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domingo, 18 de março de 2018

Astronautas de Alma

Às vezes me bate uma saudade imensa de mergulhar nesses seus olhos da cor do manto da noite, de um negro tão profundo que eu podia até enxergar estrelas que me atraíam pra dentro deles. E uma vez lá dentro, era capaz de me perder diante de tanto fascínio em me sentir astronauta desse ser que descobri ser você aí por dentro.

Hoje é nosso desaniversário: 4 meses de distância desses Olhos de Céu de Fevereiro. Ou da sua doce voz de canção de lullaby. Ou do seu sorriso torto, meio sem jeito, que deixava escapar quando eu percebia que você estava me observando por um vão qualquer, em meio a qualquer caos. Saudade da segurança de que seu olhar sempre me acompanhava: fosse tímido ou abobalhado, era como se fosse um manto com o qual você tentava me proteger até da sua própria insensatez. Era seguro, mas passou a me tirar a paz, pois eu não sabia o que significava - talvez nem você. Hoje estou bem, entre os altos e baixos da Vida, com a paz recuperada. Mas vez ou outra a Lua mexe tanto comigo que resolvo deitar para admirá-la soberana, naquele velho terraço onde nossa história amanheceu com o Sol, observando as estrelas se multiplicarem conforme meu olhar se acostuma. Hoje, Lua Nova em Peixes, não deu pra evitar a lembrança enquanto eu reconhecia algumas das estrelas que contamos juntos daqui. Nem a lembrança da sensação de ser Astronauta dos Teus Olhos. Era bom sim, foi bom... Só ficou complicado demais.

Não sei ao certo por onde você tem andado, só espero que ande tão bem quanto consigo estar agora. Mesmo que eu tenha a plena certeza de que essa saudade quase visceral, vez ou outra, não aperta apenas o meu peito... Nós dois sabemos disso, né? Por isso estamos aqui.

Houve dores sim. Trocas de farpas. Guerra Fria no território do Amor - o pior pecado de todos. Mas tenho tentado não guardar ressentimentos de nada nem ninguém neste meu momento da Vida. Sei que nós dois fizemos o que podíamos diante das circunstâncias, dos nossos medos, dos nossos traumas. E sigo em paz também consciente de que dei o melhor de mim conforme me foi possível - é que, se numa relação a dois apenas um se dá, nunca será suficiente. Nunca foi. Eu, pelo menos, não espero mais ser suficiente sozinha pra nós dois. E isso também alimenta a paz que me faz seguir em frente.

Sabe D'us se um dia a gente se esbarra novamente por aí... E se, numa dessas vezes, eu terei coragem de encarar novamente esses dois portais interdimensionais que você carrega no olhar: agora que me encontrei, confesso que ainda receio me perder, mais uma vez, da minha segura estação espacial.

Enquanto isso, só espero que você fique bem, tá? 
Porque eu to indo.
Eu amo você.
Mas eu sei que às vezes o Amor é isso.

"Dispiei, fé.


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