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domingo, 8 de abril de 2018

O Monte Castelo

Mais uma manhã em que acordo junto com o Sol. Tem sido bem frequente eu dormir cedo e acordar idem - creio que seja só mais uma das várias alterações de padrão de sono que tenho vivido nos últimos 3 anos, mas ao menos acordo bem disposta. Aproveito a tranquilidade do silêncio da casa pra colocar a cabeça em ordem: escuto música, faço café, checo redes sociais. Hoje eu estava inspirada a editar fotos - a mais nova/antiga paixão com a qual me reencontrei nos últimos meses. Não há mais nenhum Photoshop como em décadas atrás, muitas vezes nem mesmo computador, apenas muita experiência, criatividade e editores simples de imagem que já vêm no aparelho celular. Enfim.

Eu tava inspirada a mostrar uma das minhas facetas que não mostro há bastante tempo, certamente por defesa (sobre a qual comentei no último texto). Na verdade, mais que faceta, minha verdadeira essência, mesmo que não agradasse aos olhos comuns, tão acostumados com selfies produzidas o suficiente pra mostrar alguém atraente e/ou poderose. Eu não queria ser nenhum dos dois, nem me encaixar em padrões de sex appeal, queria apenas mostrar-me despudoradamente como sou. Uma necessidade de testar-me até me encontrar, talvez. Enfim.

Eu já finalizava uma selfie minha em cores vibrantes como sempre gostei de usar - dessa vez, a palheta contava com fortes tons de pink, porque eu queria falar de Amor, como se ele pudesse saltar aos olhos, transbordar pela boca, fazer o mundo explodir em cor. O Amor não-romântico, o Amor Agape, o Amor universal, sem medo do que o pós-modernismo poderia dizer de mim. Eu queria expressar tudo que sinto desse Amor com o qual nasci e no qual sempre acreditei, mesmo que eu fosse considerada louca por isso. Enfim: eu não conseguia me decidir entre dois filtros pro último acabamento, quando uma mosca insistente começou a me perturbar (sim, moscas conversam comigo desde que me conheço por gente, outro dia explico porquê). Não satisfeita por eu tentar ignorá-la me concentrando no editor do celular, ela começou a dar rasantes em meus ouvidos e olhos. Resolvi obedecer então a voz que me dizia pra ir até a área de serviço dar uma respirada.

Distraída entre reabastecer minha caneca de café e acender um cigarro antes de voltar à edição, um ruído vindo de fora me fez esquecer disso por um momento. Caminhei pela área externa do apartamento e não identifiquei de onde vinha aquele som alto e abafado, no qual Renato Russo se rasgava ao declarar que "é só o Amor que conhece o que é verdade...". A canção ainda estava no início e quando acabou, tomei fôlego e mais um gole de café, aguardando que a próxima na sequência me divertisse tanto quanto. Pois bem, esperei em vão. Assim como aconteceu com todas as outras músicas que têm surgido do nada e do nada desaparecido na minha vida nos últimos... 3 anos - e sempre em horários em que "estou acordade, todes dormem", o que justifica minha falta de testemunhas.

Mas voltei pra dentro reanimada. Finalmente decidi o filtro final da foto e a publiquei com a legenda de "Coríntios 13". Tem gente que acredita em coincidências, eu prefiro acreditar que aquela mosca estava me mandando ir lá pra fora pra entender o "recado": senti, finalmente, que eu estava de volta ao meu Caminho Original, de volta ao meu eixo. Ainda vislumbro uma longa caminhada pela frente, mas pelo menos, eu vislumbro (e faz pouco tempo que nem esse poder me era concedido). E uma vez definido o caminho, me sinto livre pra voltar a acreditar no Amor.

E em mim - porque é dessa matéria chamada Amor que eu sou feita. E porque "sem Amor, eu nada seria...".

Shalom!


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