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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

ATOTÔ!

Atotô! Preciso de silêncio!
Simplesmente pra escutar meu coração.
Seus gritos me ensurdecem e me ferem,
E nem ao menos tanto encontro explicação.
É tanto ódio, mágoa e ressentimento,
E nem ao menos 'cê me dá a solução -
Ao invés disso, bate a porta e planta ventos,
Depois retorna, me exigindo proteção.
E quando eu digo "pare!", não se toca
Apenas pra chamar mais atenção.
Mas de tudo, pense: o que é que dá em troca?
Só Castelos de Tijolos de Sabão.
Já chega! Eu não quero mais mentir,
nem procurar um deus na televisão.
Eu só almejo Paz para seguir
com a Vida; num caminho em contramão
a esse de dores, dramas e perseguição,
Que romantiza transtornos
Brincando com a Morte em vão.

Sinto muito, mas assim não quero não.

sábado, 17 de novembro de 2018

Nem tudo o que você quer é o que você merece II

1996, como já comentei aqui, foi um ano muito intenso pra mim. Foi uma época em que a Espiritualidade parecia querer me despertar através de sonhos, alguns que também já comentei.

Certa vez sonhei que subia no terraço de um prédio muito alto, e logo que saía do elevador, cada pessoa era convidada a sentar numa das várias folhas de vitória-régia que flutuavam em fila na direção de um monge budista. Pra cada um que se aproximava, ele passava uma mensagem de reflexão individual, e eu via todos saírem muito satisfeitos e em paz - eu mal podia esperar pela minha mensagem.

No entanto, quando a minha folha se aproximou do monge, seu rosto sereno se fechou e ele me disse de forma seca : "Você precisa parar de usar as pessoas". Apenas. A minha folha de vitória-régia foi se afastando e ao acordar eu ainda estava em estado de choque. Afinal, o que eu mais via acontecer era pessoas me usarem, e até abusarem. Mesmo assim, guardei a mensagem pro resto da vida, pra manter-me vigilante. Hoje, depois de mais de 20 anos, acho que entendi que a mensagem não era bem pra mim...

Às vezes a gente sisma de querer as coisas do nosso jeito, e nem percebe o quanto tem sangrado dando murros contínuos em ponta de faca. E só hoje também entendo que quando a gente para de lutar contra o Destino, ele finalmente se aproxima, senta ao nosso lado, segura nossas mãos e olha nos nossos olhos, devolvendo a Esperança que um dia se perdeu junto com todo o sangue que perdemos em batalhas sem sentido.

A cura é possível sim. Cicatrizar é possível. Basta a gente parar de se sabotar e olhar ao redor: há vários caminhos que não tínhamos percebido antes, caminhos com menos buracos e pedregulhos... Caminhos plenos que levam à Paz. Mas é só quando estamos em paz, que conseguimos enxergar a esses caminhos.

O mundo às vezes dá voltas tão surpreendentes que chegam até a assustar. Mas é nessas surpresas da Vida, no rompimento dessas velhas estruturas, que percebemos que se não temos agora o que a gente quer, é porque pode haver algo muito melhor à frente...

D'us, de fato, é infinitamente misericordioso - mas apenas para os que também são. Assim como ele também pune com crueldade aquele que praticou a crueldade contra outrem. A sociedade em si pode ainda não ter nenhuma definição consensual sobre ele, mas o fato é que apenas 1 palavra pode defini-lo, ao meu ver, com exatidão: e essa palavra é JUSTO.

Por isso hoje sou grata, porque ele me mostrou a Sua Promessa.

Axé-Shalom!

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Coisas que sonhei...

Quando eu tinha 15 anos, os blockbusters eram falados por meses, diferente de hoje e dia - e na época eu estava na onda de ter assistido a "Independence Day", pela paixão por um dos atores so filme que na época eu achava ser "minha alma gêmea", o ator Jeff Goldblum.

Na época sonhei que eu, ele e Will Smith, outro ator do filme, éramos muito amigos e trabalhávamos na Força Aerea Americana. Eles eram apaixonados por mim e eu gostava dos 2, acabava ficando com nenhum. Mas Jeff Goldblum descobria ter uma doença terminal e tinha decidido morrer "com honra": se ejetaria de uma aeronave durante uma missão e cairia em alto-mar, morrendo no impacto. Will Smith e eu tentávamos demove-lo da ideia, mas muito teimoso, ele insistiu. O ajudamos a acobertar a simulação de uma falha técnica e ele teve sucesso. Devastados, Will Smith e eu nos consolávamos nos questionando "por que ele tinha que fazer isso?..." e de repente eu me dava conta de que o meu Destino talvez fosse mesmo ser feliz com ele.

Em 31 de Outubro de 2016, tive outro sonho que me remeteu a esse: dessa vez Jeff Goldblum resolvia se matar enforcado em uma corda. Mais uma vez todos tentaram convencê-lo do contrário pois a doença tinha cura, mas ele insistia, e se despedia de todos confiante e despretensiosamente; aproveitava que estava mais popular ao redor do mundo por causa disso tudo. Fez tour internacional, sempre acompanhado da atual esposa e eu (????); até eu chegava a dar autógrafos. Ao fim do dia da Contagem Final (que seria o fim de um dia 13 de Novembro) estávamos os 3 no jardim dele: ele no meio apreensivo, a atual esposa dele do outro lado do banco de cimento parecendo impaciente (o que me fez me perguntar por um segundo se a impaciência seria por causa da herança) e do lado de cá eu: sentada, preocupada, dolorida, com um estranho sentimento de luto... Mas aceitando que não tinha mais jeito. Esse luto estranho me acompanhou ainda por alguns dias - até que chegou o dia d'eu entrar pra ocupação. E a data ficou marcada porque, ao acordar, meu pai me entregou 2 tíquetes de um sorteio de loja que ocorreria também dia 13 de Novembro. Achei que eu ganharia algo, o que não aconteceu, mas ainda sinto que algo acontecerá: nesse sonho, Jeff Goldblum tinha 73 anos. O inverso da minha idade atual.

Não sei se tudo está escrito... Não sei se somos mesmo nós que alteramos o nosso Destino... Pois somos deuses, não é?

Talvez eu devesse, como no segundo sonho, simplesmente aceitar o luto e seguir em frente.

É assim que a Vida é.
Ou é assim que tem que ser.

Axé-Shalom!

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Lágrimas de uma Guerreira

Que já são chegados os tempos, os mais atentos já puderam confirmar. Tudo tem acontecido ao redor do mundo de forma tão rocambolesca, que se torna muito óbvio ser uma estratégia divina pata a Grande Revelação - afinal, em ano de Xangô, nenhuma máscara fica intacta.

Mas não é fácil. Desde os primeiros momentos do ano tenho presenciado verdadeiras bravatas, psicológicas e energéticas. Gente que acreditei que estaria do meu lado hoje, mas que escolheram um desvio de rota - ou até pior: se aproveitaram do meu descanso para atacar minhas carnes. Sabe como é: a fome no Grande Campo das Batalhas Mundanas é tão grande que perturba facilmente o juízo de guerreire mais imprevidente... Mas sabe como é também: em minha defesa, preciso fazê-les conhecer o sabor da minha Espada. Atravesso-lhes a garganta e sigo sem olhar pra trás: qualquer segundo de desatenção e eles conseguem nos prender pela culpa. Mas hoje sei que não devo mais sentir culpa de desejar o sangue de hipócritas que tentaram roubar minha própria vida. É tempo em que os humilhados serão exaltados, é o momento em que D'us enche a Taça dos Justos como prometido, para que comam em sua mesa. E eu não preciso buscar o sangue de ninguém - é D'us que o traz pra mim. E eu nem faço muito: apenas me comprometo com o Propósito que Ele me entrega nas mãos e me mantenho fiel a Seus Desígnios, sem nenhum tipo de submissão, pelo contrário: quando abro minhas portas pra D'us, ele me transforma em um pedaço dEle. E me torna capaz de ser algo pra além de mim mesma e das banalidades materiais. O impossível se torna REAL.

É um pouco triste também relembrar daqueles que ficaram pelo caminho, pois ainda me corrói a angústia da dúvida de saber se ainda nos encontraremos do outro lado do Paraíso quando o Caos tiver descido da Terra. Aqueles trigos que semeamos pelos campos, vingarão? Será que vai dar tempo de fazer tudo antes que finalmente saia o último e derradeiro trem? Será que terei que aceitar deixar ainda mais gente pra trás nesse Caminho que D'us quer pra mim? Será que não posso fazer mais nada?

Eu sei que tenho que aceitar, mas é duro. Duro, transformador, decisivo e necessário. Às vezes o Plano Espiritual tem um plano pra nós mas, por ignorância e seduzidos pela vaidade, utilizamos nosso livre-arbítrio de forma inconsequente - tendo eu tantas memórias de vidas passadas, inclusive das que fui suicida, tenho plena consciência disso. Eu só queria que as pessoas a quem amo não tivessem que ter seus sonhos triturados pelo Moinho das Ilusões, e só perceberem que não há mais volta quando for tarde demais.

Até porque, não poderei mais voltar atrás pra ajudar. Mesmo que eu quisesse. "Ordens superiores".

"Não precisa morrer pra ver D'us" - basta ser feliz e fazer alguém feliz.

Axé-Shalom!

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Depois da Tempestade, a Bonança

Os últimas tempos têm sido gastos por mim na observação da natureza. E nisto tenho tirado também muitas lições pra vida.

Quando uma tempestade está prestes a chegar, as aves percebem isso na mudança dos ventos. Buscam, juntas a seus pares, um abrigo seguro, mas algumas vezes os ventos confusos acabam os separando, deixando alguns pelo caminho, por não saberem lidar com a força desses ventos. Então a lei da sobrevivência faz com que cada um busque se salvar individualmente para quando a tempestade tiver se dissipado. É quando uns começam a procurar pelos outros: alguns sobem nos postos mais altos e começam a cantar forte, olhando pra baixo e em volta enquanto terminam de secar as próprias penas - exatamente como nós humanos fazemos num cenário de pós-guerra, chamando por nossos parentes em meio ao caos. Estes então parecem congelar atentos: parece terem ouvido uma resposta. Gritam mais algo e após a tréplica, vem o final feliz: encontram-se no ar e rodopiam como se celebrassem, partindo em seguida juntos para um local que parece pré-estabelecido.

