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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Hoje ele quis uma prova de amor dela. Mais uma dentre tantas dadas. Mas era só prá saber se aquilo tudo valia a pena: cabelo bem penteado, barba desenhada, camisa de botão. No mínimo reparou no rubro de sua boca, não desenvoltura com os outros. Talvez não por coincidências, mas que também estava com camisa de botão. Seu olhar andava tão perfeitamente destacado que ele pôde reparar os contra-olhares. Não era fácil prá ele assim. Nem ele preveria que aquilo o incomodaria tanto. E só o fato dela tê-lo elogiado na última vez, já criava expectativa de um novo elogio... Que hoje ela não deu. Nem o elogio, nem nenhuma outra prova de amor.

Mas ele nunca daria a torcer, nunca! Jamais confessaria que era quando sua vida dava guinadas tão grandes que era nela que ele pensava. Que rebalanceava todas as suas decisões até então. Não confessaria a ninguém que, é quando mais precisa de uma pessoa, é dela que se lembra. E prá que confessaria também, afinal era toda vez que pensava em alguma solução pra'quela situação, quase enlouquecia, absorto pelos próprios pensamentos de culpa? Culpa por ele, culpa pelo que teria feito a ela. Culpa pelo que sentia. Era prá ser feliz, não era? Mas, enfim, quem estava feliz com tudo aquilo?

Ele pensou que talvez o jeito era simplesmente falar, jogar todas as verdades a quem as deveria ouvi-la. Mas e as expectativas que geraria? Seria justo? Mais culpas... Como se elas constituíssem um grande mostro que o estivesse engolindo. Não seriam à toa seus últimos pesadelos com água: era de afogamento a sensação que lhe tomava. Estava sendo embotado pelo próprio sentimento, que tanto roía quanto acalentava. "Pois bem,", pensou ele, "talvez mudando meus planos eu conseguirei minha noite de sono tranquilo...".

Parou no último degrau da escada.
"Quem sabe, talvez também uma resposta?".

Boa noite!

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