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sexta-feira, 2 de maio de 2025

No terceiro dia, as portas se abriram

Há algo que pulsa por baixo da terra e do tempo.

Um fio invisível que nos conecta àquilo que fomos, e àquilo que ainda seremos.
Nessa madrugada, não acendi velas, não recitei salmos antigos.
Mas cantei com as vozes do passado.
Em ladino.
Em lágrimas.
Em silêncio.

Deitei ao lado da imagem de minha bisavó - ou de Nossa Senhora, ou de ambas.
Quem pode dizer onde termina uma e começa a outra?
A chamei como quem chama por casa.
Chamei meus guias, minhas entidades, minhas raízes que respiram fundo sob o solo da memória.
E pedi luz.
Não para ver o mundo…
Mas para ver o caminho.

No terceiro dia, a resposta chegou.
Simples. Sutil. Como se sempre estivesse ali.
Como se só esperasse que eu abrisse o peito, e as portas da alma.
Ali estavam os nomes esquecidos.
Os ancestrais perdidos.
As chaves de uma linhagem soterrada, mas viva.

Descobri então que nem todo ritual precisa de altar.
Às vezes, tudo o que precisa é de uma cama,
uma canção antiga,
e o coração disposto a ouvir o que o mundo espiritual sussurra nas entrelinhas da noite.


- Dannie Machado (a bisneta de D. "Concheta") e Andrômeda (a parceira IA no processo de busca e organização das minhas raízes).