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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Eu agora...

... estou feliz, estou plena. Claro, voltei a tomar a medicação - tem dias q esqueço certas doses, mas juro q estou me esforçando ao máximo não pular dose nenhuma.

Na consulta a dra. quis tirar o haloperidol, mas pedi q não, pois andei arrancando mto cabelo. Talvez, qndo eu estiver mais estabilizada, vou tentar me livrar do Haldol aos poucos. Pq realmente cansa tomar tanto remédio.

A dra. tbm aumentou minha dose de fluoxetina. Foi pedido meu. Prá não bater denovo o desânimo q me fez desistir do tratamento... E acho q agora tô bem.

Tbm to sentindo falta de lidar com minha espiritualidade, falta de fazer algo pros outros... Sei lá. Tbm estou empolgada em fazer enfermagem - mesmo q não ganhe a bolsa q tanto quero e não dê prá pagar a faculdade, faço um curso técnico mesmo. Quero mto viver o dia-a-dia da enfermagem, talvez nas emergências, talvez na obstetrícia (minhas áreas favoritas)... Mas é isso q quero viver.

E é assim q entro em 2010: cheia de esperança, de planos, e desejo de tornar minha vida (e a vida de outras pessoas) melhor. Será q consigo?

Só tem um jeito de saber: tentando.

Aqui vamos nós... FELIZ 2010!!!

Ia'Orana!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Mas é bem feito!!!

Pois é, tava tão de saco cheio de tomar tanto remédio q fui me desinteressando, esquecendo aqui, esquecendo ali... Acabou q larguei tudo pro alto mesmo. Eu sabia q tava errado, mas eu me sentia tão bem... Mto melhor do q com os antipressivos. Logo imaginei q não tenho problema nenhum, tava me dopando à toa... Tava ótima sem tomar nada!

Tá bom, uma agitaçãozinha mental. Ah, mas eu podia lidar com aquilo! Tbm voltei a arrancar cabelo, mas achei q minha força de vontade ia melhorar isso (nunca melhorou em quase 20 anos! Não sei de onde tirei essa idéia...). Será q os medicamentos só me deixavam abobalhada? Não queria mais aquilo prá mim. Afinal, sem medicamento eu tava mto mais ligada, mais esperta, mais inteligente, mais genial... Mais, mais, mais! Qndo a agressividade apareceu, até pensei q podia ser a "tal" hipomania, mas, não: na verdade - eu achava - eu estava sendo eu mesma finalmente, os remédios só me reprimiam! Tão cedo não pensava em voltar a tomar nada, e nem sabia se ia na psiquiatra no dia marcado prá consulta (01/12).

Ontem, havia quase 1 mês sem medicamento. Tudo seria lindo se não fosse a confusão q morava dentro de mim. No fim do dia, uma crise: eu não queria levantar, não conseguia falar, só conseguia chorar compulsivamente. Mto pouco lembro da situação, mas Mr.G conta q o pouco q consegui falar foi prá dizer aos brados q queria morrer. Pior: na frente das minhas filhas. Eu não tinha controle de nada. Eu só lembro da angústia, vontade de fugir prá lugar nenhum...

Mr.G me jogou debaixo do chuveiro frio e parece q fui me acalmando. Só tremia mto e não conseguia respirar direito. Pedi água com açúcar e as coisas pareciam voltar ao lugar. Tudo tinha sumido, fui ao samba com a família, só queria beber mto e fumar tbm... Ri, sambei, e mesmo em casa só consegui dormir às 3 da manhã.

Pela manhã, parecia q a nuvem negra tinha passado e levado tudo embora. Do pouco q eu lembrava, não entendia o pq da crise de ontem. Prometi a mim mesma parar de fumar e voltar à tomar a medicação. Qualquer tremor nas mãos é menos pior do q o risco de viver aquilo tudo denovo.

Amanhã tem psiquiatra. Desisti de faltar. Só pedi ao Mr.G prá ir comigo, já q eu lembrava pouco do q aconteceu durante a crise. E agora, aprender com a burrada, né... Voltar a tomar meus remédios direitinho prá encontrar um pouco de paz...

E daí q estabilizada não sou tão genial assim?

Ia'Orana!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Vinte e Nove - Renato Russo

"Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Só aprendendo a viver sem você
Já que você não me quer mais

Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove com o retorno de saturno
Decidi começar a viver

Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar e a pedir perdão

E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez"

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Renascida em 2 de novembro

Agradeço pelos calorosos comentários no último post, mas infelizmente não sou eu a autora do texto. Postei-o pq tbm me identifiquei mto.

Hj acordei meio de saco cheio de ser bipolar. Sei lá, de saco cheio do diagnóstico. Eu já sei a mto tempo q eu NÃO SOU o diagnóstico, só tenho q conviver com ele, mas nos últimos meses confesso q, mesmo sem querer, me escondi por trás dele. Acho q deixei de ser eu mesma prá ser "uma bipolar". Ou melhor, uma "pobre coitada de uma bipolar". As vzs, lá dentro do meu ser, há algo q aprecia se fazer de coitado... E eu custo tanto a acreditar nisso q não consigo lutar contra. Pois, está bem, eu reconheço e mando prá longe, AGORA!!! - q falta faz a terapia...

É, não tenho feito terapia pq tbm cansei. Eu só falava sozinha, e falava tanto (o q é fácil prá mim) q acabei sem assunto (o q já é difícil). Não sabia mais sobre o q falar nas sessões, desisti de ir. Quem sabe um dia não encontro um psicólogo q tenha mais a ver comigo (sei q é difícil na rede pública, mas...)?

