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sexta-feira, 14 de setembro de 2018

"EU SOU o Caminho, a Verdade e a Vida"

Sempre que eu ouvia ou lia essa frase atribuída a Jesus, eu achava contraditório: como um cara tão pé-no-chão , gente-como-a-gente, ia dizer algo assim, tão pedante?

"Eu Sou" é uma expressão que quer dizer para muitos esotéricos (e isso me inclui) o "eu superior", a expressão de D'us em nós, a Consciência Suprema. Não era à toa que Jesus costumava dizer coisas como "conhece a ti mesmo" e "vós sois deuses" - frase essa que ele tirou da Torah, da qual ele tinha profundo conhecimento e que é a base da Kabbalah Judaica.

Jesus sempre dizia, de uma forma ou de outra, que D'us está não só dentro de nós como também de todas as outras pessoas, por isso respeitar e amar ao próximo é respeitar e amar ao próprio D'us. Ele nunca escondeu que gostava de metáforas, e essa era uma prática contumaz entre os magos kabbalistas mais antigos. Ele era um verdadeiro místico e filósofo, o que me leva a entender que nessa frase, o tal "Caminho, Verdade e Vida" na verdade estariam dentro nós mesmos; cada um de nós tem suas próprias respostas, seus próprios caminhos designados pelo Divino, e que o único caminho para ouvir a D'us é ouvir ao próprio Coração - ou o que muitos chamam de Intuição, Pressentimento, Chamado, entre outros.

A questão é: procuramos muito por D'us (e por nossas respostas) pelo lado de fora. Mas o quanto estamos dispostos a encontrá-los (as respostas e D'us) dentro de nós mesmos?

Não sei ao certo (também temos que considerar) se esta frase está bem traduzida ou não (sabe-se lá quantas versões existiram até essa que nos chega às mãos hoje em dia?). Mesmo assim, quanto mais estudo a bíblia, mais consigo destrinchar dilemas mágicos e pra minha própria vida - assim como os kabbalistas fazem com o estudo diário do Zohar. Quem vai saber se kabbalistas portugueses (obrigados a se converter em cristãos-novos na Renascença) não conseguiram mexer os pauzinhos para conservar a fidelidade das simbologias mágicas ao traduzir a bíblia para a Língua Portuguesa?...

Talvez eu esteja apenas inspirada demais por ter começado a ler tão recentemente "O Último Cabalista de Lisboa", mas creio que seja um caso a se pensar, não?

Já cometemos heresias demais por hoje, melhor deixar pra próxima!
Shalom!

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