A Vida às vezes é assim: às vezes ventos fortes tentam nos separar daqueles que amamos, então só nos resta salvar a nós mesmos inicialmente, cuidando das penas para quando isso tudo passar - porque tudo na vida passa. E, como na natureza, chega sempre o final feliz: um chamado, uma conversa, como canto de pássaros, capaz de trazer a tranquilidade e a paz tão necessárias após termos enfrentado a batalha dos Fortes Ventos da Vida, para enfim descansarmos juntos aos nossos, no Ninho Sagrado das Afeições.

Não se desespere! O Arco-Íris é a pintura do caminho a seguir para a Promessa que D'us tem guardado para nós. Ao fim do Arco-íris há mais que potes de ouro - há tesouros aos quais sequer somos capazes de dar nomes aqui na Terra...

Não se preocupe: nada foi, é ou será por acaso.

Axé-Shalom!

terça-feira, 16 de outubro de 2018

As Lições do Tarot de Cada Dia

Cada consulta de Tarot é um aprendizado. Parece que os caminhos certos trazem as pessoas certas, que parecem trazer respostas pra questões pessoais e metafísicas minhas. Mas mais pessoais.

Essa semana tive uma enxurrada de jogos - e uma enxurrada de lições também. Tenho refletido muito sobre cada atendimento, cada conversa... E às vezes o que pode estar sendo um problema pra alguém, pode ser minha solução.

Eu sempre tive problemas com questões de apego - mas o apego afetivo, já que ainda consigo sobreviver ao desapego físico. Meu coração fica ali, agarradinho àquela pessoa, situação ou ideia, mesmo que seja impraticável (e eu já saiba lidar com isso). Acho que tenho que aprender a libertar meu coração - afinal, se ele fica agarrado à uma ideia, não sobra braços pra ideias novas... E se eu já fiz tudo que pude e a ideia continua impraticável, talvez seja hora de me desapegar dela e agarrar essas novas ideias que surgem.

Talvez seja isso, me libertar de fato do passado pra poder receber o que sempre sonhei. Não há mais tempo pra esperar num beco-sem-saída. O relógio costuma ser cruel com mulheres como eu - as que não desejam parar de estudar. Não é deixar de ser exigente, mas ser menos... seletiva. É, acho que é isso. Ampliar o leque de possibilidades. Criar outros fins. Nem tudo precisa ser exatamente como eu quero, né... Nem tudo precisa ser...

To aprendendo? Será que aprendi de vez a sair da minha Zona de Conforto?..

Axé-Shalom!

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

A Zona de Conforto

É ela que forma uma gaiola em torno de nós que nos afasta de D'us; é o instrumento do Oponente (o Satan bíblico) para nossa autossabotagem. Michael Berg diz que quanto mais distantes da Zona de Conforto, mais perto estaremos de sermos D'us, e assim, também de realizar o impossível.

A minha Zona de Conforto parece ter sido dizer verdades demais. Muitas vezes as coisas saem de mim como que pulassem da boca de uma criança, mas tenho que reconhecer que minha vaidade é querer estar (ou parecer) sempre certa - quando eu mesma não estou certa de nada. Contraditoriamente, esse é o motivo de algumas pessoas se aproximarem de mim. E também o mesmo motivo que afasta essas mesmas pessoas: "Eu a amarei e a temerei... E pelas mesmas razões!", ouvi mais de uma vez, de pessoas diferentes na vida, mas nunca tinha entendido muito bem... Até agora.

Todos nós, de forma inconsciente, elegemos uma forma de chamar a atenção para si: algumes provocam brigas, outres estudam muito, ou ainda se escondem para terem certeza de que serão procurades. Creio que sejamos tomades por uma ou outra força predominante, mas já tentamos chamar atenção de todas essas formas em algum momento. Pois então: creio que minha força predominante, minha maior armadilha, meu tikun a ser corrigido, seja mostrar que sei demais. Sabendo ou não, não preciso me expor tanto. O que explicaria o fato de ter me sentido bem mais serena nos últimos tempos, por justamente ter escolhido um pouquinho mais de descrição. Em silêncio, reflito melhor: "ok, eu sei disso, sei que é assim. Mas vai ajudar algo ou alguém dizer isso agora?" - bom, ao menos tento, né... Acho que tenho conseguido, e essa paz que tenho sentido só prova que estou no caminho certo para exercer o domínio do meu próprio Universo, assim como D'us.

E você? Como trabalha o seu Inimigo (lembre-se que ele é você)? Onde está localizada a sua Zona de Conforto? Até onde está disposte a ser, de fato, D'us?...

Axé-Shalom!

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

A Kabbalah nas Relações Humanas e Sociais

Quando a gente quer tudo do nosso jeito, é o EGO falando mais alto. Não levamos em consideração as expectativas e desejos do outro, queremos do nosso jeito e pronto.

Tenho aprendido que as coisas não são bem assim, como eu quero. Que respeitar um Plano Maior é respeitar a coletividade. Que quando a gente quer só pra si, não ganha nada. O que é meu nunca é realmente meu; o que realmente me pertence são riquezas que ninguém pode roubar. Toda vez que dei algo de coração, foi um presente a mim mesma. E às vezes os presentes que retornam se disfarçam de coisas não-palpáveis: um abraço, um segredo, uma ligação. Você dá, você se sente recebendo - talvez seja o momento de perceber que o outro é, na verdade, EU. E que esse EU - que é Superior a nós mesmos e presente em todos nós - é D'us.

Enfim, nosso Eu Superior está em nós, mas também no outro. Muitas vezes, mais no outro que em nós mesmos. Uma vez conscientes disso, fica mais iluminado o caminho para romper com padrões repetitivos que não desejamos mais. Geralmente fazemos ao outro o que uma terceira pessoa nos fez em algum momento. E o outro resolve reagir da mesma forma que uma outra pessoa reagiu com ele. Daí costumamos reagir com ainda mais mágoa, ninguém se entende... Ciclos viciosos, caros amigos... Ciclos viciosos...

Tenho visto, vivido e lido muita coisa que têm me trazido à extrema reflexão. Tenho tentado, assim, quebrar esses ciclos que se tornam os elos que nos acorrentam às frustrações do EGO - especialmente quando ele se manifesta querendo algo egoistamente. As coisas nem sempre são como a gente quer, né?... E lutar contra isso - agora sei - é como dar muro en ponta de faca; só machuca. Então passei a aceitar. Têm coisas que não mudam, não há nada que eu possa fazer contra isso - mas deve haver alguma outra coisa que eu possa mudar, né? Sempre tem... Então é nessa que me concentro.

Às vezes a gente espera demais por algo, sem perceber que está sendo bombardeada de Presentes do Universo por todos os lados. Quando focamos na Escassez, é só Escassez o que percebemos. Quando focamos na Abundância, é isso então que passamos a atrair.

"Amai ao próximo como a ti mesmo" pois "vós sois deuses" - a nossa realidade está sempre em nossas mãos.

Axé-Shalom!

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Lua Nova em Libra - Ho'oponopono

Às vezes a gente só quer ser feliz... Mas só sabe se sabotar.

Fecho os olhos pra quem quer me enxergar, foco o olhar em quem nem sequer me vê.

Por que fazemos isso???

Não sei se é essa Lua Nova, se são os Céus ordenando que reorganizemos nossas relações... Uma Vênus em Escorpião é sempre transformadora; é um signo que ensina como renascer depois de morrer. Talvez por ter morrido algo em mim (um processo que já tenho desenvolvido há algumas semanas na verdade, de me jogar direto na fogueira pra poder me libertar). Fato é que há uma insatisfação muito grande, e não é de hoje; uma sensação de desequilíbrio, de esgotamento. Ter remexido em meu passado foi doloroso e engrandecedor nesse sentido... O que ajudou a definir o que quero das minhas relações, e também o que não quero. O que posso dar, até onde dar sem me sentir assim. Já to velha demais pra ficar repetindo os mesmos erros, as mesmas autossabotagens... Pra ficar perseguindo o inatingível, decifrando o indecifrável. Idealizar (pessoas, situações, etc) só me parece ser o segredo da ruína. E estou agora criando bases fortes pra não ruir novamente.

A você que chegou, mas teve que sair da minha vida (ou a quem preferi afastar), minha gratidão. Cada um de vocês, gratidão. Mesmo pelos males, os abusos, pela maledicência, gratidão. Com vocês aprendi, finalmente, que há um tesouro de valor inestimável guardado dentro do meu peito. E que trancá-lo dentro de mim nunca livrou nem vai me livrar da dor. Eu só tinha que aprender a escolher melhor x destinatárix e a medida. Eu ainda faço muita gente feliz. E hoje sou feliz por isso.

Sinto muito. Me perdoe. Eu te amo. Sou grata.

Axé-Shalom!

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Arcano XX - O Julgamento

Eu sinto que não sou mais eu. Sinto que sou uma coisa muito maior mas que parece sair de dentro de mim mesma. Uma Força inexplicável que parece me direcionar àquilo que eu realmente vim fazer na Terra. Talvez seja o que chamam de Despertar Espiritual e eu sei que nisso eu não estou mesmo só.

Chegou a hora de decidirmos se somos joio ou trigo - se somos terra fértil para o Bem ou se semearemos espinhos. Nosso futuro depende das nossa atitudes de aqui-agora. Estamos preparados pra encarar nossas Verdades? Estamos prontos pra largar nossas sandálias e vestes pra trás e seguir o Caminho pelo qual o nosso Destino chama?

Ouvimos tanto a cabeça nos últimos milênios... É hora de ouvir o Coração!

Será um prazer tê-los comigo nessa jornada!

Axé-Shalom!

sábado, 29 de setembro de 2018

Meu Cansaço

Às vezes, ser tão autêntica, cansa.
Muitas vezes, ser tão exagerada cansa.
Ser tão bipolar, cansa.
Ser tão emocional, cansa.
Ser tão "ovelha negra da família" cansa.
Ser tão considerada "maluca impulsiva e inconsequente" mesmo tendo refletido sobre tudo, cansa.
O tempo todo, ser tão entregue, cansa.

Até minha criatividade tem se cansado. Tenho lidado melhor com os estudos, pois assim é mais fácil fugir do cansaço de ser eu mesma.

Cansa menos revisitar tempos tão longínquos que eu não era nada disso que sou hoje (não que hoje eu fosse lá grande coisa, pelo contrário) - mesmo que eu ainda não saiba muito bem o que fazer com o turbilhão de pensamentos e sentimentos que vêm junto com essas memórias.

Sei que eu devia estar escrevendo sobre isso tudo, Amigos Espirituais, já que foi pra isso que me foi dado o dom, mas escrevendo O QUÊ exatamente?