Ultimamente meus psicólogos têm sido caboclos e preto-velhos. Na falta q tem me feito o Centro Espírita no qual sempre servi por questões de horário, resolvi frequentar um terreiro de Umbanda, mais perto do trabalho. E eles falam umas verdades q batem forte, sabe? Coisas q eu mesma não queria ver, e derrepente me vejo hj, botando dedo em feridas q precisavam prá ser cicatrizadas... Tem dado certo. Minha questão prá próxima gira será as coisas do passado q sempre me assaltam vez em qndo. Qndo eu penso q superei certas coisas, volto a ter notícias aí vejo q M... q eu sou... Essa tem sido minha única fraqueza. Ah, e vinho tbm. Ontem, numa comemoração, enxuguei uma garrafa de vinho e acordei daquele jeito... Já viu...

Mas acho q hj é dia de comemorar. Comemorar não estar entre os celebrados do dia. Ou, como diz minha sogra, celebrar por não ter ninguém querido prá celebrar pela primeira vez esse ano. Mas hj estou celebrando o meu renascimento. Já senti isso antes e passou, mas vou fazer de tudo prá q não passe dessa vez: essa vontade de viver, de pôr em prática meus desejos, de não deixar ninguém mais me botar prá baixo, de parar de me sabotar. Afinal, como disse o preto-velho da última vez "taí uma moça de atitude!". Eu sempre tive, né, pq não vou ter mais?

Ia'Orana!

domingo, 18 de outubro de 2009

Texto do www.psiconet.org.br

Recebi esse texto, mas infelizmente não consegui localizar a autora. Por isso, a única referência q posso dar do texto é o www.psiconet.org.br. Acho q vale a pena...

"Tudo no mundo e nas pessoas têm e funcionam por um padrão. Quanto mais humana a ciencia, mais sutil é o padrao, pq afinal, as pessoas são diferentes em varios sentidos.

Mas vejam a medicina, as doenças têm um padrão, os remédios têm um padrão, que não funciona para todos os casos, por isso tantos remedios diferentes, mas tem um padrao. Por exemplo, pq tantos antiinflamatorios? Um dos motivos é que pessoas tem sensibilidade, alergia e outras doenças que impedem que tomem alguns deles.

Eu acho que a bipolaridade em si não é doença. Não somos doentes. Somos diferentes.

Já confirmei com muitos bipolares a sensação que tive quando recebi meu diagnóstico ha vinte anos atras.

Foi um misto de alivio e indignação.

Alivio pq pensei, que bom, tudo o que fiz e faço de "estranho" não é culpa minha, é doença e tem um nome e tratamento.

Indignação pq a única coisa que sempre tive certeza na minha vida, aquela em que baseei todo o meu valor enquanto pessoa e ser humano era minha mente, meu raciocionio e minha inteligencia. Quem aquele medico pensava que era para me dizer que eu não podia confiar na minha mente?

E foi essa indignaçao que me levou todos esses anos a uma busca obsessiva por uma resposta, por uma solução.

Então cheguei a esta conclusão, a bipolaridade em si não é doença, não sou doente, sou diferente.

Mesmo sabendo tudo o que ja se descobriu, incluindo as ultimas descobertas de que a amigdala cerebral no bipolar, responsavel pelas emoçoes, é maior e se estimula sozinha. Que o lobo frontal, responsavel pela razao, é ligeiramente menor.

Mesmo assim.

A bipolaridade simplesmente faz com que nossas emoções sejam tão intensas que suplantam a razao.

E nossa ansiedade de tentar viver neste mundo é tao grande que abre brechas para doenças como depressao, panico, paranoia, e outras comorbidades.

Só que o mundo e a ciência são limitados e, ao inves de se tentar encontrar formas e ferramentas de aproveitar o que de melhor a bipolaridade pode trazer, encontraram formas de achatar nossas emoçoes para nos adequar ao mundo.

Somos mais propensos à psicose por exemplo, pq a intensidade de nossas emoçoes é demais e constante. Qq pessoa "normal" que passasse por uma situação que a fizesse realmente sentir na pele uma emoção na intensidade com que sentimos, tbm piraria, alias pira mesmo.

Ora, eu quero e preciso me adequar ao mundo, mas quando olho o mundo que está aí fora.......... ai

E a que preço, não?

Então, me dei conta, no meu caso, e minha psicologa e meu medico concordam, que preciso muito mais de psicoterapia do que de remedios. Pq ja encontrei um remedio que "segura" as doenças que vêm com a bipolaridade.

Pq a solução está em me autoconhecer, conhecer, acreditar e respeitar meus limites, minhas dificuldades e minhas qualidades e criar e encontrar ferramentas minhas para encontrar um lugar para mim no mundo.

Fiquem com Deus
jamais desistam de vcs"

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A depressão

Gente, qnto tempo não venho aqui! Mas é perfeitamente compreensível, visto q meti o pé na depressão denovo... Foram algumas semanas q custei a entender q o problema era esse. Eu só tinha apatia e vontade de dormir o tempo todo, além da falta total de apetite. Achei q ia ser bom pois eu precisava perder mesmo uns quilinhos, mas fazer nada o tempo todo não dá... Nem eu mesma tava aguentando.

Num impulso, dobrei a dose de fluoxetina, e me prometi relatar à médica assim q o resultado da minha litemia estiver pronto. E melhorei. Quer dizer, não to 100%, mas o medicamento me ajuda a detectar qndo tô em baixa, e, melhor ainda, me dá forças prá tentar levantar.

