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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Só por hoje

Renato Russo dizia "só por hoje eu não quero mais chorar...". Mas, só por hoje, eu digo que não quero mais ser forte.

A Vida sempre me consumiu de angústias e problemas muito sérios (e nem sempre meus) que, apesar de me exigirem muito, muito me ensinaram também... Mas geralmente era um ou dois problemas de cada vez. Quando a vida toda desmorona, tudo que dizem é que vai ser bom começar a vida do zero - e eu nunca tive medo disso, pelo contrário, sempre estive pronta pra me reconstruir, nunca tive medo de ir à luta. Mas ultimamente anda tudo tão sem sentido... É tanta dificuldade e nem ao menos há algo a que eu possa me agarrar, como outrora... Eu luto, luto, luto, e agora parece que meu próprio corpo está lutando contra mim - na verdade sempre esteve: se forem confirmadas as fortes suspeitas de que tenho questões autoimunes, isso teria me perseguido desde os 10 anos, quando entrei na puberdade. Mas como nunca foi dada a devida atenção pelos médicos que me deram assistência ao longo da vida, a coisa virou uma bola de neve que está culminando agora. Pior: se ninguém detectar nenhum problema autoimune, continuarei sem saber o que é isso que tenho que me enche de fraqueza e tem definhado meu corpo, apesar de todos os esforços para reverter ou ao menos estacionar o processo.

E nem só com perda de saúde tenho lidado nos últimos tempos: decepções das mais terríveis, punhaladas nas costas de gente que muito amei e a quem me dediquei, todo o tipo de calúnia e perseguição, sem lar, sem rumo, sem forças, sem porto seguro, me tiraram até mesmo a alegria de finalmente ter encontrado um curso de graduação que eu FINALMENTE QUERO TERMINAR (e falta já tão pouco). Encontrei um propósito de vida, e me arrancaram. Mesmo que eu planeje recuperar ao menos isso (talvez esses planos sejam o que ainda me dá forças pra seguir resistindo), o fato é que não vivo mais, apenas tenho sobrevivido de paleativos, dando um jeitinho aqui, tentando uma pequena alegria ali... Mas parece que tudo em volta só me oferece dor, falsas ilusões e a sensação cada vez mais forte de que a própria Morte me deseja mais perto dela. Talvez eu realmente já tenha cumprido meu tempo aqui e só esteja fazendo hora extra pelo prazer de incomodar as pessoas - logo eu, que sempre fingi estar tudo bem pra não incomodar ninguém... Mas vamos encarar os fatos: não está tudo bem e tudo que eu queria era ao menos estar sozinha na minha casinha, sem ninguém pra me despejar suas próprias frustrações.

Talvez D'us tenha ainda alguma compaixão de mim e das duas uma: ou eu acho logo uma luz no fim do túnel, ou ele abrevia essa minha existência pelo meu bem e de todos a quem tenho incomodado. E mesmo a segunda opção não será JAMAIS uma vitória daqueles que conspiram contra mim: quando atingida, eu sempre caio atirando, talvez alguns não saibam. E eu tenho leveza de consciência suficiente pra saber que mesmo em outro plano, terei direito a pleno descanso - até porque "eles" do outro lado sabem que detesto ficar parada, vai ser só o suficiente pra eu me recuperar, abraçar os que se foram antes e botar a mão na massa em nome do Bem (quem sabe não atenderão meu eterno pedido de ser aprendiz de Pombagira??). Uma Guerreira da Luz - como assim já me nomearam - não deixa de sê-lo assim, do dia pra noite, a não ser que seja pra evoluir. Talvez mesmo eu seja mais útil nessa batalha do lado de lá, já sem o peso desse corpo que parece não me querer mais... São coisas mesmo que só D'us pode dizer. Só me resta segurar firme até que Ele, finalmente, me envie seu veredito. Porque já não há nem forças e nem sequer direção pra continuar.

Seguimos, então, esperando... Só por hoje, eu vou sobreviver...

Shalom!



sábado, 26 de maio de 2018

Não importa mesmo o que eu diga ou faça.
Já posso morrer que ninguém se importa.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Enquanto chove, eu viro Sol

"Meu caminho é cada manhã,
Não procure saber onde vou.
Meu destino não é de ninguém
E eu não deixo os meus passos no chão.
Se você não entende não vê:
Se não me vê, não entende.
Não procure saber onde estou,
Se o meu jeito te surpreende..."

A Vida é mesmo assim... A gente acredita nas pessoas, quebra a cara... Mas Resiliência é meu nome do meio: a capacidade intrínseca de me superar e me tornar alguém maior e melhor a cada decepção. Decidi não mais dar murro em ponta de faca, nem mais ficar me esforçando em convencer as pessoas que preferem se iludir com meia dúzia de palavras bonitas: se elas preferem estagnar na Mentira, sigo em frente em meu caminho com destino à Verdade.

