se, c'est finite, aqui jaz. Porque tem tanta coisa acontecendo ao meu redor que seria pouco inteligente me agarrar a esse sentimento. Já passei por isso, eu sei bem. E bem eu também estava, aliviada, livre enfim! "Vamos viver" passou a ser meu lema. Carpe diem, meu mantra.

Acordei recordando momentos. Natural, afinal nenhum amor morre assim de repente: precisa de muitos "tiros de misericórdia". Dei mais um. Botei minha melhor roupa e saí, em companhia de queridos.

Papo vai, papo vem. Me inquieto na cadeira. Lembrei que minha mochila com meu celular estavam no cômodo ao lado, eu não o ouviria tocar. Mas, afinal, quem ligaria prá mim??? A inquietação só aumentou e logo me vi levantando e indo buscar o tal aparelho.

Surpresa maior foi ver que você tinha acabado de tentar me ligar, numa dessas loucas sincronias da vida.

Respirei fundo. Resolvi ligar de volta porque a saudade era grande. Mas eu precisava ser forte. Meus amigos, em volta, me ajudaram.

Desculpe, mas não estou mais disponível.
Não até que pelo menos você realmente queira.

Sim, sou mais forte do que eu imaginava.

Shalom!

sábado, 25 de agosto de 2012

Tudo o que eu queria te dizer...


É seu aniversário. Você tinha me pedido um presente, e eu pensei em diversas coisas que eu pudesse comprar que podiam ser (ou parecer) especiais. Não encontrei. Só me restou entregar o que eu tenho de mais precioso: o meu coração.

Meu coração está entregue a você, eu estive entregue. Talvez eu esteja desde o primeiro dia, em que vi toda minha infância passar dentro de seus olhos. Ou desde a primeira vez em que nos abraçamos quando, prá minha própria surpresa, minhas pernas perderam as forças e eu não entendia o porquê. Talvez tudo tenha começado num beijo - mas não sei exatamente em qual, pois em todos eu perdi a razão e o raciocínio. Indo por eliminação, talvez eu tenha me entregado num dos beijos tão intensos a ponto de me fazerem sentir lágrimas na garganta. Mas daí eu teria que escolher um para o ponto de partida, e eu, sinceramente, sou incapaz de fazê-lo...

Quando começou, pouco importa. O que importa é que você conseguiu de mim algo que eu sempre resisti a entregar: meu coração. E não só o coração, mas também todo o pacote que o acompanha: corpo, mente, espírito... E não porque os anulei, mas porque eles se encontraram em você.

Explicação, não tem. Eu amo tudo o que vejo e sinto em você, e quanto mais eu o conheço, menos me decepciono. Mas é fácil se apaixonar por alguém tão fascinante - basta estar distraída. E você me pegou assim, num momento em que tudo o que eu queria era justamente não me apaixonar...

Eu te amo. Simplesmente queria te dizer isso. Mais por mim mesma que por você. Talvez você esqueça tudo o que eu quis dizer logo depois de ter lido, não me importo: talvez eu também esqueça. Talvez o presente não seja seu, e sim para mim mesma. Mas era o que eu queria te dar: uma tentativa de explicar as contradições que me movem por dentro. Ou a taquicardia que ainda me ataca quando te vejo.

Ainda que meus lábios nunca mais encontrem os seus, eu te amo. Ainda que meu corpo nunca sinta recônditos do seu (o que parece já conhecer de cor), eu te amo. Ainda que esse amor tenha que ficar guardado em algum lugar do Universo, congelado e sem esperanças, eu te amo. Hoje posso dizer que aprendi a amar porque te conheci. E isso basta. Obrigada por ter feito parte da minha vida, por ter enxergado em mim o que eu nunca tinha reparado e por ter me feito gostar mais ainda de mim do jeitinho que eu realmente sou.

Que o Universo te abençoe com tudo o que mereces e desejas, até mesmo pelo mérito que tens de ser o homem que és.

Au revoir!
Shalom!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Pense bem

Tenho sido infiel aos meus remedinhos. Sim, sei que estou errada, mas acabei pulando doses no corre-corre diário, às vezes ficando sem eles por dias... Enquanto a gente tá bem, não tá nem aí, né? Até que pequenos cacoetes voltam a perturbar e dormir se torna uma tarefa quase inglória. A mente acelerada já não deixa a gente entrar em conclusão de nada... Daí a gente se dá conta: tá tudo errado!