Certamente, de todas as possibilidades sobre o que eu deveria estar escrevendo, e-mails são opções que deveriam estar em último lugar...

Foi mals aê, Miguel Arcanjo, já que hoje é seu dia e ainda estou em dívida contigo... Mas leva minha mensagem, por favor. Não quero mais mal entendidos...

Amém? Amém.

Shalom!


"Very hard to explain why you're mad
Even if you're not mad..."

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

"EU SOU o Caminho, a Verdade e a Vida"

Sempre que eu ouvia ou lia essa frase atribuída a Jesus, eu achava contraditório: como um cara tão pé-no-chão , gente-como-a-gente, ia dizer algo assim, tão pedante?

"Eu Sou" é uma expressão que quer dizer para muitos esotéricos (e isso me inclui) o "eu superior", a expressão de D'us em nós, a Consciência Suprema. Não era à toa que Jesus costumava dizer coisas como "conhece a ti mesmo" e "vós sois deuses" - frase essa que ele tirou da Torah, da qual ele tinha profundo conhecimento e que é a base da Kabbalah Judaica.

Jesus sempre dizia, de uma forma ou de outra, que D'us está não só dentro de nós como também de todas as outras pessoas, por isso respeitar e amar ao próximo é respeitar e amar ao próprio D'us. Ele nunca escondeu que gostava de metáforas, e essa era uma prática contumaz entre os magos kabbalistas mais antigos. Ele era um verdadeiro místico e filósofo, o que me leva a entender que nessa frase, o tal "Caminho, Verdade e Vida" na verdade estariam dentro nós mesmos; cada um de nós tem suas próprias respostas, seus próprios caminhos designados pelo Divino, e que o único caminho para ouvir a D'us é ouvir ao próprio Coração - ou o que muitos chamam de Intuição, Pressentimento, Chamado, entre outros.

A questão é: procuramos muito por D'us (e por nossas respostas) pelo lado de fora. Mas o quanto estamos dispostos a encontrá-los (as respostas e D'us) dentro de nós mesmos?

Não sei ao certo (também temos que considerar) se esta frase está bem traduzida ou não (sabe-se lá quantas versões existiram até essa que nos chega às mãos hoje em dia?). Mesmo assim, quanto mais estudo a bíblia, mais consigo destrinchar dilemas mágicos e pra minha própria vida - assim como os kabbalistas fazem com o estudo diário do Zohar. Quem vai saber se kabbalistas portugueses (obrigados a se converter em cristãos-novos na Renascença) não conseguiram mexer os pauzinhos para conservar a fidelidade das simbologias mágicas ao traduzir a bíblia para a Língua Portuguesa?...

Talvez eu esteja apenas inspirada demais por ter começado a ler tão recentemente "O Último Cabalista de Lisboa", mas creio que seja um caso a se pensar, não?

Já cometemos heresias demais por hoje, melhor deixar pra próxima!
Shalom!

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Enfim, o Segundo Sol

É como ver o mar e não sentir a maresia...

Ontem, exatamente após 7 anos do tão enigmático sonho que previu a Praia Vermelha em minha vida ("O sal viria doce para os novos lábios") , eu estive lá presente. Quando eu estava a caminho tive altas expectativas sobre essa experiência, mas com o cansaço do dia atípico, talvez por isso não senti nada de especial. Mesmo assim, foi por isso mesmo quis fiz questão de ir: eu só queria agradecer. Relembrei tudo o que vivi até aqui nesses 7 anos e o quanto aprendi com tudo, além de me sentir fechando finalmente um ciclo de dor e sofrimento e o deixando pra trás, sem mágoas. Eu agradecia pela oportunidade de recomeçar, e já nesse dia, no contato com velhas e novas pessoas, tive força revigorante pra dar o pontapé inicial, tanto emocional quanto materialmente. Enfim, as coisas estão dando certo! Nunca acreditei em nada de graça, mas depois de muito tempo, volto a receber o retorno positivo dos meus investimentos. Ter ânimo pra recomeçar: isso só já tem um valor por si que não tem preço.

Eu não sei se foi de propósito ou não, mas o que mais mexeu comigo nesse dia não foi estar fisicamente na Praia Vermelha em si - foi perceber a Praia Vermelha em outras mentes. Foi só a luz de um avião passando ou era a Lanternas dos Afogados piscando mais uma vez?

Sonho com o dia em que vou saber de fato, e não mais ficar imaginando. Não acho certezas lá muito inteligentes mas, às vezes, elas são fundamentais... Por questões práticas.

Enquanto isso, "invado mais um lugar onde você não vai" - mas já foi.

Bom feriado!

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Ah, meus 15 anos...

1996 foi um ano muito intenso pra mim. Não digo feliz, mas INTENSO mesmo (aliás, foi um ano bem difícil). Meus canais andavam muito abertos, foi um ano de acontecimentos muito duros, mas também de muitos sonhos (ainda que confusos), muitos sinais, pessoas e leituras importantes que entraram na minha vida me orientando a cumprir o meu Destino... Ainda que eu não tenha entendido nada naquela época, ainda que eu continue sem entender muito, reler hoje o diário e as anotações daquele ano só aumenta a mim a sensação de que tudo já estava marcado muito antes de tudo acontecer...

Se eu puder te amar
com a doçura da eternidade,
Talvez, poderei te tocar
no instante da saudade,
Que me parte o coração,
a cabeça e os sentidos.
Vou então pedir perdão
aos meus olhos doloridos,
Que então nada enxergam
A não ser o seu valor
que, apesar de de repente,
Possuiu o meu amor.
Proclamar esta doença?
Seria essa a solução
de viver sob essa crença
de amar como estação?
Primavera, te encontrei,
No Verão, me apaixonei,
No Outono, senti o frio
que seu Inverno provocou.
Mas seu calor me demorei
a encontrar explicação:
Fui o vírus que te fez,
Fui a mão que te curou.
Sou agora a tua estrada,
tua caneta, tua carta,
Sou a triste melodia
Que te fiz nessa canção.
Sua amante, sua alegria,
Sou seu rastro de paixão,
Sua carne, sua alma,
Sou ferida que não cura,
Tu é a confusa mistura
que em meu coração se cala.
Nós somos a união mais pura
Que a Humanidade aguarda.

(26/agosto/1996.)

domingo, 19 de agosto de 2018

Ah, se eu fosse marinheiro...

E a Lanterna dos Afogados tinha piscado pra mim sim.... Diversas vezes, eu que não tinha percebido. O mar estava agitado demais, havia outras embarcações, eu nem sequer sabia se era pra mim. Aos poucos que fui estudando esse "código morse", destrinchando o ritmo de cada sentença, buscando na memória minhas próprias referências... Mas quando eu finalmente entendia a mensagem encriptada, parecia ser tarde demais.

Eu sou aérea, entende? E sou totalmente míope no meio do mar, à deriva já há muitos anos... A maresia parece que vai corroendo a engrenagens cerebrais... A gente não entende mais nada, só ouve os ruídos da ferrugem dentro da cabeça. Isso só confirma pra mim que a realidade pode ter muitas versões: o caminho em que a mensagem era trazida muitas vezes era encoberto pelo nevoeiro da frente fria quando se instalava, ou quando a torre estava distante demais, o que atrapalhava o entendimento. Não foi culpa nem do remetente, nem da destinatária.

Informação dá poder (e nós sabemos mais que ninguém), o problema é como lidar com esta informação adquirida. Só agora me dei conta de que temos em mãos muito mais do que eu podia imaginar: procurei tanto à minha volta, cada canto desses mares desbravado, enquanto você estava em meus porões esse tempo todo, observando o movimento do convés sem que eu percebesse. Pois bem: o que faço com com essa informação? E você, o que costuma fazer com o poder que adquiriu? Eu até ainda tenho peças pra jogar, mas quer saber? Cansei de xadrez, quero jogar outro jogo mais divertido. E no xadrez, "quando um não quer, dois não brigam". Acho melhor assim. Estou meio enjoada de mar revolto e não quero mais morrer na praia...

Tem alguma sugestão? Se tiver, solicito o envio das coordenadas (eu, particularmente, pensei em adedanha: todo mundo declara o que está pensando e ganha mais pontos por originalidade). Mas dessa vez, solicito que envie via satélite - porque estou zonza de tentar entender código morse: eu sempre morro afogada antes de conseguir...

Saudações marítimas!

Shalom!

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

16 de Agosto - Dia de Obaluaê (Salmo 27)

"O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O SENHOR é a força da minha vida; de quem me recearei?

Quando os malvados, meus adversários e meus inimigos, se chegaram contra mim, para comerem as minhas carnes, tropeçaram e caíram.

Ainda que um exército me cercasse, o meu coração não temeria; ainda que a guerra se levantasse contra mim, nisto confiaria.

Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu templo.

Porque no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no oculto do seu tabernáculo me esconderá; pôr-me-á sobre uma rocha.

Também agora a minha cabeça será exaltada sobre os meus inimigos que estão em redor de mim; por isso oferecerei sacrifício de júbilo no seu tabernáculo; cantarei, sim, cantarei louvores ao Senhor.

Ouve, Senhor, a minha voz quando clamo; tem também piedade de mim, e responde-me.

Quando tu disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração disse a ti: O teu rosto, Senhor, buscarei.

Não escondas de mim a tua face, não rejeites ao teu servo com ira; tu foste a minha ajuda, não me deixes nem me desampares, ó Deus da minha salvação.

Porque, quando meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me recolherá.

Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e guia-me pela vereda direita, por causa dos meus inimigos.

Não me entregues à vontade dos meus adversários; pois se levantaram falsas testemunhas contra mim, e os que respiram crueldade.

Pereceria sem dúvida, se não cresse que veria a bondade do Senhor na terra dos viventes.

Espera no Senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no Senhor."


(Retirado de "Bíblia Online".)

domingo, 12 de agosto de 2018

"Bem vinda ao Jardim das Delícias!"

Eu estava dentro de um carro que parecia percorrer uma estrada dentro de uma floresta tropical. Do bolso da parte de trás do banco do motorista (onde não tinha ninguém) despontava um folheto demonstrativo, bem estilo Jurassic Park. Eu sabia que era sobre o lugar para o qual eu estava indo então, curiosa, desdobrei o folheto e comecei a ler:


"Na Vida, temos que manter o coração leve, livre de mágoas e ressentimentos, mas nem sempre temos que ser bons com todo mundo. O que também não quer dizer que devemos ser maus.

Receber alguém de braços abertos na sua vida não quer dizer cegar-se às suas atitudes (que falam muito mais alto). Alguns chamam isso de intuição.

