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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Minha estranha loucura

Tua voz no telefone, mas não é você. Parece os transes que costumo ter, mas dessa vez é apenas um personagem seu. E de forma caricata, diz que queria falar comigo, me pedir prá cuidar de si. Até onde é você falando, até onde é seu personagem?

Do meu personagem sensato já me cansei. Estou inteiramente disposta a me expôr. Me desculpe se te incomoda, meu amor, mas é o amor que quer assim. Não há mais como suportar noites e dias a me revirar na cama, olhando tuas fotos, desejando um abraço, recordando o fácil encaixar das nossas bocas. Essa minha loucura não há remédio que cure, psiquiatra que diagnostique. Poeta que exprima, seresteiro que execute. Isso simplesmente existe, vive e pulsa dentro de mim apesar d'eu ter tentado sufocar por todo esse tempo, justamente para não constrangê-lo. Cansei, simplesmente. Prá mim sempre foi tudo ou nada, preto ou branco, não aguento mais viver esse cinza do meio-termo. Isso não me pertence!

O amor me atira às palavras. Me infla o peito, inflama o corpo. Como conseguir suportar essa febre sem ao menos dizer um "ai"? Sem ao menos pedir socorro ao único que pode me salvar... Se nada der certo, fica tudo bem, parto prá outra de coração livre e limpo como um cristal. Pelo menos vivi, da forma mais intensa que pude, essas sentimentalidades que moram nos nossos menores gestos. Guardarei apenas nossos doces momentos, não deixarei ficar nenhum resquício para eu chorar depois. Eu só não posso simplesmente sufocar com todas as palavras que tenho a dizer. Não aqui, nesse momento. Nesse agora que construímos da forma que nós quisermos, ainda que você não acredite nem em si.

E deixe que falem! Vivo prá desdenhar aqueles que não vivem e que falam, falam, falam... Só pode entender da febre quem já esteve febril; só pode entender da chama quem já inflamou... Quem fala, não sentiu. Se não sentiu, não viveu. Não quero ser como eles, "another brick in the wall". Sou vaca profana. De perto ninguém é normal.

E viva a loucura sã dos amores vividos até a última gota!


Shalom!

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