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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Prá ser sincero

Olha, dessa vez eu entendi. Principalmente à posição ridícula a que me expus. "É a vida", você disse. É, é a vida... Ainda mais sendo a minha, tão cheia de histórias tristes. Eu sabia que ia me machucar – desde a primeira vez que te vi eu sabia que ia me machucar, e tentei de toda forma não me envolver. E quando eu pensei que já estava curada de você, tudo aconteceu.

Não vou botar culpa do episódio dessa noite na bebida porque sou bem grandinha e tenho que assumir minhas responsabilidades. Meu transtorno?? Tanto menos. Quero dizer que meu amor por você não foi um sintoma nem diagnóstico de nada. Eu não estava disposta à situação, estava disposta à pessoa: estava disposta a você. Mas eu entendi, entendi que o caminho está ocupado.

Não, eu não to bem... Eu senti mta frustração na hora, lágrimas na garganta, mas bastou uma hora de viagem de ônibus prá já conseguir rir disso tudo... Isso me é estranho. Talvez você não seja mesmo tudo aquilo que me faltava... E eu tanto menos estou aqui prá ser uma pedra no seu caminho. 

Consigo rir de mim, consigo rir de você... Que situação, hein? Realmente, eu não desejaria estar no seu lugar... Ou você já deve ter vivido isso tantas vezes que nem faz mais diferença... Agora, tanto faz. Nem sei como vou acordar amanhã de manhã, e sinceramente, nem quero saber. Vou seguir os teus conselhos e seguir em paz. A amizade continua – pelo menos da minha parte. Eu vou superar. Ou não – não sei ao certo, me deixe quieta aqui prá eu digerir meus pensamentos...

Enquanto isso, conte-me vc!

Au revoir!




“Mas você fica. E vai sempre ficar. Continua existindo, musicado. O inevitável dança aos meus olhos. Aí chega a hora em que distribuo um segredo: o tudo que faltava, talvez seja você. Digo e vou dormir, sem sonho, mas dentro dele.” (Caio Fernando Abreu)

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