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terça-feira, 25 de setembro de 2012

"Nos seus olhos" - Nando Reis

A cidade lavada por um temporal. Cerveja? Amendoim? Biscoito? Não, não posso. Hoje não. Talvez por isso eu estivesse mais forte.

Conversas, coincidências. Você confessa que me observa. Confessa o inconfessável. Agora entendo, porque sou atriz. Abraços, lábios próximos que não ousam se tocar. Linguagem corporal. Eram essas as respostas que eu precisava? Meu olhar busca algo ao longe, seu olhar vai em busca do meu. E seus olhos brilham tanto que é difícil fugir. Mas fujo, covarde, mais uma vez.

O que é que esse teu olhar me pede? A que me convida esse teu sorriso? Último abraço, intenso. Boca na jugular, como quem tenta me roubar a vida. Beijo seu rosto demoradamente, e você paralisa como quem espera por mais – esse mais que não lhe dou.

Seu jeito menino se vê, então, sem outra alternativa: te põe frente a mim e profere a pergunta que faz saltar meu coração. Baixo a cabeça ao lado da tua e quase imploro para que repita. Seu silêncio pensativo revela o conflito interno. É, pois é: é assim que a gente fica. Pelo menos só por hoje, só por esta noite.

Agora é minha a pergunta que ecoa: quem sabe um dia isso tudo muda?

Quem sabe? Quem vai saber?...

Shalom!


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