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sábado, 21 de abril de 2012

"O amor é filme"

Foi um dia inteiro de gestos recolhidos, olhares cúmplices, troca de afinidades. Todos já tinham notado e faziam piadinhas juvenis - eu ruborizava, mas não me esquivava. O problema é que eu tinha medo, muito medo de estar errada mais uma vez.

"Todos já sabemos o q vai acontecer aqui, só não sabemos ainda onde...". Já não era mais segredo pros amigos e as "jogos da verdade" já tinham sido muito explícitos. Embalados pelo vinho e a brisa do mar, confissões vinham à tona. Coração na boca, coração bobo, coração balão.

Já eram altas horas quando do grupo que se encaminhava para o ponto de ônibus ele se desgarrou - sim, eu estava de olho. Até que ele olhou prá trás e me chamou. Queria se despedir porque ia dormir ali. Ainda ouvi outras vozes me chamando, mas como hipnotizada, atravessei até a calçada onde ele estava sem olhar prá trás.

"O amor é filme..."

Passos firmes no asfalto livre. Será que eu conseguiria dizer o que ensaiei tanto na minha cabeça?

"Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama..."

As sandálias cheias de areia quase não tocavam o chão. Mas os pés seguiam decididos.

"Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica..."

Flashes dos momentos compartilhados durante aquele dia me deixavam taquicárdica.

"Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica."

Ao chegar do outro lado, fui recebida de braços abertos. Um abraço longo, terno e quente como outros que já havíamos tido e um silêncio quase constrangedor. Respirei fundo.

- Você não vai deixar o fim do meu dia mais feliz?... - finalmente consegui dizer num sussurro. Mas ele não entendeu. Nos desenlaçamos e nossos rostos estavam bem próximos, olhos nos lábios um do outro quando ele disse "O quê?...".

Me explicar prá quê? Tontos de desejo e vinho, deixamos q o corpo falasse. Linguagem corporal: tudo que eu tinha tentado observar nos últimos 7 dias. Tudo que eu tinha sonhado desde o primeiro dia estava ali acontecendo. O resto do mundo sumiu.

Difícil foi seguir em frente deixando prá trás o gosto, o cheiro, o toque... Mas tinha gente me esperando. De volta ao grupo, a pergunta foi inevitável: "E aí? Curtindo muito a militância na faculdade?".

Ri alto. Eu já não precisava negar minha alegria...

E sobem os créditos!


"O amor é filme e D'us espectador!"

Shalom!

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