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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

ATOTÔ!

Atotô! Preciso de silêncio!
Simplesmente pra escutar meu coração.
Seus gritos me ensurdecem e me ferem,
E nem ao menos tanto encontro explicação.
É tanto ódio, mágoa e ressentimento,
E nem ao menos 'cê me dá a solução -
Ao invés disso, bate a porta e planta ventos,
Depois retorna, me exigindo proteção.
E quando eu digo "pare!", não se toca
Apenas pra chamar mais atenção.
Mas de tudo, pense: o que é que dá em troca?
Só Castelos de Tijolos de Sabão.
Já chega! Eu não quero mais mentir,
nem procurar um deus na televisão.
Eu só almejo Paz para seguir
com a Vida; num caminho em contramão
a esse de dores, dramas e perseguição,
Que romantiza transtornos
Brincando com a Morte em vão.

Sinto muito, mas assim não quero não.

sábado, 17 de novembro de 2018

Nem tudo o que você quer é o que você merece II

1996, como já comentei aqui, foi um ano muito intenso pra mim. Foi uma época em que a Espiritualidade parecia querer me despertar através de sonhos, alguns que também já comentei.

Certa vez sonhei que subia no terraço de um prédio muito alto, e logo que saía do elevador, cada pessoa era convidada a sentar numa das várias folhas de vitória-régia que flutuavam em fila na direção de um monge budista. Pra cada um que se aproximava, ele passava uma mensagem de reflexão individual, e eu via todos saírem muito satisfeitos e em paz - eu mal podia esperar pela minha mensagem.

No entanto, quando a minha folha se aproximou do monge, seu rosto sereno se fechou e ele me disse de forma seca : "Você precisa parar de usar as pessoas". Apenas. A minha folha de vitória-régia foi se afastando e ao acordar eu ainda estava em estado de choque. Afinal, o que eu mais via acontecer era pessoas me usarem, e até abusarem. Mesmo assim, guardei a mensagem pro resto da vida, pra manter-me vigilante. Hoje, depois de mais de 20 anos, acho que entendi que a mensagem não era bem pra mim...

Às vezes a gente sisma de querer as coisas do nosso jeito, e nem percebe o quanto tem sangrado dando murros contínuos em ponta de faca. E só hoje também entendo que quando a gente para de lutar contra o Destino, ele finalmente se aproxima, senta ao nosso lado, segura nossas mãos e olha nos nossos olhos, devolvendo a Esperança que um dia se perdeu junto com todo o sangue que perdemos em batalhas sem sentido.

A cura é possível sim. Cicatrizar é possível. Basta a gente parar de se sabotar e olhar ao redor: há vários caminhos que não tínhamos percebido antes, caminhos com menos buracos e pedregulhos... Caminhos plenos que levam à Paz. Mas é só quando estamos em paz, que conseguimos enxergar a esses caminhos.

O mundo às vezes dá voltas tão surpreendentes que chegam até a assustar. Mas é nessas surpresas da Vida, no rompimento dessas velhas estruturas, que percebemos que se não temos agora o que a gente quer, é porque pode haver algo muito melhor à frente...

D'us, de fato, é infinitamente misericordioso - mas apenas para os que também são. Assim como ele também pune com crueldade aquele que praticou a crueldade contra outrem. A sociedade em si pode ainda não ter nenhuma definição consensual sobre ele, mas o fato é que apenas 1 palavra pode defini-lo, ao meu ver, com exatidão: e essa palavra é JUSTO.

Por isso hoje sou grata, porque ele me mostrou a Sua Promessa.

Axé-Shalom!

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Coisas que sonhei...

Quando eu tinha 15 anos, os blockbusters eram falados por meses, diferente de hoje e dia - e na época eu estava na onda de ter assistido a "Independence Day", pela paixão por um dos atores so filme que na época eu achava ser "minha alma gêmea", o ator Jeff Goldblum.

Na época sonhei que eu, ele e Will Smith, outro ator do filme, éramos muito amigos e trabalhávamos na Força Aerea Americana. Eles eram apaixonados por mim e eu gostava dos 2, acabava ficando com nenhum. Mas Jeff Goldblum descobria ter uma doença terminal e tinha decidido morrer "com honra": se ejetaria de uma aeronave durante uma missão e cairia em alto-mar, morrendo no impacto. Will Smith e eu tentávamos demove-lo da ideia, mas muito teimoso, ele insistiu. O ajudamos a acobertar a simulação de uma falha técnica e ele teve sucesso. Devastados, Will Smith e eu nos consolávamos nos questionando "por que ele tinha que fazer isso?..." e de repente eu me dava conta de que o meu Destino talvez fosse mesmo ser feliz com ele.