Mas já estou regularizando-os novamente... Me esforçando prá não me deixar perder nenhuma dose... E eu já estou vendo tudo mudar novamente. Os rompantes emocionais vão ficando prá trás - e não que isso não seja bom, no entanto a sensação de não sentir nada, anestesiada emocionalmente me dá medo. Déja vù, vocês sabem. E hoje, amanheci assim como Dorothy acordou logo após o tornado: com a sensação de quem caiu de paraquedas na própria estória.

A verdade é que um pouquinho de racionalidade não faz mal a ninguém. Dá até prá encontrar alguma beleza na solidão... Sem ela eu não poderia ter voltado da noite de ontem já de manhã, nem ter curtido minha ressaca sozinha. Nem ter me esparramado na cama logo depois de vomitar e tomar banho, sem encheção de saco. Claro que a liberdade em si também deixa-nos confusos, porque toda decisão que tomamos tem um peso enorme nas nossas costas. Mas me parece certa covardia querer alguém só prá não sentir tanto o peso das próprias decisões.

Não, não sou contra os casos de amor, pelo contrário!!! Continuo uma romântica incurável - ainda que eu não a seja por hoje. Mas olhando prá trás e observando tantas outras vidas, penso "será que é mesmo isso que eu quero?". O ser humano nunca sabe direito o que quer... Eu devia era aproveitar o que tenho em mãos!

Porque não sou o tipo da mulher que a maioria dos homens desejam ter: posso ser uma dama na sociedade, uma puta na cama, mas nunca a Maria que fica em casa, preparando o jantar enquanto o moço passa o dia fora. Acreditem, eu já tentei ser. Não funciona. É legítimo que o cara tenha que sair para ganhar o mundo, mas eu vou querer sair e ganhar o meu mundo também!! E ao chegar em casa, vou empurrar a bagunça pro lado e me esparramar no sofá prá descansar - não vou tentar ser a super-mulher. Porque não tenho o mínimo talento nem paciência prá faxina, prá manter a casa brilhando, enquanto a cabeça tá fervilhando de ideias.

Pois é: você vai me amar, vai me querer prá sua vida, vai me achar fascinante e logo logo vai ver o fascínio ruir pela minha falta de perfeição. Pelo meu quarto adolescentemente bagunçado. Vai perder a paciência quando ligar pedindo que eu faça algo me ouvindo responder que não vou fazer. Porque não vou, não to a fim e pronto!! Já passei uma vida inteira de subordinação, foram mais de 30 anos prá eu me descobrir e me aceitar assim, do jeitinho que eu sou. E, de brinde, ainda venho com uma necessaire cheinha de remedinhos... Pensando bem, será que você vai querer isso mesmo?

Pensando bem: será que EU quero isso mesmo?

Shalom!

Enquanto isso, em Veneno Vicioso: http://venenovicioso.wordpress.com/2012/08/23/the-road-so-far/

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

"Miragem" - Dani Black

Tarde mágica, cheia de pequenos milagres. Coisas tão bobas que eu mesma não tinha dado atenção. Até que tivemos de nos despedir.

Estiquei o braço por cima do seu ombro, me aproximei mirando o centro da sua face. Distraída, nem vi que no meio do caminho você desviou agilmente, marcando com o fogo de um beijo molhado o canto direito na minha boca.

Vertigem.




"Amar sem ver se vai doer
Nada que eu diga nessa canção
Mostra ou explica meu coração

Sem mais saber como dizer
Frases perdidas me levam ao chão
Você me leva sem direção

Vou pro seu mundo e vivo essa viagem
Por um segundo eu fico, é só de passagem...
Miragem

Faz conhecer o prazer, o melhor sabor de amar
É descobrir, poder ver o que existe além-mar
E nessa viagem sinto o meu mundo mais colorido
E agora eu já nem sei mais onde vai parar

Eu digo, se um dia eu não souber amar
Não puder cantar pelo seu melhor
Nesse dia eu não serei mais eu
Só serei um ser triste ao meu redor"

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Bem vindo de volta!


Onde estiveste este tempo todo, Príncipe Negro? Onde te escondeste enquanto eu me acostumava com tua ausência? Por que retornas agora, com teu cavalo branco? Vieste me salvar desse mundo cruel?

Não sei, só sei que foi bom te reencontrar. Recordar os bons momentos que vivemos, a tua voz quando se faz de manhoso, o carinho nos torpedos no celular, a química nos momentos quentes.

Muitas vezes me perguntei por onde andavas, onde ficava teu reino, por que a vida nos distanciava daquela forma... E, por algum motivo que desconheço, pensei em ti durante os últimos dias, depois de tantos meses, já sem esperanças de retomar o contato porque eu tinha perdido teu telefone e você só teria o meu outro número que foi cancelado... Era tudo o que tínhamos um do outro: algumas fotos no computador e o número do telefone. Não precisávamos de redes sociais, nem emails, nem instant messengers - um amor pé-no-chão. Como é possível, nos dias de hoje, ser feliz com tão pouco?