Tem gente que finge afeto só pra causar discórdia. Tem gente que finge amor só pra poder machucar silenciosamente... Nos caminhos escusos da maledicência, fazem de tudo pra destruir a imagem de outrem, ou mesmo destruir laços dos quais inveja. São pessoas tão frias e calculistas que não se importam com ninguém nem com as consequências de seus atos, apenas no que podem ganhar com isso. E são tão convincentes que, não adianta o que você faça ou diga pra desfazer mal-entendidos, muita gente ainda vai continuar acreditando nelas. Já dei muitas vezes a cara a tapa pra proteger as pessoas que eu considerei valer a pena, mas essas mesmas pessoas acham que o que eu digo é que não vale... Paciência. Só me resta seguir meu caminho adiante porque sei que numa dessas encruzilhadas da Vida a gente vai se reencontrar e aí estas, finalmente de olhos abertos e eu, já em paz comigo mesma, vamos finalmente perceber que no fim o que vence é o Bem.

Enquanto isso, sigo meu caminho com a sensação plena de que minha vida agora é uma folha em branco, prontinha pra escrever um novo destino, com "gente fina, elegante e sincera", gente que se junta pra somar e não dividir; gente que corre do nosso lado, e não atrás da gente com interesse em conseguir algo. Cansei de bater palmas pra maluco dançar - agora quem vai dançar na vida é a maluca que vos fala!!

Sabem como é, toda estrada tem cobras aguardando de soslaio, aguardando seu próximo passo pra agarrar seu tornozelo e te impedir. Aprendi nos últimos meses que cobra não tem braço pra abraçar: cobra só se enrosca na gente pra depois dar o bote. Só que agora sigo segura, pois Xangô me deu um machado pra me defender: cada cobra que tentar agora atravessar meu caminho, vai ter a cabeça cortada. Cansei de ter pena dos outros enquanto esses tentam tramar contra mim. Quem quiser seguir comigo no caminho da retidão, terá a mesma proteção, mas quem não quiser, só resta esperar o Tempo fazer seu próprio trabalho, do qual ninguém escapa.

Ilusões, queridas e queridos, ilusões não são nada mais que isso. Muita gente vos abraça chamando-os de "amigo", mas pelas costas vos crava um facão e vocês nem sentem, anestesiados de mentiras. Que caiam logo as fichas - todas elas! - pra que vocês mesmos possam se defender, e até contar com minha ajuda se necessário. Mas até lá, vou seguir o meu caminho lhes dando a liberdade de escolher em quem acreditar. Não vou mais gastar minha energia com essas coisas: vou investir a mesma energia em fazer girar, de forma eficaz, as engrenagens da minha própria Vida.

Aos que eu deixei pelo caminho por esse motivo, desejo o melhor. Mesmo que não entendam em nada os meus motivos. No fim, tudo se resolve. Mas vou deixar essa com D'us, já que preciso reeleger prioridades.

E minha prioridade agora é fazer brilhar o Sol que existe em mim, em seu máximo potencial.

A César o que é de César. E a todos, a Justiça.

Shalom!


quinta-feira, 17 de maio de 2018

"Senhor, Senhor... Por que me abandonaste?"

Eu quero tanto escrever... Ha um turbilhão de tanta coisa aqui dentro, preciso desaguar num mar de letras... Queria mesmo era encher essas linhas de coisas bonitas pra, quem sabe, alegrar a vida de alguém... Mas no momento não sou alegria nem pra mim mesma.

Hoje é um daqueles dias em que a gente acorda com um gosto amargo na garganta, como se a Vida tivesse nos amamentado de fel durante a madrugada. Não conheço mais as pessoas que achei conhecer desde que nasci. Pior: são esses que parecem fazer mais questão de me ver mal.

Mas a culpa é minha mesmo: passei a vida inteira me calando preocupada com o bem-estar alheio, abrindo mão de mim mesma pra todo mundo... Pra hoje ter a triste constatação que aqueles por quem me sacrifiquei só se interessam mesmo por mim quando precisam. Até aí, tudo bem. O problema é que no resto do tempo estão apenas me criticando, desrespeitando, até agredindo, se esforçando pra jogar minha auto-estima no chão. To cansada de ser o saco-de-pancadas moral e psicológico de todo mundo! "Tá se sentindo meio mal? Promoção do dia: venha dar meia dúzia de socos aqui na minha cara, me derrube e não esqueça de cuspir enquanto eu estiver no chão!" A julgar pela frequência que todos que dizem me "amar" praticam isso, deve no mínimo dar algum prazer. E não adianta sentar pra dialogar com toda a minha psicologia: o que eles querem é que eu os sirva de serviçal e, depois de satisfeitos, ainda sirva pra ser açoitada. "JOGA PEDRA NA GENI!!!"... Só me falta agora um zeppelin pra eu tomar pra mim e me levar pra bem longe daqui, já que ninguém me salvará a não ser eu mesma.