Ficar atenta não quer dizer "ficar paranoica". Nem todo mundo quer te prejudicar como fizeram antes. Alguns também foram muito prejudicados.

"As pessoas não são más, elas só estão confusas". O que não quer dizer que você não deva colocar-lhes limite. O seu espaço em primeiro lugar, senão você adoece.

Mas a defesa de seu espaço não precisa ser agressiva. Nem sempre a invasão é intencional, e nem todo mundo tem a mesma intenção de quem te machucou um dia - assim como nem todo mundo conhece a sua história. Desarme-se.

"Ame o próximo como a ti mesmo", disse Jesus. Nem abaixo, nem acima. Exatamente como a ti.

Portanto, antes de pensar em dar amor, acumule amor dentro de ti: amar-se é estágio para aprender a amar o próximo.

Respeitar a si é aprimorar o respeito ao outro. O outro é sempre um espelho: repare se não é você que faz as caretas que está vendo na sua direção. Trate-se com respeito e respeitará o próximo. Respeite-o, e ele te respeitará também.

"O inferno são os outros", (Sartre). Só não esqueça que, pros outros, o inferno pode ser você.

Já te disseram que deixar de acreditar em si é duvidar de todo o investimento espiritual que lhe tem sido aplicado, não é? Talvez Emmanuel tenha dito. Não importa: trate de colar essa frase em letras garrafais em algum lugar visível.

Qualquer 5 minutos se tornam uma eternidade se você acreditar que esses 5 minutos são uma eternidade. Não esqueça que o tempo não existe, que é tudo apenas percepção de movimento. Só existe um momento: o
aqui-agora. Eternize, portanto, apenas os bons e não pense tanto no depois.

"Esvazie o copo de preocupações para que D'us o preencha de bênçãos."

Seja proativa, não reativa.
Seja causa, não efeito.
Programe-se, mas permita que a Vida te surpreenda.

Você já fez a sua parte, é hora de deixar D'us agir por Si.
Você confia?

Você está tão perto...

Seja bem vinda!"


Logo o carro parou, e bem diante dele havia um grande e imponente portão perdido no meio da mata. Ele foi se abrindo pesadamente e o carro foi seguindo adiante. Mesmo que eu não entendesse o que havia do outro lado, eu não sentia medo, pelo contrário: ia me sentindo realizada e plena, uma crescente sensação de estar exatamente onde eu deveria estar, e que permaneceu até instantes após eu ter acordado.

Que sejam bons augúrios pra esse novo ciclo em que estou dando pontapé inicial.

Shalom!

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Voto de Silêncio

O Silêncio tem me ensinado muita coisa: a perceber os ciclos da natureza através das árvores, dos pássaros, das estrelas; a identificar previamente alterações meteorológicas, a saber ler as horas na posição do Sol ou no ritmo do toque dos sinos da igreja do bairro. O meu silêncio me ensinou a perceber o ruído dos outros e o quanto eles me afetam, além do quanto os meus próprios ruídos os afetam também. Às vezes percebemos errado, como se o barulho viesse da vizinhança, quando na verdade, vem de nós mesmos.

O Silêncio tem me ensinado a ouvir melhor meus próprios ruídos - e também a organizá-los pela importância que realmente demandam, algumas vezes até a transformá-los em música. Com o Silêncio tenho aprendido que ele é capaz de falar muito mais alto, e que estar presente no que estou fazendo aqui-agora também é uma forma de meditação.

Com o Silêncio entendi que aceitá-lo (ao invés de evitá-lo) é permite-se contemplar a D'us.

Silêncio também é oração.

Shalom!

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

"Se apronta pra recomeçar"

"Quando se deseja ter uma roupa nova, é preciso abrir espaço no armário", era o que costumavam me dizer quando um dos meus interesses era manter o guarda-roupas atualizado.

Eu sempre me interessei por Feng Shui, assim como tudo que se refere a metafísica, e desconfiava já havia algum tempo que o caos na minha vida tinha a ver com o caos na minha casa. A questão era que eu tinha sido casada por mais de uma década, relacionamento que me deu 2 filhas, já estava separada havia mais de 7 anos, todos se foram deixando uma bagagem imensa... E era tanta coisa que só de olhar o trabalho ia dar já desanimava. Eu queria mesmo uma vida nova, mas como começar?

Foi pensando no caos da minha vida que fui fumar no terraço. Lembrei então de um sonho em que me apareceu a servidora The Witch (Magia do Caos) e, mesmo sem conhecê-la direito, mentalizei seu sigilo e pedi que me orientasse sobre como mudar minha vida de fato, já que eu estava perdida. Logo me distraí com a paisagem que o subúrbio me proporciona, mas mais tarde fui percebendo que as coisas que estavam fora do lugar começaram a me incomodar fortemente. E comecei arrumando uma coisa aqui, outra ali, mudando um ou outro móvel de lugar, quando me dei conta, eu já parecia estar morando em outra casa, e foi muito óbvia a participação da The Witch no processo: em cada canto limpo eu via uma área da minha vida sendo desbloqueada, e fui capaz de concluir as mais árduas tarefas (mesmo com dor) com alegria - muitas vezes me peguei dançando durante as faxinas, fiz até um clipe mentalmente de Love is My Decision que tocou no radioráculo enquanto eu limpava a área dos relacionamentos, segundo o baguá (mapa da casa no Feng Shui).

Como eu poderia querer uma vida nova se minha casa ainda abrigava resquícios da vida antiga, da qual eu não queria reprises? Como desejar receber o que o Destino me reservava, se o velho ainda ocupava tanto espaço? Algumas paredes chegaram até a ser gentilmente decoradas com tinta guache pra que o passado não assombrasse mais, e foi fundamental que eu mesma tivesse feito tudo isso sozinha, já que junto com o lixo material, removi também cada lixo emocional que ainda impregnava minha vida; todas as mágoas, traumas, decepções, bloqueios, ferramentas de auto-sabotagem, tudo foi para o lixo junto com as lembranças de coisas que me causaram dor e culpa.

Eu finalmente estou LIVRE: essa casa, minha vida, eu mesma estamos limpos por dentro e por fora, de portas e braços abertos para receber o novo. Agora sim, me sinto aberta de verdade para amar de novo, abrigar e cuidar de uma nova família, trabalhar e desenvolver todas as minhas habilidades e potenciais, fazer dessa casa o Lar que sempre sonhei. Estou pronta para voltar a acreditar em mim mesma, nas outras pessoas e na Vida - pois já que ela trouxe tantas lições que eu fui capaz de superar, é nela que eu confio pra me trazer todas as recompensas que mereço, já que agora já há finalmente espaço para acomodá-las.

Pode vir, Vida! Já estou finalmente pronta.
E sou grata por isso.

Shalom!

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Amor+Vontade - a Fé É D'us

Se a bíblia diz que "D'us é Amor" (1 João 4:8), ouso corrigí-la e dizer que D'us é Amor+Vontade. Se Ele é a Força capaz de fazer manifestar-se tudo no universo, de manifestar o Big Bang Bang , se é por Sua Vontade que tudo pode se materializar, mover ou disseminar, então D'us, além do mais Infinito e mais Puro Amor, é constituído também de extrema Vontade, pois também é pura Consciência. E é essa a combinação (Amor+ Vontade) que é capaz de transformar água em vinho, de curar doenças em cidades em que os médicos não chegam, é aquilo que mune as benzedeiras: a. Ou D'us.

A Fé não se trata de simplesmente crer em algo. A Fé da qual falo é o ato de manifestar aquele tanto de D'us que temos dentro de nós - que costuma ficar adormecido, pois esquecemos de ativá-lo através da Fé. A Fé é brincar de faz-de-conta e realmente sentir que é real e/ou se manifesta em alguma outra dimensão. Isso explicaria porque Jesus teria dito "Vinde a mim as criancinhas, pois delas é o Reino dos Céus" (só não lembro a passagem, mas vocês já devem ter ouvido falar), pois sem os filtros terrenos, as crianças manifestam uma Fé ingenuamente genuína. Se não fosse essa infantil fé inabalável, de acreditar e sentir o faz-de-conta acontecer, não seriam das crianças as primeiras orações a serem atendidas.

Lembro de quando eu tentava engravidar da minha caçula, e minha filha mais velha sempre dizia que queria muito, mas só se ganhasse uma irmãzinha. Então sentei pra conversar com ela para que não se frustrasse, porque eu disse que D'us mandaria o bebê certo e que ela o iria conhecer e amar, independente do gênero. Mas ela continuou insistindo com a teimosia contumaz das crianças de 3 anos, então respirei fundo e num muxoxo, lhe disse para rezar para que D'us lhe mandasse uma irmãzinha, se assim merecesse. Ela me fez rezar com ela e a obedeci, ainda que sem acreditar muito - eu também estava dividida entre a alegria daquela garotinha teimosa e meu sonho de ter um menino. Mas ela fechou os olhinhos, juntou as mãozinhas no queixo e em apenas 2 frases fez o seu pedido e voltou a brincar.

Em poucos meses eu engravidei e os ultrasons nos fizeram acreditar que era um menino até o sétimo mês de gestação - a única que não acreditava era a pequena que acompanhava os exames da beira do leito, ao meu lado. Foi então no sétimo mês que veio a surpresa: era extremamente evidente que eu esperava uma menina. Nem precisado dizer que tivemos que aturar quietos um "não falei?" de uma menininha de 4 anos com toda razão em sua autoridade. Duvidamos do faz-de-conta, duvidamos da Magia à nossa volta. Crescemos e perdemos o vôo da borboleta, o canto do sabiá, a flor incomum que nasceu num dos arbustos da vizinhança. E é por isso que ainda ficamos surpresos quando recebemos a notícia de um milagre, enquanto às crianças é tudo muito óbvio.

Ora, se Fé é Amor+Vontade e esta também é a "fórmula mágica de D'us" (que a tudo manifesta), poderíamos dizer que Fé é D'us e, portanto, que quando duvidamos de nós mesmos, é dEle que duvidamos, e assim deixamos de ser capazes de manifestar qualquer que seja a nossa intenção, ou de realizar nossos objetivos. Nos tornamos incapazes de transformar água em vinho.

A Vontade pode direcionar o desejo, mas sem o sentir que vem do Coração, não há combustível para a criação de uma Nova Vida - mesmo que todos os anjos anunciem a sua chegada que, nesse caso, nunca ocorreria. Assim também o Coração sem a Vontade passa a ser como queimar combustível sem sair do lugar - e tudo o que desejamos, universalmente, é que as coisas "andem".

