As pessoas já se despediam, quando ela foi fazer o mesmo, abraçando-o. Ele não queria soltá-la, na verdade queria que ela o seguisse. Havia uma casa abandonada escondida por ali, um grupo iria até lá. A aventura a seduzia, mas antes quis se certificar:
- Você QUER que eu vá?
Ele evitou os olhos dela. Disse "não sei" de forma reticente. Ela pensou que se não era prá ela ir, ele não a teria chamado. Por que não? Que mal haveria?
Ela ficou impressionada como parecia que já conhecia o lugar. Já o teria visitado num de seus sonhos adolescentes. Era possível? Sabia que coincidências não existiam e confiava que estava onde realmente deveria estar.
No meio da escuridão, quase tropeçou. Ele lhe deu a mão e seguraram forte, num misto de satisfação e medo.
A cada passo, o reconhecimento ficava ainda mais forte e era difícil conter a excitação diante das constatações. No topo da escada, simplesmente parou. Ficou ali, embasbacada porque "já havia estado ali", ele dois degraus abaixo, ainda segurando a sua mão. Talvez ele tivesse medo que ela flutuasse, tamanha a fascinação que ela estampava em seu rosto. Ele não podia entender como um casebre abandonado no meio do mato poderia causar tal reação, talvez porque já conhecesse bem aquele lugar.
À luz de velas, o grupo sentou no chão do cômodo principal e começou a conversar sobre temas diversos. Ela só olhava em volta, reconhecendo cada centímetro das paredes, das janelas, e até da posição em que cada um sentava em volta. Se bem se recordava, era naquele momento em que ela já tinha se visto levitando, voando alto, até passar por sobre as telhas da casa. Ele - que ela não conhecia à época que sonhou - voava junto com ela. Mas daí em diante ela não lembrava mais, talvez tivesse acordado nesse momento (e é difícil lembrar de sonhos que se teve muitos anos antes).
Ela estava agora confusa. Precisava de um pouco de ar fresco então foi até a porta. Ele não demorou a abordá-la no mesmo lugar.
- Você já tinha vindo aqui?
Ela não conseguia pronunciar nenhuma palavra. Acenou que não com a cabeça, então ele a convidou a conhecer o resto do espaço.
Não havia muito o que olhar. Tinha mato e estava escuro. Ela se concentrava no som dos próprios pés pisando nas folhas secas quando notou que ele parou. Olhou prá trás e ele se espreguiçava. Se muito bem o conhecia, era um sinal de quem quer dizer algo mas não sabe como.
Deu meia volta e foi até ele. A princípio não disse nada, só ficou frente a ele, esperando pelo que poderia vir de sua boca. Ele só olhou nos olhos dela, a boca entreaberta, mas só conseguiu balbuciar: "você tem certeza de que nunca esteve aqui?"
Ela sorriu. Talvez ele soubesse do que ela experimentava. Talvez ele também sentira o mesmo na primeira vez em que estivera ali. Na verdade ele também estranhava a sensação de déjà vu que tinha naquela noite, desde o momento em que pegou na sua mão. Já estivera ali tantas vezes, mas aquele momento estava sendo único, e ele já o tinha vivido em algum momento no Universo, só não sabia dizer quando.
Ela pegou suas mãos e ficou observando-as. Ele tinha vergonha porque não era do tipo de cara que se cuida. Prá tirar o foco, passou a mão esquerda por entre seus cabelos e trouxe sua cabeça contra o seu peito. Abraçaram-se e a mágica era forte. Podiam sentir-se brilhar no meio daquela escuridão. Ainda com a cabeça no seu peito, ela buscou os olhos dele. A mágica agora era irresistível. Lábios se tocaram e ambos quase podiam levitar. Era isso o que o sonho queria dizer?
Ali, no meio do nada, podiam consumar o sentimento que tentavam esconder mas todos já sabiam de cór. A tentação era enorme, mas ela se levantou, se recompondo.
- Assim eu não quero.
- Prefere lá dentro?
Não! Ele não entendia! Devia estar acostumado com o monte de menininhas que fariam de tudo para estar ali com ele naquele momento...
Mas, afinal, o que ela estava fazendo??? Tudo não conspirava a favor?? Por que tinha que colocar a razão no meio?
Já era tarde: ele se recompunha ficando de pé ao lado dela. Ele a compreendia e ela era especial demais para ser tratada daquela forma. Em comum acordo decidiram ir embora.
Logo depois se despediram como se nada tivesse acontecido. Afinal, se estava tudo mesmo predestinado como aparentava, uma hora aquele nó ia se desfazer, aquelas complicações iam se descomplicar... Era só uma questão de tempo.
