A cidade lavada por um
temporal. Cerveja? Amendoim? Biscoito? Não, não posso. Hoje não.
Talvez por isso eu estivesse mais forte.
Conversas,
coincidências. Você confessa que me observa. Confessa o
inconfessável. Agora entendo, porque sou atriz. Abraços, lábios
próximos que não ousam se tocar. Linguagem corporal. Eram essas as
respostas que eu precisava? Meu olhar busca algo ao longe, seu olhar
vai em busca do meu. E seus olhos brilham tanto que é difícil
fugir. Mas fujo, covarde, mais uma vez.
O que é que esse teu
olhar me pede? A que me convida esse teu sorriso? Último abraço,
intenso. Boca na jugular, como quem tenta me roubar a vida. Beijo seu
rosto demoradamente, e você paralisa como quem espera por mais –
esse mais que não lhe dou.
Seu jeito menino se vê,
então, sem outra alternativa: te põe frente a mim e profere a
pergunta que faz saltar meu coração. Baixo a cabeça ao lado da tua
e quase imploro para que repita. Seu silêncio pensativo revela o
conflito interno. É, pois é: é assim que a gente fica. Pelo menos
só por hoje, só por esta noite.
Agora é minha a
pergunta que ecoa: quem sabe um dia isso tudo muda?
Quem sabe? Quem vai
saber?...
Shalom!
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