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domingo, 1 de fevereiro de 2009

Meu dia de Virginia Woolf

“A beleza do mundo tem duas margens; uma do riso e outra da angústia, que cortam o coração em duas metades.” - V. W.
Deito na cama, ponho no canal de música clássica da tv a cabo, e olho a linda lua crescente pela janela. Meus olhos sonolentos quase fecham, multiplicando a imagem da lua na minhas pupilas. Talvez isso tenha me feito despertar para mim mesma, principalmente nos últimos dias. Tenho tido uma sensação q há mto já não tinha: a de ser duas pessoas num corpo só. E essas pessoas são tão distintas q a consciência delas me faz me perguntar se não enlouqueci de vez.
Ora sou só otimismo, tão cheia de garra, pronta pro q der e vier. Logo essa mulher dá lugar a outra, autodestrutiva e melancólica, cujo maior desejo é fazer o máximo para conseguir não acordar dos sonhos - q têm sido mais emocionantes q minha vida real, diga-se de passagem.
É um esforço enorme tentar me manter na primeira - ainda q com certa moderação, pq no bipolar, tudo q é demais estraga - ainda mais sem os apoios mais próximos da psiquiatra e da psicóloga. A psiquiatra só tem horário prá maio, a psicóloga pelo menos vai voltar ao trabalho nessa semana... Talvez isso alivie minhas angústias, ou talvez ela me encaminhe à uma emergência de vez...
Por outro lado hj dei início a uma atividade agradável: a dança. Entrei na ala coreografada da escola de samba daqui do bairro e hj foi meu primeiro dia de ensaio. Suei prá caramba nesse calor de rachar, com a esperança de perder algum peso até o carnaval (bipolar tbm tem suas vaidades, ué, rs), sem falar q dançar é divertido e um exercício aeróbico. O problema só foi depois, qndo senti um estranho ataque de pânico. Pensei q era a má condição física q essa vida sedentária me proporcionou, mas quase ao final do ensaio comecei a sentir algo no meio do peito, uma angústia, uma ansiedade inexplicável e indescritível... Tudo pareceu distante por um momento, até q alguém mto abençoado se aproximou prá me oferecer água... Foi qndo consegui me distrair daquela sensação. Já até sei q vou ter q levar meu rivotril pra avenida como fiz no ano passado...
Queria ter o poder de Virginia Woolf de descrever sua sensação de dubiedade. Queria ter a força q ela teve de se despreender do marido q tanto amava prá q sua doença não mais o prejudicasse. Mas não, não queria ter coragem de cometer suicídio. Tem q ter mta coragem mesmo... Assim como a tentadora coragem de dar o passo em falso em direção ao buraco da depressão. A depressão às vzs parece tão bonita, e poética, e até preenchedora em algumas situações... Mas minha luta atual é criar forças para me livrar dessa tentação e tomar as rédeas da minha própria vida. Afinal, não posso deixar isso tomar conta de mim prá sempre! Não quero ter o fim de Virginia...
Aff, deixa eu parar por aqui, pq a sonolência priva-me de todos os limites...
Ia'Orana!

Um comentário:

  1. porra menina, ninguem torce mais para que isso aconteça do que eu.
    cara, é doloroso ver isso
    reaja, vamos
    quebra tudo

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