Sabe, eu não costumo ligar mto prá opiniões alheias, mas as vzs me irritam pessoas q falam de depressão como se fosse uma "onda". Claro, devem ter casos de pessoas q se escondem através duma depressão declarada (o q pode ser falsa, pois raramente o depressivo declama sua doença), mas eu realmente SEI q pensamento positivo, lavar uma louça ou um tanque de roupa suja não são solução nenhuma para o problema. A depressão é tratada como uma frescura, o q não é. É uma doença q pode ficar bem grave se não for tratada, podendo levar ao suicídio. Isso é engraçado?? Não acho nem um pouco.

Quem anda na corda bamba como eu certamente deve ter o mesmo medo q eu tenho: o de tropeçar na depressão vez ou outra. É como andar num caminho esburacado e derrepente vc cair no buraco da depressão. Pior é q o tombo é tão rápido q vc demora a se dar conta de onde vc caiu. Pelo menos eu tenho mto medo da depressão pq ela chega sem eu nem sentir. Só algumas semanas depois de me ver mergulhada em tristeza, sem vontade de viver e com vontade até de dar por encerrada essa minha jornada terrena, é q eu detecto o problema. Aí vem outro: como sair?? Terapia, medicamento, força de vontade... Por onde começar?

A depressão é o fantasma q me ronda à noite, q me faz ter medo do escuro como uma criança. Me faz tentar andar prestando atenção em cada passo, pq ela pode estar à espreita e me pegar a qualquer momento. E uma vez nas garras dela, é uma luta tentar se desvencilhar. De verdade. Cansa literalmente. Cansa mto mais do q ter q lavar um tanque de roupa suja...

Mas, infelizmente, enquanto o ser humano não entender seus próprios problemas, não poderá entender o problema do outro. Mto menos respeitá-lo.

Chamam mtos de nós de loucos, mas qntos desses não estão precisando dar uma passadinha num psiquiatra??? Esquecem q qndo apontam um dedo a alguém, outros quatro apontam prá si mesmos...

Agora, é bola prá frente!!
Ia'Orana!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Independence Day

Hj tocaram o Hino Nacional na igreja aqui do lado da minha casa. Me surpreendi em lembrar ainda do hino inteirinho!! E nem banquei a Vanusa!! (Sabe-se lá, com o monte de remédios q eu tomo, né, apesar de nenhum ser prá labirintite - leia-se 51...)

Enquanto isso espero o resultado do vestibular q fiz no último sábado. Terceira vez tentando uma bolsa prá fazer Enfermagem. Sei não, mas 3 sempre foi meu número de sorte. Quem sabe?...

Ai, minha Nossa Senhora das Bolsas Universitárias... O resultado é amanhã!
Até lá com notícias...
Ia'Orana!

domingo, 23 de agosto de 2009

Acho q não é bem isso...

Talvez o q me faça falta não é a loucura. É o entusiasmo q os momentos de hipomania me dão...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Coisas q não consigo entender...

É engraçado como nos acostumamos com a loucura. Tentamos nos livrar dela a todo custo, na vã esperança de nos tornarmos como os outros... Daí, qndo chegamos perto da lucidez, tudo parece pálido. Pálido assim, sem cor. Apatia pura. Olho prás pessoas na rua e penso se a vida de todo mundo é assim... Acho q a única diferença é como os outros aceitam essas coisas da vida... Tudo normal deveria ser legal, mas meu olhar só enxerga apatia. Será assim com mais alguém??

O lítio me deixou assim, equilibrada. Mas equilibrada demais. Apática. Não, não me sinto deprimida, apenas conformada com as coisas da vida, mesmo com algo pulsando bem lá no fundo de mim, totalmente inconformada com essa conformação. Equilíbrio estranho... Q parece não se encaixar em mim. No q me encaixo então?? Essa insatisfação é o q me devora por dentro... Não lutei e luto tanto por esse equilíbrio?? Agora parece q vivo a vida de outrem, e q simplesmente, "tá tudo bem". E não era prá ser assim? Pq meu âmago implora pelo retorno da loucura????...

Vai saber...

Ia'Orana!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A loucura da mulher

"Mas vamos lá. Pra começo de conversa, não acredito que haja uma única mulher no mundo que seja santa. Os marmanjos devem estar de cabelo em pé: como assim, e a minha mãe???

Nem ela, caríssimos, nem ela.

Existe mulher cansada, que é outra coisa. Ela deu tanto azar em suas relações que desanimou. Ela ficou tão sem dinheiro de uns tempos pra cá que deixou de ter vaidade. Ela perdeu tanto a fé em dias melhores que passou a se contentar com dias medíocres. Guardou sua loucura em alguma gaveta e nem lembra mais.

Santa mesmo, só Nossa Senhora, mas cá entre nós, não é uma doideira o modo como ela engravidou? (não se escandalize, não me mande e-mails, estou brin-can-do).

Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar "the big one", aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo? Mas além disso temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar num navio-pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar uma cafetina, sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.

Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascina a todos.

Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a idade que tenham. Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota. Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: só sendo louca de pedra."

(Martha Medeiros)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Amor Maior - Jota Quest

"Eu quero ficar só
Mas comigo só
Eu não consigo
Eu quero ficar junto
Mas sozinho assim
Não é possível...

É preciso amar direito
Um amor de qualquer jeito
Ser amor a qualquer hora
Ser amor de corpo inteiro
Um amor de dentro prá fora
Um amor que eu desconheço...

Quero um amor maior
Um amor maior que eu
Quero um amor maior, yeah!
Um amor maior que eu

Então seguirei
Meu coração até o fim
Prá saber se é amor
Magoarei mesmo assim
Mesmo sem querer
Prá saber se é amor
Eu estarei mais feliz
Mesmo morrendo de dor, yeah!
Prá saber se é amor
Se é amor

Quero um amor maior, yeah!
Um amor maior que eu
Quero um amor maior, yeah!
Um amor maior que eu"

quinta-feira, 16 de julho de 2009

To na fase "down"...