"Vós sois deuses". Em nome do Amor+Vontade.

(Eis o segredo d'O Segredo.)

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

"Somewhere Out There" (canção-tema de "Fievel")

Essa música foi lançada pela Disney, como tema do filme Fievel em 1986, época em que eu mais sonhava com pessoas e lugares que eu só fui conhecer 30 anos depois - talvez por isso ainda mexa tanto comigo...



"Em algum lugar lá fora,
Sob a pálida luz do luar,
Alguém está pensando em mim,
E me ama esta noite.

Em algum lugar lá fora,
Alguém está dizendo uma oração,
Que vamos encontrar um ao outro,
Nesse grande algum lugar lá fora.

E mesmo que eu saiba quão distantes estamos,
Ajuda pensar que poderíamos estar
fazendo pedidos à mesma estrela brilhante,
E quando o vento da noite começa a cantar
uma solitária canção de
lullaby,
Ajuda pensar que estamos dormindo
debaixo do mesmo grande céu!

Em algum lugar lá fora,
Se o amor pode nos ver além,
Então nós estaremos juntos,
Em algum lugar lá fora,
Lá fora onde os sonhos
Se tornam realidade... "

sexta-feira, 27 de julho de 2018

O Amor em Tempos de Cólera - ou Lua de Sangue

Escrever pra mim é mais que um dom: sempre foi uma necessidade. Minha mãe conta que já aos 3/4 anos eu era tão curiosa sobre as letras (e fazia tantas perguntas sobre elas), que ela diz que se viu obrigada a me alfabetizar com essa idade (e aí já entrar na escola sabendo ler e escrever, o que trouxe alguns contratempos a princípio, mas isso é tema pra outro post). Eu diria que meu processo de alfabetização na verdade foi um trabalho mútuo, com minha intensa participação.

A compulsão pela escrita começou pelos diários, aos 10 anos de idade. Logo percebi como era boa a sensação de provocar as emoções de alguém através de poemas e cartas - estas passaram a sempre acompanhar um presente, se não eram o próprio presente. Não porque eu achava suficiente, mas porque era o melhor que eu achava que podia dar. Ao descobrir os blogs já casada e planejando a segunda gravidez, me senti confortável pelo formato de "diário", e nunca mais parei. Ainda tinha o benefício de dar notícias sobre a crescente família a parentes próximos e distantes. Os textos crus foram se desenvolvendo, os assuntos foram mudando... Até que resolvi parar de ser só mãe-blogueira pra começar a falar de mim mesma - já aí os problemas começaram.

A gente não tem ideia do quão longe um simples parágrafo jogado na internet pode ir. Ou não tem ideia do quão longe pode ir a maldade das pessoas. No começo os desabafos sobre saúde mental começaram a incomodar por expor elementos do relacionamento abusivo que eu vivia na época - e eu nem sequer sabia o que era um relacionamento abusivo. Passei então a usar minha criatividade artística pra falar da minha dor sem expor tanto aquele que deveria ser exposto. Depois de ter me libertado deste abusador, descobri a possibilidade de usar essa mesma criatividade pra falar de coisas mais belas, como o Amor - e cada amante meu, mesmo nas aventuras mais superficiais, passaram a ganhar textos de presente, ainda que alguns nunca tenham sabido, todos expostos nesta grande galeria que vocês visitam. Mas gostoso mesmo é escrever sobre os Grandes Amores... A paixão que nos arrebata, nos atordoa, nos faz flutuar ou perder o chão. A princípio, textos celebrados por escancarar essa intensidade apaixonada da minha Vênus em Escorpião, logo se tornaram provas de crimes que nunca cometi. Dizem que a maldade está nos olhos de quem vê, e eu diria que também está no coração e na mente de muito mais gente do que eu esperava.

Por que, afinal, é tão difícil assim lidar com a felicidade de outrem??? Não é mais fácil cuidar do próprio jardim??... Eu não faço ideia do porquê de incomodar tanto, tudo que sempre me preocupei foi com minha própria vida mesmo, tanto que é só sobre ela que escrevo hoje. Sobre meu Universo interior, sobre o que me borbulha no peito. Talvez eu tenha sido ingênua demais de achar que todo mundo também seria como eu. Talvez eu tenha sido ingênua demais em achar que aquelas pessoas que não me vêem há muito tempo nem sequer lembrariam de mim, tão pouco tentariam especular sobre os meus caminhos através dos textos que publico. Mas aí a gente come do fruto da Árvore do Conhecimento e começa a distinguir o Bem do Mal e percebe que os mesmos textos que podem me conectar com as pessoas que amo também fazem jorrar venenos, e não apenas contra mim; acaba sempre respingando nos possíveis destinatários. E se tem uma coisa que o Amor me ensinou, é que ele "não quer o mal, não sente inveja ou se envaidece".

Bem que eu queria escancarar aqui todo Amor que esperou por mim a vida inteira e que eu busquei neste mesmo tempo. Bem que eu queria espalhar ao mundo a excitação que sinto em cada batida do coração, a cada descoberta dessa coisa que eu nunca tinha vivido antes (não dessa forma tão profunda). Pena que é muita gente torcendo contra (a minha pessoa e todos os elementos envolvidos), e o que antes tinha tudo pra ser uma galeria de cartas de Amor, acabou se tornando o Varal da Discórdia. Se antes eu não queria expor um abusador, hoje meus esforços passam a ser para não expor demais o que me faz feliz pela primeira vez na vida: só eu sei o que passei pra chegar até aqui, cada lágrima, cada insegurança, cada dor, cada "não". E por respeitar a minha história e também a história de quem amo, me sinto agora de mãos atadas, já que ele invadiu todos os recantos da minha vida e da minha alma, e que falar de mim também passou a ser "falar de nós".

Meu peito quer escrever, eu quero gritar... Mas pela primeira vez na minha vida vou calar a minha vaidade: porque o Amor que vivo hoje é verdadeiro e divino demais pra alimentar qualquer Ódio, seja lá no coração de quem for. Mas, mais que isso: esse Amor tem missão reversa, que é o de levar ainda mais Amor a outras pessoas. Não de causar discórdias (ainda que eu saiba que causará ainda mais...).

Desejo que vocês se amem o suficiente para se libertarem do passado e então possam aprender a amar outrem também. Posso garantir: não é fácil, mas vale muito a pena.

No mais, sobre isso: por agora me calo. Encaminharei agora minhas doces palavras apenas à privacidade direta daquele que deve escutar (ou ler). Acho que a Vida está me ensinando o poder da preservação.

Ou da sabedoria.

Shalom!

quinta-feira, 26 de julho de 2018

"Meu Jardim" - Vander Lee


"Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores

Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho

Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim"

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Ressignificar - "Quando Bate Aquela Saudade"

Verbo Transitivo Direto
Atribuir um novo significado a; dar um sentido diferente a alguma coisa.
(Fonte: Dicionário Online de Português.)

(Bye the way, adorei as novas fotos. ;) S2


"É você que tem
Os olhos tão gigantes
E a boca tão gostosa
Eu não vou aguentar
Senta aqui do lado
E tira logo a roupa
Esquece o que não importa
Nem vamos conversar
Olha bem mulher
Eu vou te ser sincero
Quero te ver de branco
Quero te ver no altar
Não tem medo não
Eu sei vai dar errado
A gente fica longe
E volta a namorar depois
Olha bem mulher
Eu vou te ser sincero
Eu to com uma vontade danada
De te entregar todos beijos que eu não te dei
E eu to com uma saudade apertada
De ir dormir bem cansado
E de acordar do teu lado pra te dizer
Que eu te amo
Que eu te amo demais

Olha bem, mulher
Eu vou te ser sincero
Quero te ver de branco
Quero te ver no altar
Não tem medo, não
A gente fica longe
A gente até se esconde
E volta a namorar depois
Que é você que tem
Os olhos tão gigantes
E a boca tão gostosa
Eu não vou aguentar
Olha bem, mulher
Eu vou te ser sincero
Eu tô com uma vontade danada
De te entregar todos beijos que eu não te dei
E eu tô com uma saudade apertada de ir dormir bem cansado
E de acordar do teu lado pra te dizer
Que eu te amo
Que eu te amo demais..."


Bonus Track

sexta-feira, 13 de julho de 2018

O Meu Amuleto - ou "Volta pra Casa"

Era tarde de 4 de novembro de 2016. Eu já estava mais que decidida, aliás havia semanas que eu estimulava que aquilo acontecesse: depois da Assembleia Estudantil da noite anterior, a reitoria havia sido ocupada. Depois da portas abertas, decidi dormir em casa e fazer as malas com calma - parecia que eu sabia que passaria um bom tempo por lá.

Depois de organizar umas lista de itens pra arrumar uma bagagem funcional e mínima (afinal eu a carregaria sozinha até o outro lado da cidade pegando 2 ônibus), parti decidida, com a sensação plena de que não só estava fazendo a coisa certa, mas seguindo meu Propósito. Botei os fones do radioráculo no ouvido enquanto esperava o ônibus no ponto, e cada música que tocava parecia me estimular a seguir em frente. E assim segui a viagem confiante, até que ao terminar de acomodar minha bagagem e a mim no último banco do 125, respirei fundo e o radioráculo quase me ordenou: "volta pra casa!".

Não demorou a me dar picos de ansiedade. Era muita novidade pra mim, minha adrenalina já estava lá no alto, com a ajuda do desquilíbrio hormonal causado pela tireoide já dava sinais de defeito. Acho que na verdade, além de tudo, eu também ouvi a voz da mulher que me gerou fazendo coro junto com o Roupa Nova. Nem contei a ninguém dos meus planos, eu só fiz a minha mala e parti, porque eu tinha certeza que eu receberia um banho de água fria, principalmente dela que sempre teve medo de tudo - e por causa dela também tive muito medo (e perdi muitas oportunidades) durante um bom tempo da minha vida. E aquele não era mais o momento de ter medo: depois de tantos anos ajudando aos outros a realizarem seus sonhos, era hora de realizar os meus, de mergulhar de cabeça na profissão que abracei, de escrever a minha história e deixar o legado que creio que devo. Mas, ainda com toda essa certeza no peito, ter ouvido apenas aquela mensagem na música despertou aquela adolescente tímida e medrosa que um dia fui, principalmente porque a canção já estava no final, apenas repetindo o refrão "sei que o amor nos dá asas, mas volta pra casa...". De coração acelerado enquanto o ônibus contornava a Central do Brasil, segurei a estrela de Davi, que carrego no pescoço, com força. Respirei fundo, quase catei minhas coisas e pedi pra descer no próximo ponto... Foram poucos segundos até perceber que meu coração lá no fundo, por baixo daquele monte de fantasmas trazidos pelo pânico, ainda dizia pra prosseguir. Que eu ia me arrepender MUITO se não fosse. Afinal, a música já tinha acabado, talvez fosse melhor me distrair com outra música - e assim fiz, voltando a me concentrar naqueles pensamentos determinados de antes. Fiquei então de procurar a letra completa pra entender melhor o recado. Mas com tudo que ocorreu durante e após a o período na reitoria, fui adiando a tarefa, mas nunca a esqueci.

