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terça-feira, 28 de maio de 2013

A carta

“A mulher que procuro tem lírios semeados na tarde dos olhos onde o sol se espreguiça, sem vontade de ir. Tem qualquer coisa de criança que fez uma travessura e ri, reinventando a vida, sem castigos.” (Cesar Insensato)

"A gente é tão parecido. De um jeito que eu não sei explicar, não sei explicar... De uma forma muito certa eu já prevejo os seus gestos. E me dá uma segurança, como se eu retornasse de onde nunca deveria ter partido. Suas mãos pequenas já devem ter encontrado as minhas, calejadas, por muitas vezes através dos tempos. Você acredita nessas coisas e sabe que não gosto de acreditar. Mas diante dos fatos, me vejo obrigado.

A questão é que não sei viver sem teus abraços, sua conversa tentando me botar pra cima, aquelas vezes em que rimos ou que cantamos canções das nossas infâncias. Às vezes sinto que nossas vidas já se cruzaram antes, mas crescemos distantes. Então por que parece que te reencontrei lá daqueles anos, como se tivesse te reencontrado do meu álbum de retratos? Eu não sei como vivi a vida inteira sem seu equilíbrio, seus ouvidos pacientes, seu talento de me fazer me sentir completo, ou sem seus cabelos, suas pintinhas e seu olhar pensativo. Só sei que uma vez tendo experimentado, me dói ter de viver sem sua presença.

Experimentei usar da sua linguagem para com seus sentimentos. Eu queria aprender com você a se jogar sem pensar, a falar as coisas guardadas na bagunça do meu coração, a conseguir exprimir o que sinto através de qualquer arte, tão bem quanto você faz. Mas, olha: eu to aprendendo. Vou dar um passo de cada vez e talvez um dia eu consiga exprimir metade das coisas que você me faz sentir. Mas até lá, você me desculpe a qualidade das tentativas."



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