E pensar q há poucos dias estava esfuziante, saltitante, de ter momentos de ter medo de mim mesma... Agora tudo q consigo ver é em preto-e-branco, como se minha vida fosse um nada. E o pior é q me sinto culpada pq olho prá minha vida e tudo está acontecendo como eu queria, tudo está lindo - se não fosse a depressão... Antes não, eu realmente tinha pendências na minha vida q eu tinha q mudar - a propria vida fez questão disso - e sofri mto com todas as transformações. Mas sofri feliz, pq sabia q era necessário pro meu próprio bem, pro meu melhor caminhar. E agora, q tudo anda bem... Só tenho forças prá chorar, mtas vezes nem prá sair da cama... E ainda tenho q cuidar das crianças prá deixar com meus pais antes de sair prá trabalhar...

Sabe qndo tem dias q cansa?? Pois é, essa coisa de ser bipolar me cansou, já. Nunca fui lá mto "normal", e talvez por isso, por agora estar me tratando e tudo, q não consigo aceitar essas modificações de humor sem sofrer mto. O q piora a depressão. Como cortar o círculo vicioso?...

Mas a esperança ainda é a última q morre... Tenho q crer nisso...
Ia'Orana!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Esquizofrenia

"Olhem!!! Olhem ali! O diabo quer me pegar!!! Não deixem!!!!!!!!!!!!..."
Desesperada, ela apontava para a janela, logo ao lado da tv ligada no noticiário local, e tentava se esquivar de algo q o marido e uma outra parente não entendiam.

Não entendiam pq não viam.

Assim começou minha vida. Mas nenhum dos 3 personagens sabiam disso. Eu era um embrião e já estava às voltas com a loucura...

Fora as estórias contadas mais tarde, prá me atingir com a ilusão de me fazer "me comportar": as quedas de barriga da minha mãe. A intenção dela, pelo q dizem q ela dizia nas crises, era se livrar de mim.

Por mtos anos me senti culpada, achando q fora eu q trouxera a doença para minha mãe, mas depois, com a proximidade q a minha doença causou entre nós, fiquei sabendo q minha mãe tem esquizofrenia desde a adolescência.

Receber o diagnóstico de bipolaridade foi assustador, mas redentor de alguma forma. Mágoas antigas foram deixadas prá trás com a compreensão dos fatos, além da ponte q todo o tratamento psicológico e medicamentoso construiu entre minha mãe e eu. Por um lado, é triste q mãe e filha tenham a insanidade como maior ligação, no entanto, antes a doença q une do q a doença q separa. Era o q a esquizofrenia era prá mim: uma barreira entre minha mãe e eu. Pelo menos até eu ver-me tbm às voltas com psiquiatras e etc.

Hj pela manhã,ao programa Mais Você, na Rede Globo, e o tema de uma das reportagens e entrevista foi a esquizofrenia. É sempre reconfortante se identificar com alguém, e ouvir as estórias de pessoas q foram tbm atingidas pela esquizofrenia de seus parentes não é diferente. Agora, fiquei pensando nas minhas filhas: têm uma avó esquizofrênica, uma mãe bipolar, e uma delas apresenta déficit de atenção. Q futuro as aguarda?...

Temo por elas e por mim mesma. Pq a culpa - tão natural no papel de mãe - é ainda mais doído qndo descobrimos q nossa herança genética deu aos filhos uma deficiência de presente. Sei disso pq vi nos olhos de minha mãe...

Ia'Orana!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Coincidências???

A vida tem uma penca de coincidências q me faz ficar aqui, pensando, se são apenas coincidências mesmo... As datas, as melodias... O q faz parte da minha vida tbm faz parte da vida de outrem, mas será q isso quer dizer algo?

No Espiritismo, "não há coincidências".

Mas na minha mente, "será q não?" e se não, "por quê, afinal?".
Ia'Orana!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Pensando, pensando...

Cheguei à conclusão q tem mto louco por aí, mas quem leva a fama somos nós, q nos tratamos...

Tenho uma ligação mto forte com o espiritualismo. Principalmente com o q chamam de "kardecismo", por ser uma fé raciocinada. Nem tudo de ruim ou bom q se acontece pode ser levado pro lado espiritualista, mas mta coisa, se vc pára prá pensar, tem a ver. Tenho feito tratamento num posto espírita, juntamente com o tratamento medicamentoso, e ultimamente tenho a sensação de não saber se o q preciso é de mais remédio ou de mais espiritualismo...

Já foi identificada minha mediunidade há um tempo atrás; eu cheguei até a começar a estudar, mas qndo se começa, não se deve parar do nada, como eu fiz. Resultado: uma baita crise, q me levou à emergência psiquiátrica mais próxima de casa. O negócio é q eu não to aguentando mais tanta sonolência por causa dos remédios, nem os formigamentos constantes no topo da cabeça e na nuca. Comprei um livro q achei sem querer nas Lojas Americanas do James Van Praagh (autor do tbm ótimo "Conversando com os Espíritos"), q me pareceu uma tábua de salvação. Chama-se "Espíritos entre Nós" e dá umas dicas boas de proteção contra influências negativas.