Até que, recentemente, enquanto eu voltava realmente pra casa (ainda que do mercado do bairro) essa canção tocou novamente no radioráculo, e dessa vez desde o início: foi a oportunidade perfeita pra finalmente entender o porquê, de fato, desta música ter mexido tanto comigo, entre tantas outras, num momento tão decisivo da minha vida. E, mais que isso: compreender que essa música não me faria sentido nenhum se eu a tivesse estudado (ou escutado melhor) antes. Nada é por acaso.

Só hoje, depois de tudo que ocorreu nesses quase 2 anos, o "volta pra casa" passou a fazer todo o sentido pra mim, pois era pra voltar sim, mas pra casa certa; àquela pela qual esperei a vida toda e que eu guardava no fundo do meu coração - e não foi nada fácil finalmente ouvi-lo baixinho, por baixo dos velhos fantasmas do medo... Foi então que esta canção passou a ser mais um dos muitos amuletos que carrego comigo pela vida (dá pra perceber que sou bem supersticiosa, não?).

E pra você, faz sentido?

Shalom!

(Creio que a
Lanterna dos Afogados tenha piscado por esses dias e eu nem tinha visto. A questão é: o que fazer com isso se tudo que já tentei falhou? Vou aguardar ela piscar pela terceira vez com instruções claras, porque estou sempre metendo os pés pelas mãos...)


quarta-feira, 11 de julho de 2018

"- Oi, td bem com vc?"

Oi! Quanto tempo!! Tá tudo bem sim... Quer dizer, estou vivendo um dia de cada vez. Pelo menos a infecção parece ter dado trégua e finalmente descobrimos a causa: parece que alguns cálculos (pois é, descobri que tenho cálculos renais, aff!) se moveram dentro das vias urinárias e arranharam as paredes e foi isso que inflamou. Como a imunidade estava baixa demais, a bactéria resistiu. Aliás, foi também por conta da imunidade perigosamente baixa que sobrancelhas e algum cabelo andaram caindo... Agora tenho que me cuidar, né? Cuidar da alimentação, parar de sassaricar por aí pra evitar infecções oportunistas (o bom sinal é que meu corpo já venceu uma e está acabando com outra) - mas as cólicas cada vez mais constantes também desestimulam bastante meus ímpetos de sair de casa... Ao menos sei que elas têm função (expulsar os cálculos),e já descobri como manobrá-las, mas minha aparência atual também tem me estimulado a me manter reclusa.

Eu só tenho saudade mesmo de ver gente, das trocas de ideia que fazem meu cérebro borbulhar, das piadas dos amigos inteligentes, essas coisas... Minha família tá apoiando sim: não tem como não levar a sério uma pessoa inchada, careca e sem sobrancelhas que anda por aí devagarzinho com uma bolsa de água quente amarrada nas costas, estilo Tartaruga Ninja, hahahaha... Mas tive que me isolar na minha casa, não dá mais pra viver lá. Infelizmente, se eu quero voltar a ser a pessoa saudável que eu era, tenho que aprender a ser novamente antes só que mal acompanhada, mesmo que a companhia ofertada seja a da chocadeira que um dia me deu a luz (ih, tenho várias tretas pra te contar, quando você vier aqui eu te conto detalhes!).

É, pois é, agora eu to rindo, porque eu já tenho ideia do que eu tenho e estou aprendendo lidar bem com as crises. O medo do desconhecido é terrível, principalmente quando esse desconhecido te coloca de frente pra uma dor aguda e constante e ao risco de não saber se sai dessa. Perceber minha imunidade voltando ao normal aos poucos me dá forças porque é sinal de que meu corpo está reagindo, está expressando em si a minha vontade de me manter viva, mesmo que traga junto todas as dores daquela "treta autoimune" que também ainda tenho que resolver, apesar de todas as dores físicas, psicológicas e até morais, pois é difícil pra uma pessoa como eu, que construiu uma vida inteira baseada na completa independência, se ver dependendo ou até mesmo tendo que pedir ajuda a outras pessoas. Sempre fugi da piedade alheia, e hoje tenho que depender dela... Não há pra onde correr: o ser humano é um ser social, ainda que possua individualidade. Me lembrou aquele filme, "Into The Wild", aquele cuja trilha é minha preferida... Você já viu? Quando eu tiver energia elétrica de novo (espero que logo) a gente marca de ver aqui, faz um fim de semana com a galera, igual daquela outra vez q você veio... Com colchões espalhados pela sala... Um monte de gulodice... Saudade daqueles dias, né? Vamos marcar!! Falar com a galera!...

Ah, mas to feliz por você ter ligado... Ando muito entediada e carente de atenção - sabe como é essa gente doente, né? Hahaha... O bom é que acho que dei mais valor a muita coisa e a mim mesma, eu tava fazendo sacrifícios demais, tenho que selecionar os que valem a pena. Senão, ó o que acontece com a gente: a gente fica doente! Não dá mesmo pra salvar todo mundo... Espero que você se cuide pra chegar à minha idade um pouco melhor que eu! A julgar por tudo o que você empreende, gosta de fazer e faz bem, se tem algo que você vai precisar (e que eu te desejo) é saúde e vida longa!

Muito bom ter notícias suas, viu? Fiquei muito feliz de saber dos seus novos projetos...

Aliás, espero que tenha passado bem a noite... Me conte aí: como foi?
(Fade out do sorriso do Gato de Alice.)

Shalom!

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Os Sinos do Meio-Dia

Eu sei que não estou em minhas melhores condições,
Nem física, nem materialmente,
Talvez nem espiritualmente;
Com certeza, não esteticamente
- talvez eu odiasse te assustar com essa minha cara de doente -
Mas confesso que quando a dor aperta e abraço o travesseiro pra esperar passar,
Tudo que eu queria era que você estivesse aqui.
(E, de certa forma, você sempre está.
Eu sei que está.
Eu vi.)

segunda-feira, 2 de julho de 2018

De volta ao Diário de Bordo

Confesso que fiquei esperando por surpresas que não vieram. Mas foi bom: ajeitei a casa do jeito que eu quis, me obriguei a descansar, meditar, entrar em contato comigo mesma, me cuidar com carinho. Agora olho em volta e me surpreendo com o fato de que nunca, em todos esses anos, estiver tão feliz nessa casa quanto agora. Parece que só agora ela, finalmente, é minha, do jeito que eu sempre quis e sonhei.

Mas talvez... Empolgada com o empoderamento do lar, eu tenha me excedido. Acordei hoje muito indisposta, dores nas articulações, um pouco de fraqueza, minha pele parece queimar o tempo todo, mesmo com protetor solar até no calor do forno. Olhei no espelho agora à tarde e a região das sobrancelhas parece inchada, alguns fios da sobrancelha parecem ter caído. WTF??? Meu corpo parece estar enlouquecendo, e minha cabeça começa a enlouquecer também. Pelo menos consegui ir no mercado e fazer uma comidinha saudável e gostosa pra jantar, reforçar a imunidade. Talvez esteja muito baixa. Vitamina C e ferro. Sem esquecer dos chás que todos me recomendaram.

É estranho tentar voltar a escrever aqui como outrora sabendo que a audiência mudou. Não queria estar surtando na sua frente, mas esse lugar sempre foi minha válvula de escape quando a pressão da panela tá pesada demais. E hoje tá bem pesada. Não tenho mais como esconder.

Pelo menos já tenho médico marcado. Pelo menos estou dentro do lar que sempre sonhei. Só faltam as pessoas que um dia vão chegar.

Hummm... Pelo cheiro no ar, meu jantar já está pronto no forno. Força, levanta da cama, você consegue!

Afinal, já estive bem pior na vida.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Do começo... - A.M.G.A.

É impressionante seu poder de ressignificar todos os elementos pregressos da minha vida desde que você entrou nela...

"Amor, Meu Grande Amor,
Não chegue na hora marcada:
Assim como as canções,
Como as paixões e as palavras...

Me veja nos seus olhos,
Na minha cara lavada.
Me venha sem saber
se sou fogo ou se sou água.

Amor, Meu Grande Amor,
Me chegue assim, bem de repente:
Sem nome ou sobrenome,
Sem sentir o que não sente.

Que tudo o que ofereço
é meu calor, meu endereço,
A vida do teu filho
desde o fim até o começo.

Amor, Meu Grande Amor,
Só dure o tempo que mereça:
E quando me quiser,
Que seja de qualquer maneira.

E enquanto me tiver,
Que eu seja a última e a primeira.
E quando eu te encontrar,
Meu Grande Amor,
me reconheça...

Pois tudo o que ofereço
é meu calor, meu endereço,
A vida do teu filho
desde o fim até o começo..."



domingo, 24 de junho de 2018

Me afogando em mim mesma

Sempre amanhã,
Talvez no fim do dia,
Pode ser que eu tenha um sinal direto.
Pode ser que eu tenha uma notícia.
Talvez uma mensagem perdida numa garrafa lançada em alto-mar.
Talvez a Lanterna dos Afogados pisque 3 vezes -
Talvez seja a luzinha do celular.
Mas é sempre talvez.
Sempre "pode-ser-amanhã".
Porque por hoje, esperei em vão:
"D'us, por favor, apareça na televisão..."

(Engolindo tantas águas, não há mesmo rim que aguente...)



quarta-feira, 20 de junho de 2018

"Amor Omnia Vincit" - ou Manual Prático para Transformar Água em Vinho

Um dia vamos ter que parar de brincar de "gato-e-rato"... Ou no mínimo, pararmos de buscar fora o que só existe dentro de nós mesmos: a Verdade.

O verdadeiro magista deveria saber, como sabemos as bruxas, que basta encontrarmos o perfeito equilíbrio entre razão e emoção e seremos capazes de feitos surpreendentes - que o digam as benzedeiras, capazes de grandes curas apenas com sua (razão + emoção) e um copo d'água.

