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segunda-feira, 2 de abril de 2018

A Verdadeira Páscoa da Fênix


Será que dessa vez eu acertei? Será que de todos os feitos e passos, esqueci do mais BÁSICO?

Tenho revisitado Platão, este que sempre me atraiu de alguma forma, ao qual nunca me aprofundei por falta de oportunidade. De alguma forma, eu sempre soube que ele tinha as respostas que eu precisava, mas era difícil ter acesso quando todo o mundo o achava dispensável, inclusive as escolas públicas, num tempo em que a internet era apenas um sonho de ficção científica. Meu pai chegou a parcelar uma Barsa em 36 vezes, na qual eu distraía o tédio na infância, mas nada ali se aprofunda - quem já dependeu de enciclopédia, sabe. Enfim, como no caso da Kabbalah, eu corria atrás de Platão, mas ninguém estava disposto a dar um pouco de filosofia a uma garotinha que, afinal, "nunca vai usar na vida essas coisas inúteis" (isso só confirma que nós, adultos, na verdade não sabemos de NADA).

Pois bem, revisitando Platão, ainda que tardiamente, inclusive sobre esse tema que desde criança sempre também me atraiu (as Almas Gêmeas), finalmente me dei conta do que, afinal, estaria dando tanto errado. É que, veja bem: D'us e o Destino se encarregam de aproximar e preparar as duas essências, feminina e masculina, para que se re-unam, assim como também se encarregam de afastá-las quando essas duas partes precisam se ajustar individualmente. E enquanto não há avanço sequer nesses ajustes, o Destino não se faz de rogado de emperrar sua vida TODINHA até que você pare e entenda o seu Propósito. E eu achando que conhecia o meu Propósito, fui me perdendo dele através de atalhos, além das perdas de outros propósitos paralelos, alguns até já conquistados. Eu estava totalmente distanciada do meu Caminho Original, e por isso me sentia perdida - até que Platão me reencontrou, me apontou o caminho de volta, e tudo voltou a fazer sentido.

Percebi que foi meu coração que sismou de pegar um atalho porque estava machucado demais. Fato é que, desde o nascimento, diversos fatores me fizeram acreditar a não-acreditar no poder da minha Essência Feminina: a imposição da passividade, da submissão, da falta de liberdade, dos pudores; as violências sofridas de todo tipo, a solidão. Quando a Vida te faz só diante de toda essa realidade, há a impressão de não precisarmos de mais ninguém, então projetamos dentro de nós a androginia que Platão cita. E porque D'us, segundo o próprio Platão, dividiu afinal as duas essências, feminina e masculina? Porque nós, enquanto andróginos, quisemos desafiar a D'us. Foi então que, vaidosa como Lúcifer, fui expulsa do Paraíso para levar à humanidade a Luz que eu mesma tinha perdido. Perdi minha Luz quando pensei que eu tinha mais poder sendo, sozinha, meu próprio masculino e feminino. E com meu Sagrado Feminino tão ferido, tão traumatizado, tão ressentido e abusado ao longo da vida, meu inconsciente passou a tentar se expressar apenas pelo Masculino - e quando uma mulher cis-hétero se esforça, ainda que não saiba, a só expressar seu lado masculino, "forte", empreendedor e combativo, negando a própria feminilidade, toda a sorte de desequilíbrios (inclusive físicos) começa a nos tirar do eixo.

Dizem que as bênção de D'us não têm como nos alcançar se fingirmos ser outra pessoa. É como se o "carteiro" que as entregasse não reconhecesse o endereço. Pois bem, se dentro da unicidade em que D'us criou a todos nós, ele me designou a ser a Sua Expressão Feminina na Terra, fugir desta mesma energia seria fugir da bênção de exercer minha própria essência - e portanto, do meu Propósito, a expressão de D'us que há em mim. Tudo finalmente fez sentido nesses últimos dias, entre meus rituais para a Lua Cheia e as palestras de filosofia às quais decidi me dedicar enquanto minha vida "não anda pra frente" (ando explorando o canal da Nova Acrópole no Youtube, mas não apenas - recomendo este canal a qualquer ser humano, místico ou não).

O contato recente com a minha essência de Bruxa só pode ter essa função: a de me lembrar que sutileza também é força, que gestar também é ação criativa, que meu corpo é belo pois foi marcado, entre outras coisas, pela gestação, nascimento e alimentação de outras vidas que espalhei pela Terra - e não pelos músculos que criei tentando me defender da humanidade (apesar desta própria humanidade admirar mais esses músculos). Revidar as violências que sofri e as que o Mundo ainda nos impõe é que é a grande ilusão. E uma vez desgarrada das ilusões que encobrem nossa visão com tantos véus, finalmente me sinto de volta pra fora da Matrix!

Olho pro mundo e consigo voltar a enxergar a D'us em Tudo, D'us em mim, Tudo em D'us, Eu em Tudo, tudo uma coisa só, exatamente como no sonho em que D'us me apareceu na Praia Vermelha - a Divindade não é alguém à parte, lá no Céu, nos julgando: a Divindade está em tudo, ama a tudo, É tudo. A Divindade SOU EU, mas apenas porque aceito e recebo a Divindade de tudo aquilo que compartilha esta jornada comigo aqui, neste planeta.

Sou mulher, aceito e recebo a Divindade que EU SOU. Mas só sou Divindade porque reconheço e amo a Divindade que VOCÊ É.

"A César o que é de César e a D'us o que é de D'us" - cada chakra tem sua função, e a função de todos eles juntos é, através de nós, unir Céu e Terra. Equilibrá-los seria alimentar a cada um deles conforme sua necessidade - nem tanto ao Céu e nem tanto à Terra, pois o Propósito vive bem no centro de tudo isso. O Propósito é que é D'us.

Shalom!
Namastê!



O louvor à Durga, a Grande Mãe Invencível.

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