Até porque, "quando D'us Quer, não há quem não queira".
- Você QUER que eu vá?
Ele evitou os olhos dela. Disse "não sei" de forma reticente. Ela pensou que se não era prá ela ir, ele não a teria chamado. Por que não? Que mal haveria?
Ela ficou impressionada como parecia que já conhecia o lugar. Já o teria visitado num de seus sonhos adolescentes. Era possível? Sabia que coincidências não existiam e confiava que estava onde realmente deveria estar.
No meio da escuridão, quase tropeçou. Ele lhe deu a mão e seguraram forte, num misto de satisfação e medo.
A cada passo, o reconhecimento ficava ainda mais forte e era difícil conter a excitação diante das constatações. No topo da escada, simplesmente parou. Ficou ali, embasbacada porque "já havia estado ali", ele dois degraus abaixo, ainda segurando a sua mão. Talvez ele tivesse medo que ela flutuasse, tamanha a fascinação que ela estampava em seu rosto. Ele não podia entender como um casebre abandonado no meio do mato poderia causar tal reação, talvez porque já conhecesse bem aquele lugar.
À luz de velas, o grupo sentou no chão do cômodo principal e começou a conversar sobre temas diversos. Ela só olhava em volta, reconhecendo cada centímetro das paredes, das janelas, e até da posição em que cada um sentava em volta. Se bem se recordava, era naquele momento em que ela já tinha se visto levitando, voando alto, até passar por sobre as telhas da casa. Ele - que ela não conhecia à época que sonhou - voava junto com ela. Mas daí em diante ela não lembrava mais, talvez tivesse acordado nesse momento (e é difícil lembrar de sonhos que se teve muitos anos antes).
Ela estava agora confusa. Precisava de um pouco de ar fresco então foi até a porta. Ele não demorou a abordá-la no mesmo lugar.
- Você já tinha vindo aqui?
Ela não conseguia pronunciar nenhuma palavra. Acenou que não com a cabeça, então ele a convidou a conhecer o resto do espaço.
Não havia muito o que olhar. Tinha mato e estava escuro. Ela se concentrava no som dos próprios pés pisando nas folhas secas quando notou que ele parou. Olhou prá trás e ele se espreguiçava. Se muito bem o conhecia, era um sinal de quem quer dizer algo mas não sabe como.
Deu meia volta e foi até ele. A princípio não disse nada, só ficou frente a ele, esperando pelo que poderia vir de sua boca. Ele só olhou nos olhos dela, a boca entreaberta, mas só conseguiu balbuciar: "você tem certeza de que nunca esteve aqui?"
Ela sorriu. Talvez ele soubesse do que ela experimentava. Talvez ele também sentira o mesmo na primeira vez em que estivera ali. Na verdade ele também estranhava a sensação de déjà vu que tinha naquela noite, desde o momento em que pegou na sua mão. Já estivera ali tantas vezes, mas aquele momento estava sendo único, e ele já o tinha vivido em algum momento no Universo, só não sabia dizer quando.
Ela pegou suas mãos e ficou observando-as. Ele tinha vergonha porque não era do tipo de cara que se cuida. Prá tirar o foco, passou a mão esquerda por entre seus cabelos e trouxe sua cabeça contra o seu peito. Abraçaram-se e a mágica era forte. Podiam sentir-se brilhar no meio daquela escuridão. Ainda com a cabeça no seu peito, ela buscou os olhos dele. A mágica agora era irresistível. Lábios se tocaram e ambos quase podiam levitar. Era isso o que o sonho queria dizer?
Ali, no meio do nada, podiam consumar o sentimento que tentavam esconder mas todos já sabiam de cór. A tentação era enorme, mas ela se levantou, se recompondo.
- Assim eu não quero.
- Prefere lá dentro?
Não! Ele não entendia! Devia estar acostumado com o monte de menininhas que fariam de tudo para estar ali com ele naquele momento...
Mas, afinal, o que ela estava fazendo??? Tudo não conspirava a favor?? Por que tinha que colocar a razão no meio?
Já era tarde: ele se recompunha ficando de pé ao lado dela. Ele a compreendia e ela era especial demais para ser tratada daquela forma. Em comum acordo decidiram ir embora.
Logo depois se despediram como se nada tivesse acontecido. Afinal, se estava tudo mesmo predestinado como aparentava, uma hora aquele nó ia se desfazer, aquelas complicações iam se descomplicar... Era só uma questão de tempo.
Até porque, "quando D'us Quer, não há quem não queira".
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