O Amor nunca poderá estar sob a Vontade, já que são duas faces da mesma moeda representada no Ás de Ouros do Tarot, que fala de realização. A Vontade thelemista, sendo um processo mental ainda que poderoso, não passa de planejamento objetivo do percurso; nada mais que o motor já preparado e de tanque cheio, estacionado na Grande Avenida das Potencialidades do Ás de Paus. Ela nunca sairá do lugar, nem encontrará o seu destino concretizado sem que o Coração, com seus impulsos elétricos de sístole e diástole, lhe dê a partida. E se esse Coração estiver cheio de Ágape, somos capazes de tomar o Poder do Ás de Espadas nas mãos e nos tornarmos os deuses que sempre fomos, criando para nós a realidade que desejamos ardentemente - "basta ter a Fé do tamanho da semente da mostarda", como nos ensinou sabiamente um excepcional mago kabbalista de Nazaré, há cerca de 2000 anos.

Permitamos nós que, enfim, o Cálice do Ás de Copas transborde.

Shalom!



quarta-feira, 13 de junho de 2018

Oração - "Bring Salvation Back"

Hoje me perguntaram o que era o Amor. E eu vi que eu nunca soubera.

Só hoje entendi que o Amor é a Vontade que nos move a submergir das cinzas das próprias mágoas e dos resquícios da nossa vaidade para tentar salvar aquilo sem o qual esse Mundo não nos faria sentido algum.

(Eu sei, é difícil, "como aceitar a salvação?"...)

Dizei apenas uma palavra e seremos, ambos, salvos.

Amen.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Reflexo

Se eu nasci pra te encontrar,
Viver sem você talvez seja
O que mais tem me matado.

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Trevo

Eu queria tanto poder trazer em versos todas as nuances que descobri dentro e fora de mim desde que te aceitei no coração... Tenho tanto a expressar e nem ao menos consigo - mas dessa vez são os cuidados com a minha saúde que me impedem. Não consigo nem me concentrar, mesmo em repouso... Espero superar logo este desconforto. Me perdoa de antemão pela possível ausência.

Porém, ao mesmo tempo, sinto que faz parte da minha cura a satisfação deste impulso de voltar aqui só pra poder te dizer que eu ainda não desisti de acreditar em nós. Cura pra você e pra mim. Psicossomática, lembra?

(E sinceramente, depois de chegar até aqui, nada nem ninguém mais será capaz de me convencer a desistir - nem de viver!)

Fica bem e torce por mim? To precisando. Muito mesmo.

I'll be there.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

É Você

(Sempre foi e sempre será...)

Me perdoa por fugir... 
De que adianta continuar resistindo?
Duvidei de você porque na verdade eu duvidava de mim mesma -
mas daqui pra frente decidi que vou acreditar em nós dois.
Me perdoa,
porque é difícil demais encarar o Espelho da própria Alma.
E eu sei que você entende.
Também não tem sido fácil pra você.



domingo, 3 de junho de 2018

Mea Culpa

Era assim que tinha que ser, ó, Pai? Perdão, agora entendo que não foste Tu que me abandonaste, mas eu que me afastei de Ti ao duvidar da Tua Força em Mim.

Grata sou por nunca ter desistido de mim, por me permitir ir e voltar, e me receber com o mesmo Amor.

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E é com este mesmo Amor que Ele envia repetidamente as mesmas mensagens que sou erradamente humana demais pra tentar entender de primeira... Eu teimo, bato a cabeça, mesmo que todas as peças magneticamente se encaixem nas minhas mãos... É óbvio que a Vontade de D'us sempre foi uma só, e eu só me compliquei porque fui rebelde demais e reneguei as promessas que eu já tinha feito anteriormente. Duvidei da força dos meus sentimentos e brinquei com o Poder que me foi dado como uma criança que brinca com o revólver carregado do pai. Agora que a Caridade daqueles que me guiam me atendeu ao pedido tão repetido da orientação de qual caminho seguir, decidi que seguirei até o fim os Desejos da minha Alma. De nada mais adianta correr de algo que nós já sabemos que é inevitável, não é? Eu duvido de mim mesma, duvido do outro, duvido assim de D'us. Depois grito chamando por Ele... Ele sempre esteve aqui, eu que não o enxerguei porque... Porque... Bem, acho que nem importa agora. O que importa é que agora estou renovada pois tenho um novo Propósito, e é nele que vou me concentrar pra resolver daqui pra frente pra, finalmente, botar todas as coisas no lugar - não exatamente no mesmo lugar, a maioria das coisas em lugares melhores, tudo vai se reorganizar pra funcionar melhor, enfim.

Perdão por ter duvidado. Agora estou realmente disposta a acreditar na MÁGICA.

Todah Hakadosh Adonai!


A Divindade que mora em mim saúda a Divindade que mora em você.




quarta-feira, 30 de maio de 2018

Só por hoje

Renato Russo dizia "só por hoje eu não quero mais chorar...". Mas, só por hoje, eu digo que não quero mais ser forte.

A Vida sempre me consumiu de angústias e problemas muito sérios (e nem sempre meus) que, apesar de me exigirem muito, muito me ensinaram também... Mas geralmente era um ou dois problemas de cada vez. Quando a vida toda desmorona, tudo que dizem é que vai ser bom começar a vida do zero - e eu nunca tive medo disso, pelo contrário, sempre estive pronta pra me reconstruir, nunca tive medo de ir à luta. Mas ultimamente anda tudo tão sem sentido... É tanta dificuldade e nem ao menos há algo a que eu possa me agarrar, como outrora... Eu luto, luto, luto, e agora parece que meu próprio corpo está lutando contra mim - na verdade sempre esteve: se forem confirmadas as fortes suspeitas de que tenho questões autoimunes, isso teria me perseguido desde os 10 anos, quando entrei na puberdade. Mas como nunca foi dada a devida atenção pelos médicos que me deram assistência ao longo da vida, a coisa virou uma bola de neve que está culminando agora. Pior: se ninguém detectar nenhum problema autoimune, continuarei sem saber o que é isso que tenho que me enche de fraqueza e tem definhado meu corpo, apesar de todos os esforços para reverter ou ao menos estacionar o processo.

E nem só com perda de saúde tenho lidado nos últimos tempos: decepções das mais terríveis, punhaladas nas costas de gente que muito amei e a quem me dediquei, todo o tipo de calúnia e perseguição, sem lar, sem rumo, sem forças, sem porto seguro, me tiraram até mesmo a alegria de finalmente ter encontrado um curso de graduação que eu FINALMENTE QUERO TERMINAR (e falta já tão pouco). Encontrei um propósito de vida, e me arrancaram. Mesmo que eu planeje recuperar ao menos isso (talvez esses planos sejam o que ainda me dá forças pra seguir resistindo), o fato é que não vivo mais, apenas tenho sobrevivido de paleativos, dando um jeitinho aqui, tentando uma pequena alegria ali... Mas parece que tudo em volta só me oferece dor, falsas ilusões e a sensação cada vez mais forte de que a própria Morte me deseja mais perto dela. Talvez eu realmente já tenha cumprido meu tempo aqui e só esteja fazendo hora extra pelo prazer de incomodar as pessoas - logo eu, que sempre fingi estar tudo bem pra não incomodar ninguém... Mas vamos encarar os fatos: não está tudo bem e tudo que eu queria era ao menos estar sozinha na minha casinha, sem ninguém pra me despejar suas próprias frustrações.

Talvez D'us tenha ainda alguma compaixão de mim e das duas uma: ou eu acho logo uma luz no fim do túnel, ou ele abrevia essa minha existência pelo meu bem e de todos a quem tenho incomodado. E mesmo a segunda opção não será JAMAIS uma vitória daqueles que conspiram contra mim: quando atingida, eu sempre caio atirando, talvez alguns não saibam. E eu tenho leveza de consciência suficiente pra saber que mesmo em outro plano, terei direito a pleno descanso - até porque "eles" do outro lado sabem que detesto ficar parada, vai ser só o suficiente pra eu me recuperar, abraçar os que se foram antes e botar a mão na massa em nome do Bem (quem sabe não atenderão meu eterno pedido de ser aprendiz de Pombagira??). Uma Guerreira da Luz - como assim já me nomearam - não deixa de sê-lo assim, do dia pra noite, a não ser que seja pra evoluir. Talvez mesmo eu seja mais útil nessa batalha do lado de lá, já sem o peso desse corpo que parece não me querer mais... São coisas mesmo que só D'us pode dizer. Só me resta segurar firme até que Ele, finalmente, me envie seu veredito. Porque já não há nem forças e nem sequer direção pra continuar.

Seguimos, então, esperando... Só por hoje, eu vou sobreviver...

Shalom!



sábado, 26 de maio de 2018

Não importa mesmo o que eu diga ou faça.
Já posso morrer que ninguém se importa.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Enquanto chove, eu viro Sol

"Meu caminho é cada manhã,
Não procure saber onde vou.
Meu destino não é de ninguém
E eu não deixo os meus passos no chão.
Se você não entende não vê:
Se não me vê, não entende.
Não procure saber onde estou,
Se o meu jeito te surpreende..."

A Vida é mesmo assim... A gente acredita nas pessoas, quebra a cara... Mas Resiliência é meu nome do meio: a capacidade intrínseca de me superar e me tornar alguém maior e melhor a cada decepção. Decidi não mais dar murro em ponta de faca, nem mais ficar me esforçando em convencer as pessoas que preferem se iludir com meia dúzia de palavras bonitas: se elas preferem estagnar na Mentira, sigo em frente em meu caminho com destino à Verdade.

Tem gente que finge afeto só pra causar discórdia. Tem gente que finge amor só pra poder machucar silenciosamente... Nos caminhos escusos da maledicência, fazem de tudo pra destruir a imagem de outrem, ou mesmo destruir laços dos quais inveja. São pessoas tão frias e calculistas que não se importam com ninguém nem com as consequências de seus atos, apenas no que podem ganhar com isso. E são tão convincentes que, não adianta o que você faça ou diga pra desfazer mal-entendidos, muita gente ainda vai continuar acreditando nelas. Já dei muitas vezes a cara a tapa pra proteger as pessoas que eu considerei valer a pena, mas essas mesmas pessoas acham que o que eu digo é que não vale... Paciência. Só me resta seguir meu caminho adiante porque sei que numa dessas encruzilhadas da Vida a gente vai se reencontrar e aí estas, finalmente de olhos abertos e eu, já em paz comigo mesma, vamos finalmente perceber que no fim o que vence é o Bem.

