Levantou da cama, um pé após o outro, pensou que tudo ia ser melhor naquela manhã. Olhou no espelho do banheiro, sorriu, gostou do que viu. Os olhos estavam inchados, mas era por causa da noite bem dormida.
Tomou banho, como se fosse a primeira vez na vida que fazia aquilo, não se enxugou, queria ter a sensação da água evaporando de sua pele.
Abriu o armário, escolheu uma roupa que era a sua cara (dificilmente poria algo que não fosse). Calçou seu All Star, sem meias mesmo, sem preocupação.
Sorria por dentro. Desceu as escadas, nem olhou direito se havia fechado a porta, abriu o portão, sentindo um vento vindo do lado esquerdo, que trazia junto dele o gosto da liberdade, uma delícia de dia, pensou.
Colocou os fones de ouvido. Toda música era feita pra ela. Tudo remontava a algum vídeoclipe particular, um momento especial que havia deixado pra trás. Pegou o primeiro ônibus que lhe agradou, sentou e abriu a janela. O óculos escuros, tantas vezes usado para esconder as lágrimas, agora eram mera peça decorativa em seu rosto feliz.
E assim foi indo, sem destino, guiada pelo instinto apenas...
Quando deu por si, estava sentada na praia, na areia... meditando, perdida e ao mesmo tempo segura de onde queria chegar.
Ficou ali por horas, alheia a tudo, radiante de felicidade por dentro, porque sabia, bem no fundo, que era apenas uma questão de tempo, apenas uma questão de tempo.
Abriu a carteira, queria dinheiro para comprar um maço de cigarros.
Olhou sua identidade. Sua foto. Quase não reconheceu seu nome verdadeiro, estava acostumada com seu apelido, sorriu e pensou:
"É isso aí, Dannie, tudo que você consegue ver, até a linha do horizonte, é seu!"
"É isso aí, Dannie, tudo que você consegue ver, até a linha do horizonte, é seu!"
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