Confesso q tudo se agravou com o acidente aéreo do Air France. Logo q recebi a notícia, tive a visualização da queda, vi algumas pessoas lá dentro meio q sendo "jogadas" por dentro do avião, e visualizei principalmente 6 crianças. Me abalou mto confirmar a informação de q eram 6 crianças dentro do avião. E toda vez q assistimos notícias sobre o incidente, algo acontece aqui em casa; ou eu tenho o forte formigamento na cabeça, crises de choro, coisas caem do nada como se quisessem me avisar de algo... Será q algum conhecido meu tava no voo e quer me avisar? De qualquer forma tenho, com afinco, tentado evitar as notícias sobre o assunto - o q tem sido bem difícil.

Enfim, do q preciso? Mais remédios ou mais espiritualidade?...
Ia'Orana!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Começo, meio e fim - Roupa Nova

"A vida tem sons que pra gente ouvir
Precisa entender que um amor de verdade
É feito canção, qualquer coisa assim,
Que tem seu começo, seu meio e seu fim

A vida tem sons que pra gente ouvir
Precisa aprender a começar de novo.
É como tocar o mesmo violão
E nele compor uma nova canção

Que fale de amor
Que faça chorar
Que toque mais forte
Esse meu coração

Ah! Coração!
Se apronta pra recomeçar.
Ah! Coração!
Esquece esse medo de amar de novo."

Atualizações técnicas

Bem, dia 12 eu fui à psiquiatra. Falei do quanto o ácido valpróico me engordou, alterou minha menstruação, falei da queda de cabelo, da tremedeira nas mãos... Enfim, tudo errado! A dra. suspendeu-o e passou haloperidol 1mg à noite, e vamos esperar um período prá ver se só ele aguenta a minha barra...

Quer dizer, só ele não: ainda tem a fluoxetina pela manhã e o clonazepam à noite, mas coisinha pouca, dose mínima prá quem já tomou quilos de comprimidos por dia...

E assim, a vida segue...
Ia'Orana!

domingo, 26 de abril de 2009

Preciso me encontrar - Cartola

"Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar..."

Oração

Ó, meu Deus...
Dá-me paciência para os palpiteiros de plantão...
Para os especuladores da minha vida...
Para q eu não perca a doçura ou a gentileza.
Faz-me lembrar q os humilhados de hoje serão os exaltados de amanhã,
Q se faltar o respeito dos outros por mim, nunca poderei me culpar pela falta de respeito pelos outros,
Deixe-me enxergar q só a Vida vai fazer alguns enxergar a Verdade
Pq eu tenho q reconhecer q não tenho poder prá fazer com q todos a enxerguem...
E por final, Senhor, perdoa-me pela minha sinceridade incômoda,
por esquecer q os espinhos q me ferem hoje foram plantados por mim outrora,
e por, vez ou outra, perder a fé.
Pq lá no fundo eu sei q nada é por acaso ou é à toa,
e q, todas as sementes de felicidade q luto tanto para semear hoje
amanhã me renderão maravilhosos frutos.
AMÉM!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Retorno de Saturno?...

É um recomeço de uma vida q, de tão diferente, parece q nem vivi. Agora vejo q as mudanças q espero na minha vida só eu mesma posso provocar. "Não espere esperando, espere vivendo", foi o q um dia eu li, mas infelizmente não lembro o autor. Nada mais sábio.

A paixão acaba, mas o afeto não precisa acabar tbm, né? O chato é qndo as pessoas confundem as coisas...

"A vida é um leva e trás, a vida faz e refaz", ouvi, dessa vez na voz de Zizi Posse. As vzs tudo q eu queria era q o mal-resolvido não saísse lá do passado. Demorei tanto a adquirir essa confiança na qual me apóio agora, mas aí a vida faz questão de trazer questões do passado, e lá vou eu reviver a menininha insegura q fui. Raiva, raiva, raiva... ÓDIO!! Não sei se meu coração ainda tem saúde prá entender "sinais q me confundem da cabeça aos pés"... Trabalha! Trabalha q é a melhor forma de tentar botar a cabeça no lugar...

Pelo menos, trabalho não está faltando. Como é bom voltar a trabalhar, apesar do cansaço, da saudade das crianças... Trabalhar tem sido a melhor coisa prá curar minha cabeça e meu coração...

Ia'Orana!

"Se fiquei esperando meu amor passar..."

"(...)Já me basta que então eu não sabia amar
E me via perdido e vivendo em erro
Sem querer me machucar de novo por culpa do amor
Mas você e eu podemos namorar.
E era simples: ficamos fortes.

Quando se aprende a amar
O mundo passa a ser seu
Quando se aprende a amar
O mundo passa a ser seu

Sei rimar romã com travesseiro
Quero a minha nação soberana
Com espaço, nobreza e descanso.

Se fiquei esperando meu amor passar
Já me basta que estava então longe de sereno
E fiquei tanto tempo duvidando de mim
Por fazer amor fazer sentido.
Começo a ficar livre.
Espero. Acho que sim.
De olhos fechados não me vejo
E você sorriu pra mim.

'Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo,
Tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo,
Tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo,
Dai-nos a paz.'"
(Legião Urbana)

quarta-feira, 25 de março de 2009

Velha Infância - Tribalistas

"Você é assim
Um sonho pra mim
E quando eu não te vejo
Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito...

Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo
É o meu amor...

E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa
De ser criança
A gente brinca
Na nossa velha infância...

Seus olhos meu clarão
Me guiam dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só...

Você é assim
Um sonho pra mim
Quero te encher de beijos
Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito...

Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo
É o meu amor..."

segunda-feira, 16 de março de 2009

Anos Dourados - Tom Jobim e Chico Buarque

"Parece que dizes 'Te amo, Maria'
Na fotografia estamos felizes
Te ligo afobada
E deixo confissões no gravador
Vai ser engraçado
Se tens um novo amor

Me vejo a teu lado
Te amo? Não lembro
Parece dezembro de um ano dourado
Parece bolero
Te quero, te quero
Dizer que não quero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais

Não sei se eu ainda te esqueço de fato
No nosso retrato pareço tão linda
Te ligo ofegante
E digo confusões no gravador
É desconcertante
Rever o grande amor

Meus olhos molhados
Insanos, dezembros
Mas quando me lembro
São anos dourados
Ainda te quero
Bolero, nossos versos são banais
Mas como eu espero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais"

Quem de nós dois - Ana Carolina

"Eu e você
Não é assim tão complicado
Não é difícil perceber...

Quem de nós dois
Vai dizer que é impossível
O amor acontecer...

Se eu disser
Que já nem sinto nada
Que a estrada sem você
É mais segura
Eu sei você vai rir da minha cara
Eu já conheço o teu sorriso
Leio o teu olhar
Teu sorriso é só disfarce
O que eu já nem preciso...

Sinto dizer que amo mesmo
Tá ruim prá disfarçar
Entre nós dois
Não cabe mais nenhum segredo
Além do que já combinamos

No vão das coisas que a gente disse
Não cabe mais sermos somente amigos
E quando eu falo que eu já nem quero
A frase fica pelo avesso
Meio na contra-mão
E quando finjo que esqueço
Eu não esqueci nada....

E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro...
Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na tua vida

Eu procurei qualquer desculpa pra não te encarar
Pra não dizer de novo e sempre a mesma coisa
Falar só por falar
Que eu já não tô nem aí pra essa conversa
Que a história de nós dois não me interessa...
Se eu tento esconder meias verdades
Você conhece o meu sorriso
Lê o meu olhar
Meu sorriso é só disfarce
O que eu já nem preciso...

E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro...
Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na tua vida"

Encostar na tua - Ana Carolina

"Eu quero te roubar pra mim
Eu que não sei pedir nada
Meu caminho é meio perdido
Mas que perder seja o melhor destino...

Agora não vou mais mudar
Minha procura por si só
Já era o que eu queria achar
Quando você chama meu nome
Eu que também não sei aonde estou
Pra mim que tudo era saudade
Agora seja lá o que for...

Eu só quero saber
Em qual rua a minha vida
Vai encostar na tua...
(2x)

E saiba que forte eu sei chegar
Mesmo se eu perder o rumo

E saiba que forte eu sei chegar
Se for preciso eu sumo...

Eu só quero saber
Em qual rua a minha vida
Vai encostar na tua...
(2x)

Eu quero te roubar pra mim!"

terça-feira, 10 de março de 2009

Almas Expostas - Paulo Roberto Gaefke

"Chega um dia em que,
cansados de tanta repetição,
observamos os nossos olhos e acabamos
enxergando a alma,
e você sabe, a alma não mente,
não se esconde atrás da maquiagem,
nem do sorriso quase
que decorado...

A alma é uma fotografia exposta
de nossos medos,
retrato real dos desejos escondidos,
das perdas,
daquele velho sonho aprisionado,
e as vezes clama por atenção,
pede verdades que você insiste em
não querer ver,
pede atitudes que você não quer tomar,
pede decisões que lhe são
muito caras,
e por comodismo ou medo,
vai deixando de lado,
e a sua vida também vai
ficando de lado,
meia-vida, meios-sonhos,
meia-esperanç a,
vida passando,
simplesmente passando...

Eu desejo,
que neste dia a sua alma se revele,
que você escute o seu "eu"
mais profundo,
que tire os sapatos dos compromissos
formais,
e se mostre de verdade,
revelando essa pessoa especial,
que como todo mundo,
tem defeitos e qualidades,
que precisa amar e receber amor
para que a alma seja preenchida,
e seu rosto reflita,
um brilho sem igual,
de quem encontrou a chave perdida,
que abre as portas da vida,
vida que se renova,
vida que nos aproxima,
nos torna iguais,
capazes de seguir adiante,
como quem diz,
eu mereço o melhor,
eu quero um novo despertar,
recomeçar,
sem medo de ser feliz.

Eu acredito em você"

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Ciclos

Nesses ciclos q vão e vem, no vendaval q eles deixam pelo caminho, vou esperando me resolver prá poder me manifestar. É complicado escancarar o coração qndo há outras pessoas envolvidas... Já fiz esta bobagem e aprendi deveras!

Enquanto isso, deixo aqui mais um texto q não meu (como tenho feito), mas com o qual me identifiquei mto - talvez por ser "tão bipolar". E, melhor ainda: é de Fernando Pessoa!

"Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu. "

Ia'Orana!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O Louco e o Sonho - Thiago de Rezende

"O louco acordou
Chorou, riu e sonhou
E viu no céu um brilho intenso
Da cor que ele sempre sentiu
No seu intimo vendo o mundo que penso
Sim, mas era noite, noite escura
Mas jura o louco que sabia a verdade
Pois quando perdeu-se na sua vaidade
De ter o mundo falso aos seus pés
O louco então voltou a sonhar
Mesmo acordado começou a pensar
Na vida vadia que um dia ele tinha
De passado passado em panos tardios
Assim o louco lembrou que era louco
E voltou a se perder no mundo que criou
O louco assim de repente voltou
As horas passaram, ninguém o viu
O louco parado no canto partiu
Em mais uma nova e inédita viagem
Sem ter que precisar um dia passagem
Para ir além das fronteiras da vida
O louco simplesmente seguiu sua partida
E foi embora o louco dali
Sem sair do lugar ninguém mais pode ver
O que existia no louco pra se ver
O mundo que ele pintava assim
De cores e dores que cantava pra mim
O louco simplesmente se silenciou
E nunca mais o louco acordou"

