Pesquisar este blog

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Sim!

Só sei que ele é meu amor de quarta-série. Quantos vasos já quebramos ou ocultamos de adultos furiosos em perfeita parceria? Anos se foram e é assim que ainda nos sentimos. Mesmo que a vida tente nos sufocar, é só estarmos diante um do outro que a mágica acontece e toda uma infância retoma seu próprio rumo. Coisas esquecidas do baú da memória parecem voltar a ter vida e dançar cirandas ao nosso redor.

As almas viajam quilômetros na história do mundo para poderem se encontrar pelo menos mais uma vez. E tem gente que parece que está ali do nosso lado desde o princípio do tudo, que nunca nos deixou e nunca nos deixará.

Segurança.

É como se fosse prá eu não ter medo, que todos os outros estavam ali também - era só eu confiar. Estar sob seu olhar é como me sentir rodeada de pequenos anjos me guardando e protegendo. A luz do seu olhar vira o farol para o meu coração em alto-mar. Estar sob seus braços é como me vestir de poesia. Mas talvez nada chegue aos pés de ouvir seu coração, estar perto dele, sintetizar dentro de mim cada batida... É difícil resistir quando você me pega pelo braço... Mas a vida, ah essa, tem que dar prosseguimento. Voltamos pros nossos lares calados, pensando em mil coisas que poderiam ter sido ditas e não foram. E de repente parece abrir um portal para que essas coisas não se percam. O meu portal é a escrita, por onde transbordo esse amor antigo que cheira à novidade. Esse museu com gosto de dejá vù. E se não fosse a arte, afinal, o que seria de nós?

Eu só queria mesmo dizer que sim, que ele é meu amor de quarta-série. Daqueles amores densos de tão puros. Que parecem mensagens do céu quando estamos ao redor. Amamos àquilo que à primeira vista não conhecemos, mas só o tempo é capaz de trazer o mais antigo com frescor de agora. Reconhecemos que debaixo daquelas máscaras e disfarces bate o coração pelo qual procuramos desde que aqui descemos, instantaneamente. Sentir a presença deixava de ser questão da presença em si. Era um sentimento persistente, como um fantasma da infância. E era da infância que esse sentimento vinha.

E de lá da infância, não podemos apagar nenhum destino.

Shalom!

Nenhum comentário:

Postar um comentário