Se família é amor, esse não é mesmo meu lugar. Acho que nunca foi na verdade; sempre me senti avulsa, como se eu não fizesse parte deste grupo, como se eu tivesse caído aqui de paraquedas e eles me aturassem entre eles só porque não tinha outro jeito. Meu sonho de infância/adolescência, era descobrir evidências de que eu tinha sido adotada (explicaria muita coisa) ou no mínimo bastarda, mas foi em vão - evidências fisicas confirmam que sim, infelizmente o sangue é o mesmo. Pena que os valores não.

Só sei que estou EXAUSTA de padrões abusivos: mãe, pai, algumas "amigas" (infelizmente, na área das amizades, mulher ainda não sabe se relacionar - sorry, movimento feminista, sad but true), ex-marido, filhos, homens que entram e saem da minha vida (e na área dos amores, todos já sabem que homem não sabe amar)... Eu sempre perdi muito em todas essas relações, e ainda sofro cobranças, mesmo tendo aberto já mão de mim mesma só pra ter a satisfação de fazê-los felizes. Pena que essas pessoas pareçam só sentir mesmo prazer quando me veem no chão - porque é mais fácil de chutar.

Tem importância não: de tanto ficar sozinha, já me acostumei. E o Mundo tá aí, cheio de caminhos e afetos prontos a serem descobertos... Me manter apegada a essas relações doentias só tem me deixado doente. Cada vez mais. É um suicídio indireto.

E, sinceramente, depois de 22 anos planejando em detalhes, todos os dias, o meu suicídio direto, o que menos quero hoje é morrer.

Só quero viver e ter forças pra me estruturar pra ir embora de vez. Se com isso vão passar a me dar valor ou não, pouco me importa: vou estar distraída demais reconstruindo minha vida com todo o valor e respeito que eu mereço.

Passei a vida tentando dar orgulho, ou ao menos não decepcioná-los... Pra ser pra sempre tratada como LIXO. E eu sei que isso nunca mudará... CHEGA!! To exausta!! Decreto agora que, a partir de hoje, só fará parte da minha vida quem me faz bem!

Que vocês consigam viver bem sem mim - ou sem o seu saco-de-pancadas favorito. Acreditem: um dia vocês se acostumam a se virar sozinhos! Podem confiar!! Eu sempre consegui...

Shalom!

domingo, 13 de maio de 2018

Gitana

Por que com a gente tudo tem que ser tão difícil?
Será que o Mundo nos machucou tanto assim?

Temos tudo pra sermos felizes, podíamos estar felizes agora... Eu sei que você quer, você sabe que eu quero... O que nos impede, enfim?

Se eu ao menos pudesse saber o que é...

É tão difícil ver uma semente tão bonita ir morrendo assim, sem água, sem terra, sem perspectiva... Mais ainda quando a gente conhece todas as possibilidades. Não deu pra matar assim, de uma hora pra outra, do jeito que eu queria, mas percebi que a morte lenta tem sido mais eficaz. De fome, de sede. O veneno tá fazendo efeito. "O amor da gente é como um grão"? Nem Gilberto Gil poderá dizer.

Pudesse você também sentir esse fade-out de emoções - cada vez que assisto às estatísticas, você tá lá. Nunca tive visitante mais assíduo ou interessado. A frequência é alta e os horários são insólitos. Isso talvez ainda me tire a paz quando resolvo sentar pra escrever; há sempre uma certa auto-censura. Porque EU SEI que você tá lá, sentado na primeira fila, aguardando algo que eu não posso dar porque eu nem sei o que é. Queria eu ter esse poder todo que me dão, mas tem coisas que são bloqueadas ao meu conhecimento por motivos óbvios. Não dá pra esperar tudo dos Céus, temos que errar pra aprender, obter merecimento, trazer pra materialidade. O plano das ideais é limitado demais em relação a satisfazer necessidades. A grande maioria dessas necessidades - sobretudo as mais básicas - só podem ser satisfeitas a partir de uma ação.

E se a gente nunca dá um passo em falso, não acerta o caminho na direção do que mais deseja.

To aqui por hoje. Mas sabe lá até quando estarei... Não tenho deixado meus passos no chão.

Opchá!