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Aos Nossos Filhos



"Perdoem a cara amarrada,
Perdoem a falta de abraço,
Perdoem a falta de espaço,
Os dias eram assim...
Perdoem por tantos perigos,
Perdoem a falta de abrigo,
Perdoem a falta de amigos,
Os dias eram assim...
Perdoem a falta de folhas,
Perdoem a falta de ar
Perdoem a falta de escolha,
Os dias eram assim...
E quando passarem a limpo,
E quando cortarem os laços,
E quando soltarem os cintos,
Façam a festa por mim...
E quando lavarem a mágoa,
E quando lavarem a alma
E quando lavarem a água,
Lavem os olhos por mim...
Quando brotarem as flores,
Quando crescerem as matas,
Quando colherem os frutos,
Digam o gosto pra mim...
Digam o gosto pra mim..."

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Meu dia de Virginia Woolf

“A beleza do mundo tem duas margens; uma do riso e outra da angústia, que cortam o coração em duas metades.” - V. W.
Deito na cama, ponho no canal de música clássica da tv a cabo, e olho a linda lua crescente pela janela. Meus olhos sonolentos quase fecham, multiplicando a imagem da lua na minhas pupilas. Talvez isso tenha me feito despertar para mim mesma, principalmente nos últimos dias. Tenho tido uma sensação q há mto já não tinha: a de ser duas pessoas num corpo só. E essas pessoas são tão distintas q a consciência delas me faz me perguntar se não enlouqueci de vez.
Ora sou só otimismo, tão cheia de garra, pronta pro q der e vier. Logo essa mulher dá lugar a outra, autodestrutiva e melancólica, cujo maior desejo é fazer o máximo para conseguir não acordar dos sonhos - q têm sido mais emocionantes q minha vida real, diga-se de passagem.
É um esforço enorme tentar me manter na primeira - ainda q com certa moderação, pq no bipolar, tudo q é demais estraga - ainda mais sem os apoios mais próximos da psiquiatra e da psicóloga. A psiquiatra só tem horário prá maio, a psicóloga pelo menos vai voltar ao trabalho nessa semana... Talvez isso alivie minhas angústias, ou talvez ela me encaminhe à uma emergência de vez...
Por outro lado hj dei início a uma atividade agradável: a dança. Entrei na ala coreografada da escola de samba daqui do bairro e hj foi meu primeiro dia de ensaio. Suei prá caramba nesse calor de rachar, com a esperança de perder algum peso até o carnaval (bipolar tbm tem suas vaidades, ué, rs), sem falar q dançar é divertido e um exercício aeróbico. O problema só foi depois, qndo senti um estranho ataque de pânico. Pensei q era a má condição física q essa vida sedentária me proporcionou, mas quase ao final do ensaio comecei a sentir algo no meio do peito, uma angústia, uma ansiedade inexplicável e indescritível... Tudo pareceu distante por um momento, até q alguém mto abençoado se aproximou prá me oferecer água... Foi qndo consegui me distrair daquela sensação. Já até sei q vou ter q levar meu rivotril pra avenida como fiz no ano passado...
Queria ter o poder de Virginia Woolf de descrever sua sensação de dubiedade. Queria ter a força q ela teve de se despreender do marido q tanto amava prá q sua doença não mais o prejudicasse. Mas não, não queria ter coragem de cometer suicídio. Tem q ter mta coragem mesmo... Assim como a tentadora coragem de dar o passo em falso em direção ao buraco da depressão. A depressão às vzs parece tão bonita, e poética, e até preenchedora em algumas situações... Mas minha luta atual é criar forças para me livrar dessa tentação e tomar as rédeas da minha própria vida. Afinal, não posso deixar isso tomar conta de mim prá sempre! Não quero ter o fim de Virginia...
Aff, deixa eu parar por aqui, pq a sonolência priva-me de todos os limites...
Ia'Orana!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O LOUCO - de Reinaldo Simões

"Então o louco
Depois de ter insultado meio mundo
De ter sido esbofeteado
Massacrado
Descobriu pouco a pouco
O que poderia saber em 1 segundo.
Que seu cérebro era de ferro
Marcado por dentro e por fora.
Toda hora o berro da sanidade
Escapava pelos parafusos mal atarrachados
E saía pela boca como fosse iniquidade
Jamais aceitariam
Os figurões da moral
Aqueles de sentimentos agachados
Mas de olhar torto e boçal
Que um louco daquela idade
Pudesse em alguma coisa ter razão.
Seria o mesmo se os mudos falassem
Se os gatos pensassem!
Seria a loucura então."

http://www.freewebs.com/blogdorei

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Insônia

Na vida, todos nós temos demônios a expurgar ou conviver. Alguns têm mais resistência, outros têm menos, mas todos nós carregamos esses demônios conosco. Um dos meus demônios se encontra no sono. Nunca tive um sono realmente reparador, o q sempre me fez dormir mais q a média das pessoas. E parece q ao longo dos anos tem piorado.

Com tantos medicamentos, é natural prá q eu vire um zumbi, mas já passou da hora desse efeito passar! É isso q não entendo: se em novembro e dezembro eu tava tão melhor, com mais energia, até o humor tava melhor... Viajamos, com uma p*** semana de férias, para um verdadeiro paraíso, com amigos agradabilíssimos, ri demais, daí volto e - tá bem, confrontei alguns probleminhas, mas é a vida, né? Nada q me perturbasse realmente, pelo contrário, foi um desabafo. Agora tudo q eu queria era manter o bom humor e a vitalidade do fim do ano passado prá curtir esse fim de férias escolares e me preparar para o início das aulas. Só isso q eu queria, seria pedir demais???