Enquanto isso, sigo meu caminho com a sensação plena de que minha vida agora é uma folha em branco, prontinha pra escrever um novo destino, com "gente fina, elegante e sincera", gente que se junta pra somar e não dividir; gente que corre do nosso lado, e não atrás da gente com interesse em conseguir algo. Cansei de bater palmas pra maluco dançar - agora quem vai dançar na vida é a maluca que vos fala!!

Sabem como é, toda estrada tem cobras aguardando de soslaio, aguardando seu próximo passo pra agarrar seu tornozelo e te impedir. Aprendi nos últimos meses que cobra não tem braço pra abraçar: cobra só se enrosca na gente pra depois dar o bote. Só que agora sigo segura, pois Xangô me deu um machado pra me defender: cada cobra que tentar agora atravessar meu caminho, vai ter a cabeça cortada. Cansei de ter pena dos outros enquanto esses tentam tramar contra mim. Quem quiser seguir comigo no caminho da retidão, terá a mesma proteção, mas quem não quiser, só resta esperar o Tempo fazer seu próprio trabalho, do qual ninguém escapa.

Ilusões, queridas e queridos, ilusões não são nada mais que isso. Muita gente vos abraça chamando-os de "amigo", mas pelas costas vos crava um facão e vocês nem sentem, anestesiados de mentiras. Que caiam logo as fichas - todas elas! - pra que vocês mesmos possam se defender, e até contar com minha ajuda se necessário. Mas até lá, vou seguir o meu caminho lhes dando a liberdade de escolher em quem acreditar. Não vou mais gastar minha energia com essas coisas: vou investir a mesma energia em fazer girar, de forma eficaz, as engrenagens da minha própria Vida.

Aos que eu deixei pelo caminho por esse motivo, desejo o melhor. Mesmo que não entendam em nada os meus motivos. No fim, tudo se resolve. Mas vou deixar essa com D'us, já que preciso reeleger prioridades.

E minha prioridade agora é fazer brilhar o Sol que existe em mim, em seu máximo potencial.

A César o que é de César. E a todos, a Justiça.

Shalom!


quinta-feira, 17 de maio de 2018

"Senhor, Senhor... Por que me abandonaste?"

Eu quero tanto escrever... Ha um turbilhão de tanta coisa aqui dentro, preciso desaguar num mar de letras... Queria mesmo era encher essas linhas de coisas bonitas pra, quem sabe, alegrar a vida de alguém... Mas no momento não sou alegria nem pra mim mesma.

Hoje é um daqueles dias em que a gente acorda com um gosto amargo na garganta, como se a Vida tivesse nos amamentado de fel durante a madrugada. Não conheço mais as pessoas que achei conhecer desde que nasci. Pior: são esses que parecem fazer mais questão de me ver mal.

Mas a culpa é minha mesmo: passei a vida inteira me calando preocupada com o bem-estar alheio, abrindo mão de mim mesma pra todo mundo... Pra hoje ter a triste constatação que aqueles por quem me sacrifiquei só se interessam mesmo por mim quando precisam. Até aí, tudo bem. O problema é que no resto do tempo estão apenas me criticando, desrespeitando, até agredindo, se esforçando pra jogar minha auto-estima no chão. To cansada de ser o saco-de-pancadas moral e psicológico de todo mundo! "Tá se sentindo meio mal? Promoção do dia: venha dar meia dúzia de socos aqui na minha cara, me derrube e não esqueça de cuspir enquanto eu estiver no chão!" A julgar pela frequência que todos que dizem me "amar" praticam isso, deve no mínimo dar algum prazer. E não adianta sentar pra dialogar com toda a minha psicologia: o que eles querem é que eu os sirva de serviçal e, depois de satisfeitos, ainda sirva pra ser açoitada. "JOGA PEDRA NA GENI!!!"... Só me falta agora um zeppelin pra eu tomar pra mim e me levar pra bem longe daqui, já que ninguém me salvará a não ser eu mesma.

Se família é amor, esse não é mesmo meu lugar. Acho que nunca foi na verdade; sempre me senti avulsa, como se eu não fizesse parte deste grupo, como se eu tivesse caído aqui de paraquedas e eles me aturassem entre eles só porque não tinha outro jeito. Meu sonho de infância/adolescência, era descobrir evidências de que eu tinha sido adotada (explicaria muita coisa) ou no mínimo bastarda, mas foi em vão - evidências fisicas confirmam que sim, infelizmente o sangue é o mesmo. Pena que os valores não.

Só sei que estou EXAUSTA de padrões abusivos: mãe, pai, algumas "amigas" (infelizmente, na área das amizades, mulher ainda não sabe se relacionar - sorry, movimento feminista, sad but true), ex-marido, filhos, homens que entram e saem da minha vida (e na área dos amores, todos já sabem que homem não sabe amar)... Eu sempre perdi muito em todas essas relações, e ainda sofro cobranças, mesmo tendo aberto já mão de mim mesma só pra ter a satisfação de fazê-los felizes. Pena que essas pessoas pareçam só sentir mesmo prazer quando me veem no chão - porque é mais fácil de chutar.

Tem importância não: de tanto ficar sozinha, já me acostumei. E o Mundo tá aí, cheio de caminhos e afetos prontos a serem descobertos... Me manter apegada a essas relações doentias só tem me deixado doente. Cada vez mais. É um suicídio indireto.

E, sinceramente, depois de 22 anos planejando em detalhes, todos os dias, o meu suicídio direto, o que menos quero hoje é morrer.

Só quero viver e ter forças pra me estruturar pra ir embora de vez. Se com isso vão passar a me dar valor ou não, pouco me importa: vou estar distraída demais reconstruindo minha vida com todo o valor e respeito que eu mereço.

Passei a vida tentando dar orgulho, ou ao menos não decepcioná-los... Pra ser pra sempre tratada como LIXO. E eu sei que isso nunca mudará... CHEGA!! To exausta!! Decreto agora que, a partir de hoje, só fará parte da minha vida quem me faz bem!

Que vocês consigam viver bem sem mim - ou sem o seu saco-de-pancadas favorito. Acreditem: um dia vocês se acostumam a se virar sozinhos! Podem confiar!! Eu sempre consegui...

Shalom!

domingo, 13 de maio de 2018

Gitana

Por que com a gente tudo tem que ser tão difícil?
Será que o Mundo nos machucou tanto assim?

Temos tudo pra sermos felizes, podíamos estar felizes agora... Eu sei que você quer, você sabe que eu quero... O que nos impede, enfim?

Se eu ao menos pudesse saber o que é...

É tão difícil ver uma semente tão bonita ir morrendo assim, sem água, sem terra, sem perspectiva... Mais ainda quando a gente conhece todas as possibilidades. Não deu pra matar assim, de uma hora pra outra, do jeito que eu queria, mas percebi que a morte lenta tem sido mais eficaz. De fome, de sede. O veneno tá fazendo efeito. "O amor da gente é como um grão"? Nem Gilberto Gil poderá dizer.

Pudesse você também sentir esse fade-out de emoções - cada vez que assisto às estatísticas, você tá lá. Nunca tive visitante mais assíduo ou interessado. A frequência é alta e os horários são insólitos. Isso talvez ainda me tire a paz quando resolvo sentar pra escrever; há sempre uma certa auto-censura. Porque EU SEI que você tá lá, sentado na primeira fila, aguardando algo que eu não posso dar porque eu nem sei o que é. Queria eu ter esse poder todo que me dão, mas tem coisas que são bloqueadas ao meu conhecimento por motivos óbvios. Não dá pra esperar tudo dos Céus, temos que errar pra aprender, obter merecimento, trazer pra materialidade. O plano das ideais é limitado demais em relação a satisfazer necessidades. A grande maioria dessas necessidades - sobretudo as mais básicas - só podem ser satisfeitas a partir de uma ação.

E se a gente nunca dá um passo em falso, não acerta o caminho na direção do que mais deseja.

To aqui por hoje. Mas sabe lá até quando estarei... Não tenho deixado meus passos no chão.

Opchá!





sábado, 28 de abril de 2018

Catarses

Eu nunca quis que fosse perfeito.
Eu só queria que fosse real.

Talvez eu tivesse assistido comédias românticas demais... Uma vida inteira esperando ser amada o suficiente pra ser buscada por alguém. As coisas parecem bem mais fáceis no imaginário.

Mas eu nunca quis que fosse apoteótico.
Eu só queria que acontecesse.

Porque sempre parece que a grama do vizinho é mais verde; parece que eu nunca tenho o suficiente pra oferecer, porque sempre tem alguém com algo melhor que eu a dar. O máximo que parece possível é eu estar sempre dando o primeiro passo - e talvez isso soe à outra parte como alguma forma de desespero. De repente, pode até ser.

Porque eu nunca exigi ser exclusiva.
Eu só queria ser especial.

E nesse afã de descobrir como é a sensação de ser amada, já fui capaz de tanta coisa... Menos de encontrar alguém que fosse capaz de qualquer coisa por mim. Talvez porque eu não tenha dado espaço. Talvez porque eu não tenha me dado valor... Porque eu reconheço ser uma mulher muito acima da média - é o que todos dizem. Mas parece que há algo grande demais que descompensa, porque sempre que chegam muito perto, parecem descobrir um "defeito imperdoável" que ainda desconheço, mas que faz TODOS saírem correndo de mim - e isso faz com que as vozes da minha cabeça continuem repetindo que "ser amada" é um verbo que não foi feito pra eu conjugar.

Porque eu nunca quis ser admirável.
Eu só queria ser amada mesmo.

Então só me restam as Artes a me fazer companhia. Só as Artes para me ajudar a sonhar que um dia - ah, um dia - talvez ainda haja chance disso (que nunca aconteceu antes) acontecer, mesmo que a areia da ampulheta pareça já estar acabando e a juventude se esvaindo junto. Restará alguma juventude que evite de repelir, um dia, o desejo de alguém, nesses tempos em que corpos valem mais que almas?

Porque eu nunca quis ser ou ter apenas um corpo.
Eu só queria ser, e ter ao lado, um ser humano completo.

Ah, mas que grande pecado, nesses dias de hoje, ser nada mais que uma mulher inteira, que ainda mantém seu coração no alto da torre, sonhando que surja um dia um príncipe que não se importe em enfrentar os próprios dragões pra chegar lá.

Porque eu nunca quis ser salva de mim mesma.
Eu só queria poder ser, um dia, a namorada de alguém.

Shalom.

"Eu acordei... Não tem ninguém ao lado."