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sábado, 1 de outubro de 2011

Interior do Minho, Portugal, 1856.

Era uma vez uma moça simples e alegre, q vivia para trabalhar com a família nas suas terras, e tbm trabalhava voluntariamente na igreja do povoado. Sua família era mto amiga da de Eustáquio, q se ordenara padre e fora para Braga, estudar para se tornar bispo. Ambos, Eustáquio e Dália, tbm eram mto amigos, tinham longas conversas, Eustáquio sempre lhe dava valiosos conselhos baseados na tradição católica e em sua experiência, já q era um pouco mais velho q ela. Todos sabiam q qndo padre Eustáquio estava cuidando da pqna igreja dali Dália era seu braço direito, chamando outras moças para ajudar e liderando-as nos serviços. Talvez pela identificação, Eustáquio tinha um grande prazer na compania de Dália, e mtas vzs era difícil se despedir dela.

A verdade era q Dália não assumia, mas tbm amava padre Eustáquio. Estava sempre preocupada a estar bonita na presença dele, mas não gostava de pensar nisso pq precisava respeitar a posição dele. Dália não o via como importante como o resto do vilarejo. Ela respeitava a pessoa dele, mas o sentia como igual. E era isso q ela sempre tentava corrigir dentro dela. Pq padres deveriam ser inacessíveis, e ele não era.

Depois de um longo período em Braga, era anunciado q padre Eustáquio viria para uma das festividades locais. Dália, q já gostava de festas e de se enfeitar, adorou a oportunidade. Estava feliz por saber q padre Eustáquio estaria presente, mas não estava mais ansiosa. Se divertia e dançava alegre com suas amigas, todas com seus vestidos predominantemente vermelhos, q abriam-se em balão qndo giravam na dança. E foi uma de suas amigas q avisara q padre Eustáquio estava chegando. Dália virou-se e o viu ao longe, por trás de um muro de pedra, sendo festejado e cercado de familiares e vizinhos, felizes pela sua presença. Enquanto ele descia as escadas de pedra prá chegar até o pátio onde havia a festa, visualizou Dália ao longe. Ela acenou, e ele lhe acenou de volta, feliz. Dália sentia um misto de emoções q não sabia descrever ou entender, um bem estar no coração e uma chama consumindo-lhe o ventre ao mesmo tempo. Procurou ignorar e continuar se divertindo com as amigas. Ela e o padre mal se falaram durante a festa, pois as pessoas o cercavam em atenção, ora prá ter notícias da capital, ora prá se certificarem de q o ilustre convidado comia e bebia o suficiente.

Mta dança, mta bebida, e Dália se afastou do centro da festa, perto de um beco mais escuro para descansar. Fora surpreendia pelas costas, com um braço na cintura e uma mão tapando a boca, já prevendo q ela gritaria de susto. Eustáquio tratou logo de se identificar e ela respirou aliviada. Ele a soltou, explicando q queria mto lhe mostrar algo. Dália concordou feliz. Ambos seguiram aliviados por finalmente poder conversarem a sós como nos velhos tempos.

Eustáquio a levou a uma sala q parecia um escritório ou biblioteca, com parede de pedras, estantes de livros, iluminado pela luz de várias velas. Ela pôde observar alguns fios de cabelo branco em volta de seu  rosto em meio aos fios negros - a vida de estudos e oração em Braga realmente deveria estar sendo mais pesada do q parecia. Sentiu um misto de compaixão e admiração.

Enquanto ela olhava em volta, podia-se ouvir o som dos corações quase explodindo. Eustáquio aproximou-se de Dália e a abraçou de lado, carinhosamente. Talvez embalado pelo excesso de vinho, aproximou-se de seu ouvido e sussurrou algo como "vc está tão linda esta noite..." com seu forte sotaque português. A lógica parou de funcionar. Dália sentiu-se zonza, todos os sentimentos q ela quis ignorar durante a festa voltaram com força, seu corpo amolecera nos braços de Eustáquio, q naquele momento não era mais padre, apenas mais um homem comum.

Eustáquio trouxe o rosto de Dália diante do seu, e seus lábios tocaram-se produzindo efeito semelhante a uma droga poderosa. Talvez a mistura de vinho e sentimentos reprimidos por anos faziam-nos sentir girando com força. Rapidamente livraram-se do lenço q Dália trazia amarrado ao tronco, ele pode beijar seu colo. A carregou e deitou-a sobre o divã disposto ali perto, onde, com a ajuda dela, pode levantar sua saia e anáguas, tocando suas coxas tão brancas como se não acreditasse q as estava tocando.

Ele então ergueu a batina e se pôs por cima de Dália. As sensações eram tão extremamente intensas para ambos q nada poderia impedi-los de exercer os sentimentos reprimidos até aquele momento. Então, o êxtase não tardou a chegar. Aquilo tudo era novidade para Dália, e talvez fosse para Eustáquio tbm. Sentiam-se completos, unos. Ele descansou seu corpo sobre o dela, e o rosto em seu pescoço, ambos recuperando o fôlego.

Foi qndo num rompante, Eustáquio levantou-se e pôs-se a se recompor perto da porta. Se dera conta do q fizera e estava extremamente arrependido. D'us certamente não o perdoaria do pecado q acabara de cometer contra seu celibato e contra a integridade de uma moça q adorava tanto. Certamente, ele mesmo nunca se perdoaria. Enquanto prestava atenção se alguém passava do lado de fora daquela sala, mandava Dália se vestir rapidamente e ir prá casa, explicando rapidamente todo o prejuízo q causara. Ela não poderia se iludir: ele nunca ficaria com ela, pq sua vida era dedicada à igreja e a Cristo. Enquanto ele discursava, Dália caía em prantos pela decepção, por vergonha, e por não saber como explicar no futuro sua falta de virgindade à família.

Amavam-se, era fato. Mas haviam mtas coisas envolvidas. A fé de ambos, os costumes da época, as expectativas da família e vizinhos de Eustáquio. Ele tinha uma carreira promissora e não tardou a se tornar bispo, poucos anos depois do incidente. Os anos se seguiram, Dália continuou entregue à sua fé, trabalhando com sua família e ajudando na igreja do vilarejo. Às vzs, por terem famílias vizinhas e mto amigas, Dália e Eustáquio se encontravam durante reuniões e festividades. Sempre eram de Dália as honras de levar padre Eustáquio prá conhecer as novidades das cercanias. Porém, nunca mais foram capazes de olhar um nos olhos do outro. E qndo Dália se via involuntariamente sozinha com padre Eustáquio, sofria de calafrios da cabeça aos pés. Talvez vergonha, talvez culpa, talvez expectativa se talvez ele a tomaria novamente.

Eustáquio, por sua vez, desde o ocorrido passou a praticar autoflagelo sempre q se lembrava do erro, ou sempre q desejava Dália novamente. Certa vez, já como bispo, ao ver do alto do altar Dália com sua roupa de missa fôra tomado de um desejo por ela tão arrebatador q desandou a beliscar-se para esquecer e retomar o seu centro. Dália parecia estar casada e tinha um filho - só não se sabe se o filho era realmente de seu marido ou fruto do envolvimento com o padre.

Coisas q talvez nunca saberemos.

A não ser q Eustáquio tbm acorde e possa contar sua versão da estória...


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