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sábado, 22 de setembro de 2012

Boa noite, Moça!

Pobre Moça, debruçada na janela do mundo: teme ser coadjuvante d'uma estória que não é sua.
Então acompanha bem de perto. Porque, inimigos devem ser mantidos bem perto. Não é?

Talvez para Maquiavel. Eu "não tenho paciência pra televisão e nem sou audiência para a solidão". Não tenho o mínimo talento prá tramar pelas costas dos que me pedem por desamor. Assim como também não tenho paciência para ser falsa. Prefiro ser distante.

Eu até entendo que a língua coça, dá vontade de gritar nossas verdades ao mundo... Mas é melhor que fique  assim: sabendo-se reciprocamente, mas sem ninguém nem desconfiar. Buscar a guerra por quê?

Não te perturbes, Moça. Ela não está em disputa, nem em busca de um troféu. Ela não quer tirar nada de você. Não tente você, então, tirar a liberdade dela. Ela só quer pôr prá fora, desafogar, imaginar... Você entrar em provocação só vai despertar uma disputa na qual nenhum dos vértices sairá ganhando.

Ao contrário do que pensas, Moça, ela não tem medo de você. Ela não se sente ameaçada, mesmo sabendo que tu acompanhas cada palavra que ela escreve. Ela, ao contrário, sente inspiração pulsando nas veias... É bom saber que se conquistou uma plateia tão fiel. Ela é meio orgulhosa - entenda, Moça. Dizem que é a tal da "alma de artista".

Ela é orgulhosa, Moça, mas não é hipócrita. Ela gosta de se exibir sim... Quem não? Mas se tem uma coisa que ela não gosta é de mentira - e ela já descobriu tantas estórias tuas mal-contadas... Ela mantém-se discreta enquanto você também mantém em segredo as coisas que lê. Mas não a provoque, Moça: ela é filha de Iansã, é filha do vento e da tempestade, tira tudo do lugar sem nem olhar prá trás! Ela pode sair machucada, mas não deixa de machucar bastante... Sangue nordestino. Você deve saber bem como é. A diferença é que ela não é mais menina, Moça. Ela é mulher feita, e sabe muito bem o que diz e o que faz. Com a vida ela aprendeu a manipular sua própria chama... E ela não gasta mais raios à toa.

Faz o seguinte, Moça: seja discreta. Não provoque, não dê a entender o que você sabe, que ela vai ficar quieta na dela. Todos ficam, assim, felizes. Você não concorda?

Estranho fazer acordo com uma pessoa que está "do outro lado", não? Mas ela não te vê como rival. Apesar de tudo que ela descobriu, ela ainda te respeita. Mas isso até o momento que ela achar que você não merece mais o respeito dela. Não leve tudo isso como deboche, porque, por mais brincalhona que ela seja, na hora de falar sério você nunca verá alguém tão certa de si. Ela é mulher feita como uma rosa rubra, Moça. Não é mais - e nem tem mais jeito de - menina.

Laroiê!
Shalom!



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