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sábado, 4 de maio de 2013

"Mentir prá si mesmo é sempre a pior mentira"

Foges de quê, menino bonito?

As águas não estão correndo por onde deveriam?

Foste tu que disseste que o curso de um rio não se deve alterar. Não era certo. Mas o que é o certo afinal? Tu abrindo as asas verdes por sobre esse céu nebuloso? Esse vento frio que traz as ondas do mar com brumas de cerveja? Tudo o que usas para empinar e planar, se possível correr prá longe, muito longe daquele lugar comum?

Foges como se não tivesse quem te aguardasse. Se aninhas longe da tua árvore prá se concentrar melhor na escapada. Só se concentra em voar. Preferes cair a enfrentar o precipício que cavaste. E do ninho original, onde deveria morar teu conforto, precipita-te e voa. Que é, afinal, que grita esse teu peito em carne crua? Que desestrutura a vida boa que sonhaste?

E o que te mantém retornando ao precipício? A ausência com a qual contara?

Sobe, menino, sonha! Abre teu peito e tuas asas às coisas nobres que só os céus podem te dar. Voa acima das nuvens negras, não as deixe sombrear teus olhos castanhos. Voa por sobre a indefectível lua vermelha, rubra de vinho, sobrevoa as pedras. Observa, menino! Olha o coração sendo levado pelo mar! Podes imaginar ter tudo sob controle, mas haverá o dia em que fugir não será mais o suficiente. Em que sobrevoar o que é bonito se tornará mais que um simples desejo de um dia. Se tornará necessidade de toda uma eternidade.

E a mim, anjo caído?... Só resta juntar os pedaços?

Shalom!


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