Em 31 de Outubro de 2016, tive outro sonho que me remeteu a esse: dessa vez Jeff Goldblum resolvia se matar enforcado em uma corda. Mais uma vez todos tentaram convencê-lo do contrário pois a doença tinha cura, mas ele insistia, e se despedia de todos confiante e despretensiosamente; aproveitava que estava mais popular ao redor do mundo por causa disso tudo. Fez tour internacional, sempre acompanhado da atual esposa e eu (????); até eu chegava a dar autógrafos. Ao fim do dia da Contagem Final (que seria o fim de um dia 13 de Novembro) estávamos os 3 no jardim dele: ele no meio apreensivo, a atual esposa dele do outro lado do banco de cimento parecendo impaciente (o que me fez me perguntar por um segundo se a impaciência seria por causa da herança) e do lado de cá eu: sentada, preocupada, dolorida, com um estranho sentimento de luto... Mas aceitando que não tinha mais jeito. Esse luto estranho me acompanhou ainda por alguns dias - até que chegou o dia d'eu entrar pra ocupação. E a data ficou marcada porque, ao acordar, meu pai me entregou 2 tíquetes de um sorteio de loja que ocorreria também dia 13 de Novembro. Achei que eu ganharia algo, o que não aconteceu, mas ainda sinto que algo acontecerá: nesse sonho, Jeff Goldblum tinha 73 anos. O inverso da minha idade atual.

Não sei se tudo está escrito... Não sei se somos mesmo nós que alteramos o nosso Destino... Pois somos deuses, não é?

Talvez eu devesse, como no segundo sonho, simplesmente aceitar o luto e seguir em frente.

É assim que a Vida é.
Ou é assim que tem que ser.

Axé-Shalom!

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Lágrimas de uma Guerreira

Que já são chegados os tempos, os mais atentos já puderam confirmar. Tudo tem acontecido ao redor do mundo de forma tão rocambolesca, que se torna muito óbvio ser uma estratégia divina pata a Grande Revelação - afinal, em ano de Xangô, nenhuma máscara fica intacta.

Mas não é fácil. Desde os primeiros momentos do ano tenho presenciado verdadeiras bravatas, psicológicas e energéticas. Gente que acreditei que estaria do meu lado hoje, mas que escolheram um desvio de rota - ou até pior: se aproveitaram do meu descanso para atacar minhas carnes. Sabe como é: a fome no Grande Campo das Batalhas Mundanas é tão grande que perturba facilmente o juízo de guerreire mais imprevidente... Mas sabe como é também: em minha defesa, preciso fazê-les conhecer o sabor da minha Espada. Atravesso-lhes a garganta e sigo sem olhar pra trás: qualquer segundo de desatenção e eles conseguem nos prender pela culpa. Mas hoje sei que não devo mais sentir culpa de desejar o sangue de hipócritas que tentaram roubar minha própria vida. É tempo em que os humilhados serão exaltados, é o momento em que D'us enche a Taça dos Justos como prometido, para que comam em sua mesa. E eu não preciso buscar o sangue de ninguém - é D'us que o traz pra mim. E eu nem faço muito: apenas me comprometo com o Propósito que Ele me entrega nas mãos e me mantenho fiel a Seus Desígnios, sem nenhum tipo de submissão, pelo contrário: quando abro minhas portas pra D'us, ele me transforma em um pedaço dEle. E me torna capaz de ser algo pra além de mim mesma e das banalidades materiais. O impossível se torna REAL.

É um pouco triste também relembrar daqueles que ficaram pelo caminho, pois ainda me corrói a angústia da dúvida de saber se ainda nos encontraremos do outro lado do Paraíso quando o Caos tiver descido da Terra. Aqueles trigos que semeamos pelos campos, vingarão? Será que vai dar tempo de fazer tudo antes que finalmente saia o último e derradeiro trem? Será que terei que aceitar deixar ainda mais gente pra trás nesse Caminho que D'us quer pra mim? Será que não posso fazer mais nada?

Eu sei que tenho que aceitar, mas é duro. Duro, transformador, decisivo e necessário. Às vezes o Plano Espiritual tem um plano pra nós mas, por ignorância e seduzidos pela vaidade, utilizamos nosso livre-arbítrio de forma inconsequente - tendo eu tantas memórias de vidas passadas, inclusive das que fui suicida, tenho plena consciência disso. Eu só queria que as pessoas a quem amo não tivessem que ter seus sonhos triturados pelo Moinho das Ilusões, e só perceberem que não há mais volta quando for tarde demais.

Até porque, não poderei mais voltar atrás pra ajudar. Mesmo que eu quisesse. "Ordens superiores".

"Não precisa morrer pra ver D'us" - basta ser feliz e fazer alguém feliz.

Axé-Shalom!