Daí você me liga. Quando disse seu nome, nem acreditei. Como você tinha conseguido meu número novo??? Você ainda tinha as minhas fotos no computador??? As perguntas ressoavam na minha cabeça, mas não as externei: fiquei que nem menina boba, querendo saber de você, o que andava fazendo, quase sem acreditar que você ainda pensava em mim observando as fotos e, agora, me ligando...

Leva-me ao teu castelo, me faz feliz de novo! Retornemos de onde paramos, aproveitando que a Vida - esta que nos separou - agora nos une novamente.

Dá-me tua mão, mais uma vez, Príncipe Negro. Vem ser rei do meu castelo; deixa-me mais uma vez reinar na tua cama. Decretemos estado de felicidade universal!


Shalom!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Onde o sapato aperta...

Por que choras, menina? O que há? Se ele tomou seu coração e também te ama, que mal pode haver?

Ah, claro, tem aqueles problemas... A distância, por exemplo. O toque realmente faz falta, mas não dá prá aplacar com as palavras de carinho?

Difícil é amar, saber-se amada e ter que fingir que nada está acontecendo, porque, simplesmente... Não sei. Porque eu devia estar sendo menos idiota? Porque eu deveria cobrar uma atitude? Ou porque a tal atitude deveria partir de mim?... Eu não sei! Só sei que eu to enovelada nessa estória, e quanto mais eu tento sair, mais dá nó. Então eu choro, choro... Prá ver se alguém vem em meu socorro. E, adivinha: ninguém vem!

Porque ele não pode me ligar toda vez que pensa em mim. Porque ele não pode dizer tudo o que sente por mim, e prá ele é muito mais fácil, porque há alguém que o distraia dessa angústia. Porque toda vez que o desejo desperta em nós, é fácil pra ele virar as costas e se concentrar no próprio lar, enquanto eu fico, coração na mão e grito na garganta.

Não chora, menina, não chora... Seu amor pode ser declarado escancaradamente, e seu alguém te faz o mesmo. Queria eu, ao menos virtualmente, ter essa alegria... Mas tenho que sufocar engasgada com tudo isso que corre na minha mente e no meu coração. Essa vida clandestina não é nada fácil... E eu sei que não a mereço. Mas to aqui, não é?

Pensando bem, chora, menina! Chora que as lágrimas são de água e sal, elas lavam as tristezas todas embora... Temos dores distintas, mas gostaríamos muito de ter a dor uma da outra. Você deseja o toque, o abraço... Eu desejo as palavras. Você deseja a presença que eu tenho, eu desejo sua liberdade de expressão. Mas temos algo em comum: a sensação de vazio. A sensação de querer esticar a mão e poder tocar, ali, nosso objeto de desejo. De querer dizer "vem" sabendo que em 10 minutinhos ele vai estar ali...  Essa sensação é a mesma, disso eu entendo. Por isso eu digo: chora. Porque chorar ajuda a esvaziar o "copo até aqui de mágoa"... É o que tem me ajudado.

Que os orixás nos auxiliem...
Shalom!


terça-feira, 7 de agosto de 2012

"Ilegais" - Vanessa da Mata



"Desse jeito vão saber de nós dois
Dessa nossa vida
E será uma maldade veloz
Malignas línguas
Nossos corpos não conseguem ter paz
Em uma distância
Nossos olhos são dengosos demais
Que não se consolam, clamam fugazes
Olhos que se entregam
Ilegais

Eu só sei que eu quero você
Pertinho de mim
Eu quero você
Dentro de mim
Eu quero você
Em cima de mim
Eu quero você

Desse jeito vão saber de nós dois
Dessa nossa farra
E será uma maldade voraz
Pura hipocrisia
Nossos corpos não conseguem ter paz
Em uma distância
Nossos olhos são dengosos demais
Que não se consolam, clamam fugazes
Olhos que se entregam
Olhos ilegais..."

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

"Breve Canção de Sonho" - Zélia Duncan



"Dormi sozinha e acordei
Cantando a nossa canção
Canção que só escutei
Num sonho que eu não lembrei
Mas juro havia paixão


Não sei se posso falar assim do que vi
Você cantava pra mim
Suspiros, flores, perdão
Canção de amor é assim


Não sei se posso falar assim do que vi sem saber
Você cantava pra mim
Se é ato falho, não sei
Canção de amor é assim"