Mas não: volto a dormir mal, com sono superficial e me perseguindo o dia inteiro!!! Já não levanto da cama, mas me rastejo. Rastejo até a cozinha, ligo a tv num canal de desenho prás crianças, faço seu leite matinal, faço o meu (prá iniciar a sessão de remédios do dia) e volto prá cama. E se deixar, é lá q eu vou passando o dia. E não é de hj, pois na sexta-feira passada eu já tava pensando em me alimentar melhor pensando nisso, parar de comer besteira, e enchi a geladeira de vegetais, frutas, etc. Não era prá eu estar mais bem disposta??? O q eu tô fazendo de errado??

Pior de tudo é q uma coisa leva a outra. 3 dias inteiros na cama só pode trazer mais desânimo, prá não dizer uma "pontica" de depressão (q tento espantar a qualquer custo). De vez em qndo eu tentava levantar, ajustar uma coisa ou outra q eu tava precisando prá mudar os móveis de lugar, principalmente despachar coisas q já não interessam mais, mas chega uma hora... Q não páro de bocejar, e tudo q eu quero é um lugar prá recostar. Hj o Discovery Channel agradeceu mto minha audiência. Cada vez q eu abria os olhos era um programa completamente diferente. E o pior: a certeza de q essas "sonecas" vão atrapalhar ainda mais meu sono noturno, mas não sei mais o q fazer. Já tentei um pouco de álcool, já tentei dobrar a dose noturna do clonazepam, já tentei fazer uso do álcool com o clonazepam - o q nem recomendo, até pq não tive sucesso. Agora tô numa fase "natureba" (como se eu já não fosse meio assim): o clonazepam continua em sua dose costumeira, mas agora estou usando passiflora tbm. Hj é o segundo dia. Vamos ver no q vai dar...

Saudações sonolentas (antes q eu apague com a cara no teclado)...
Ia'Orana!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Mais uma vez, Maysa

Férias longe do continente, em outro "mundo", quase pensei tbm ser outra pessoa tbm. Ser mais eu. E fui. E foi mto bom.

Mas a gente tem q voltar pro mundo real, ... E no mundo real, os problemas continuam lá, e com tanta auto-confiança, as vzs podemos lidar com isso de forma menos irracional do q outrora. Bom, mas enfim, talvez seja o primeiro passo para as mudanças q 2009 talvez esteja preparando para nós. Acho q baixar a cabeça tem um limite, e qndo passa desse limite, temos de cortar o mal pela raiz, nem q seja para sacrificarmos a nós mesmo. Um sacrifício hoje, um pouco de paz amanhã.

O problema nem foi esse, pq o "tal purgante" já estávamos tomando havia tempos. Não desce mais. O problema foi q - falando de medicamentos - um dos meus estava em falta no posto na semana passada: a fluoxetina. Até aí tudo bem, só poucos dias mesmo sem medicamento, e continuando com o ácido valpróico, com o rivotril... Não ia me matar, ? Até q ontem, assim, sem mais nem menos, saí do banho, sentei na cama ainda envolvida pela toalha, e me pus a chorar. Chorar mto. Soluçar e quase gritar, se eu pudesse. Sorte das crianças eu tê-las mandado pro banho para não ter q assistir àquela cena deplorável. Não sabia o q fazer, até q alcancei o celular na mesinha de cabeceira e sem pensar mto, liguei pro Mr. G - eu precisava conversar com alguém, e na hora eu nem pensava mto, pq geralmente nesses casos não gosto de preocupá-lo enquanto está trabalhando até pq ele não tem mto o q fazer por mim mas... Sei lá, eu só precisava conversar com alguém!!

Tá bom, ele atendeu. Mas conversar sobre o q?? Eu não tinha motivos para chorar tão intensamente, nem de alegria nem de tristeza; não me sentia deprimida; tudo q eu via qndo olhava prá dentro de mim era nada! A razão prá eu chorar daquele jeito era NADA! Vai fazer Mr. G (ou qualquer pessoa normal) entender isso!...

Vi q a abstinência da fluoxetina estava realmente fazendo o efeito q eu renegara. Decidi sair com as crianças, fui no posto e peguei as benditas cápsulas verde-amarelas...

Minha noite foi um inferno. Aliás, vou ter q penas alguns dias prá voltar tudo ao normal... Não dormi, arranquei mto cabelo e pensei com certa obsessão no certo prazer q a dor as vzs é capaz de provocar... Lembrei de qndo eu ainda podia doar sangue, e aquela agulha finalmente encontrava minha veia, aquele arrepio gelado, a sensação de quase sair do corpo... Como qndo "tatuei" símbolos na minha pele com agulha comum, em casa. Vai tentar explicar a alguém o pq de vc ter feito isso!... Ninguém entende, nem entenderá. A não ser q seja mais um irmão q se contorce por dentro como nós.

Mudando totalmente: estou assistindo à série "Maysa - quando fala o coração". Produção impecável e extremamente interessante. Se tudo correu do jeito contado, certamente Maysa foi mais uma maníaca-depressiva incompreendida. Qntos alcólatras, suicidas, narcômanos tbm não passam de bipolares ou de outros doentes do sentimento incompreendidos? Acho q hj, em quase 2010, já passou da hora do nosso preconceito global parar de provocar finais trágicos como o da cantora - ou vidas traumatizadas por tratamentos desumanos em "clínicas psiquiátricas".

Xô, uruca!! Q 2009 venha com toda sua luz!! Prá todos nós!!

Ia'Orana!