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domingo, 25 de fevereiro de 2018

"Todo fim é um recomeço"

Acordei sob o impacto dessa frase. Não lembro quase nada desse sonho na verdade... Parecia haver labirintos que as pessoas percorriam um após outro; mal saíam, entravam de novo. Eu já estava cansada e me perguntava se eu queria entrar mais uma vez, e porque as pessoas voltavam a entrar. Até que alguém me parava tranquilamente, olhava-me nos olhos e dizia: "todo fim é um recomeço". Foi então que acordei.

Todos os horóscopos - que leio por distração, mas que às vezes acertam - me indicaram um dia instável, incomum, talvez com algum evento forte. Mas que não fosse pra eu temer pois tudo ficaria melhor que antes da "crise". Espero ter saúde, apenas. Mas talvez eu deva reconhecer que meus adoecimentos tenham se dado pelo fato de não querer encarar as crises de frente. Tenho coragens absurdas pra muitas coisas, pessoas dizem me admirar por isso... Porém, tudo em relação ao amor me acovarda. Sou como aqueles vira-latas que saem correndo vorazes atrás das rodas dos carros, mas não sabem o que fazer quando os carros param. Por isso tendo a escolher os casos mais difíceis, querendo me convencer de que "amor é sacrifício", quando na verdade, bem lá no fundo, morro de vontade de que não dê certo. Porque, se der certo, o que vou fazer com isso? Como se ama alguém? Cadê o manual de instruções? Sem as coordenadas corretas eu entro em pânico, não saio do lugar - ou pior: saio correndo na direção contrária. Ou prefiro ainda me envolver com pessoas que não significam nada pra mim, porque assim não fico tremendo de medo de fazer alguma coisa errada e perder aquela pessoa. Porque eu to SEMPRE fazendo alguma coisa errada. Pelo menos é o que me parece. E de medo, acabo nem tentando nada. Aí se torna "tarde demais".

Talvez o fim desse ciclo tenha sido pra me mostrar o que eu preciso aprender antes de voltar a entrar num labirinto. Me mostrar porque estou tão exausta, ou mesmo se quero voltar aos labirintos, de fato. Toda noite, inclusive, pareço percorrer um quase sem fôlego - tenho acordado moída, demoro a conseguir levantar da cama, mas nunca lembro direito o que sonhei.

Estou querendo um recomeço mais tranquilo, numa estrada em linha reta, sabe? Sem distrações, mas também sem pressa. Vai que a gente dá com a cara na parede de novo!

Uma estrada novinha, em linha reta, direta e sem atalhos ou grandes acidentes, me faria um grande bem neste momento... Talvez me ajude a recuperar um pouco das asas quebradas e dos tornozelos torcidos procurando saídas.

Uma estrada tranquila e em linha reta - mas... Em que direção?

Que D'us me ajude!



quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

A balada do Louco

Depois de tantos anos de estudos e leituras pessoais pra praticar, a gente acaba percebendo certos padrões de comportamento em nós mesmos através de cartas de Tarot que se mostram repetidamente. Exemplo disso é a A Torre que se manteve muito presente enquanto eu tentava desesperadamente reconstruir minha vida nas mesmas formas de antes - e eu demorei a entender o recado que esta carta trazia, talvez presa a meus próprios sentimentos de perda e, por isso mesmo, falta de lucidez. Eu estava zonza de dor e assim, desorientada, tentava reconstruir tudo da maneira que era antes. Devo ter aprendido algo enfim, pois a Torre deu lugar a outro arcano em sua presença constante em meus últimos jogos pessoais: O Louco.

Essa costumava ser uma das cartas que mais me "irritavam" pois sua interpretação é mais complexa, impossível de se resumir em uma palavra-chave - base do meu processo de interpretação de cada carta do tarot. O Louco é daquelas cartas que eu olhava, examinava, contemplava... E não sabia bem do que ela estava falando. Se o arcano menor que o acompanhasse não fosse mais objetivo, ficava numa sinuca-de-bico dependendo de todo o resto do jogo, sempre com aquela pontinha de insegurança no meu coração ao interpretá-lo, o que me fazia refletir por dias, fosse o jogo pra mim mesma ou pra algumx consulente.

Em sua imagem, o Louco traz uma sacolinha nas costas e ruma pra algum lugar - nunca se sabe se ele está indo ou chegando, mas é fácil perceber que ele vislumbra muitas possibilidades à frente. Um cão pula-lhe nas pernas, não se sabe se pra fazer festa ou atacá-lo, se pra expulsá-lo dali ou pra impedi-lo de seguir viagem. Mas o Louco pouco se importa com este cão: ele segue adiante, com o horizonte no olhar mesmo que ainda tenha o precipício sob os pés. Há tantas terras, pessoas, cenários, coisas pra ver e fazer, universos inteiros pra conhecer... Tudo ali, ao alcance dos sonhos, não importa mais se o pé vai doer.

Acho que só agora entendi de verdade o grande e verdadeiro significado desta carta, porque percebo para quê exatamente o Tarot queria me abrir os olhos: para as possibilidades que a Vida tem trazido, as novidades, os pequenos sortilégios do Destino, o suficiente pra voltar a trazer o horizonte aos olhos e essa vontade louca de me jogar no precipício mais uma vez. Apesar de tudo ter acontecido nos últimos tempos de forma muito conturbada, ainda assim trouxe o benefício de me fazer evitar pensar nas velhas estruturas e me desagarrar emocionalmente delas, construindo novas pontes pra futuros bons. Porque, por mais que eu não quisesse, é inevitável: nada mais será como antes, por mais que eu tente lutar contra. A diferença é que dei as costas à velha Torre em ruínas e voltei a encontrar a coragem do Louco do Tarot, a encontrar o horizonte nos olhos, as borboletas no coração, sem mais o medo de seguir com o precipício sob os pés.

Bjas de Lux!
(Porque hoje estou com humor surpreendentemente muito bom. ^_^)



Sou apaixonada por Mutantes e todas as versões possíveis dessa música (inclusive a versão de Ney Matogrosso que usei em "Dizem que sou Louco... (A Gênese)"), mas quem conhece a história de Arnaldo Batista - o Lóki - sabe como esse vídeo é significativo. Conheçam essa cinebiografia!